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20 coisas que fizeram a gente ter orgulho em ser LGBT em 2019 e 2020

Junho celebramos o mês do Orgulho LGBT que tem no Brasil e no mundo o dia 28 como marco do início do movimento como entendemos hoje. Por isso aproveitamos para lembrar de coisas aconteceram neste ano e no ano passado que fizeram a gente sentir muito orgulho em fazer parte da comunidade.

Cabe lembrar que assim como todo movimento, existem muitas frentes, ideias, posicionamentos, problemas e acertos, no entanto, com muito esforço a luta tem sido cada vez mais plural e

 

1- Renata Carvalho no Festival Internacional de Cinema de Berlim

https://www.instagram.com/p/B9F9MG4n7Rd/

O filme “Vento Seco”, de Daniel Nolasco foi exibido em abril de 2020, na sétima edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, conquistando ótimas críticas. Interprete da personagem cis Paula, uma sindicalista potente no longa, a atriz Renata Carvalho foi ao Festival com a equipe do filme representar o país. Vale lembrar que “Vento Seco” conta ainda com a atriz trans estreante nas telonas, Mel Gonçalves.

“Vento Seco” também entrou na lista dos filmes que concorreram ao Urso Teddy, que premia os melhores filmes LGBT junto do filme “Alice Junior”, protagonizado pela atriz  Anne Mota. Representatividade Trans que chama!

2 – Glamour Garcia ganhando o troféu de atriz revelação

A Glamour Garcia, foi a primeira atriz trans a ganhar o prémio Troféu Domingão na categoria de Atriz Revelação devido a personagem Britney, da novela “A Dona do Pedaço” na premiação que aconteceu em dezembro de 2019. Glamour que já tem uma longa carreira nos palcos e nas séries, tendo participado de “Toda Forma de Amor” e “Rua Augusta” estreou nas telenovelas em horário nobre com um papel de destaque que ganhou o público rapidinho.

Vale lembrar que as atrizes trans Maria Clara Spinelli e Rogéria já haviam participado de tramas globais mas sempre em papeis menores ou participações especiais, o que não tira o mérito dessas grandes atrizes que abriram caminhos para as novas gerações de atrizes e atores trans.

3 – STF derruba a restrição de doação de sangue por pessoas LGBT

A maioria dos ministros considerou como institucional a proibição dos LGBT de doarem sangue, fazendo com que a votação tivesse um resultado vitorioso para os que desejam doar e não podiam, ainda mais em uma época de pandemia onde os hemocentros viram seus estoques diminuirem consideravelmente. Essa significativa vitória amplia o debate em relação ao HIV/AIDS que não deve ser exclusivo da comunidade LGBT e sim de toda a população.

4 – Inauguração da Clínica Social Casa 1

No mês de Abril de 2019 foi inaugurada a Clínica Social da Casa 1 que oferece para população LGBT atendimentos psicoterapicos, psiquiátrico e de terapias complementares gratuitamente ou a preços sociais.  Situada no bairro daBela Vista, na Rua Lettiere, 65, está fechada por conta da pandemia do coronavírus mas segue com seus atendimentos em um formato online!

5 – A repercussão positiva da sociedade contra a censura do beijo entre dois homens na Bienal do Livro de 2019

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, mandou remover a HQ “Vingadores: A cruzada das crianças” da Bienal do Livro que rolou no Riocentro. Para ele, a imagem que mostra dois personagens se beijando é considerado  “conteúdo impróprio para menores”. E ainda exigiu que fossem embalados e que colocassem avisos de que seriam impróprios para os jovens.

Diante da estapafúrdia decisão, a internet se mobilizou para protestar contra a medida com direito a  protesto organizado pela ativista Giowana Cambrone onde rolou um beijaço. E de quebra, o youtuber Felipe Neto comprou vários exemplares do HQ e distribuiu para os participantes do evento, apoiando assim o protesto. Deu o que falar, ein!

6 – Essas 10 gays que mostraram que delícia é ser viado mesmo durante a quarentena

Com muito humor e desenvoltura, muitas pessoas LGBT tiraram de letra a necessidade de se manter isolado durante a pandemia do coronavirus, por isso reunimos aqui no blog 10 gays que mostraram que delícia é ser viado mesmo durante a quarentena. Sendo parte de uma comunidade que tem de lutar de forma constante por direitos e existência, é sempre um alívio lembra que a cultura LGBT tem como um dos seus maiores pilares, a leveza do humor! Vejam aqui!

7 – Avenida Paulista iluminadíssima pelo Orgulho LGBT

Uma lindíssima instalação de luzes da artista porto-riquenha Yvette Mattern em parceira com a Doritos Rainbow, iluminou a Paulista toda com as cores do arco-íris no dia da Parada LGBT de São Paulo quem em função da pandemia do coronavírus aconteceu de forma online. A ação de Doritos, marca da Pepsi Co, que desde 2017 patrocina a Parada LGBT de São Paulo foi mara, né?

8- A Parada LGBT de SP que pela primeira vez, trouxe visibilidade e inclusão para a comunidade surda LGBT

https://www.instagram.com/p/CBd4LtIJArk/

Para além das muitas críticas que a edição online da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo sofreu, há de se destacar os acertos: foi a primeira vez que a maior parada LGBT do mundo visibilizou a comunidade surda e convidou um influenciador surdo, Leo Viturinno, para falar sobre a sua vivência enquanto homem gay, nordestino, drag queen E surdo. Foi um momento muito lindo e emocionante de se ver.

9 – O Supremo Tribunal Federal deu a vitória aos LGBT ao manter a proibição da ‘cura gay’

No mês de Abril, o STF decidiu que a ‘cura gay’ continuaria proibido, mantendo a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 01/99, que determina que não cabe aos profissionais da área o oferecimento de qualquer tipo de prática de “reversão sexual” por não se tratar de uma patologia (ou doença), que precise de tratamento. Mais uma vez, coube ao judiciário defender os direitos da comunidade!

10- Festival MARSHA

Nos dias 4 e 5 de abril, rolou no YouTube o Festival MARSHA Entra na Sala, primeiro festival online produzido exclusivamente por pessoas trans e contou com o patrocínio da Casa Chama e da loja Transludica e contou com nomes como Linn da Quebrada, Mel, Liniker Ventura Profana e Alice Guel, entre outras.

O nome do evento é em alusão à Marsha P. Johnson, uma ativista estadunidense conhecida pela sua luta a favor da libertação LGBT. A realização do evento contou com financiamento coletivo, que remunerou igualmente a cerca de 50 artistas que compuseram o line up.

O festival contou ainda com a edição Marsha entra no CCSP em maio e prepara uma nova edição nos dias 26 a 28 de junho, o Marsha Pride. Acompanhe todas as informações do festival aqui.

11 – Nickelodeon assume oficialmente que o Bob Esponja é um personagem LGBT

Bob Esponja, o personagem que foi citado como LGBT.

A Nickeloden usou as redes sociais para fazer um anúncio celebrando o Mês de Orgulho LGBT e aproveitou para homenagear alguns dos seus personagens que fazem parte da comunidade: Bob Esponja, o personagem e Schwoz Schwartz, da série “Henry Danger”, e Korra, da animação “Avatar: A Lenda de Korra”.

“Celebrando o orgulho com a comunidade LGBT e seus aliados este mês e todos os meses”, publicou a Nickelodeon no Twitter. Quanto amor, né? ❤️

12. O beijão da She-Ra no desenho da Netflix

Personagem icônica dos desenhos dos anos 80/90, She-ra ganhou uma nova versão mais atualizada nas mãos da Netflix. Além de estar mais alinhada com sua idade e bem menos sexualizada que no original, em She-ra e as Princesas do Poder, a princesa guerreira se envolveu afetivamente com Felina!. Você pode assistir as cinco temporadas aqui.

13 – Evento LGBT Baphos Periféricos do Rio de Janeiro que promove e visibiliza artistas trans e travestis

O evento ocorreu no Rio de Janeiro em comemoração ao Mês da Visibilidade Trans, onde trouxe artistas trans e travestis para promoverem o seu trabalho, com a colaboração da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS Rio). A travesti Quitta Pinheiro, produtora e fundadora da Baphos Periférios, diz que a comunidade trans vem conquistando seu espaço na cena musical. Link. Por muito mais quebradas tomando conta da comunidade LGBT!

14 – A Dominique Jackson fazendo um belo dum discurso sobre a LGBTfobia na HRC (Human Rights Campain), o maior grupo de defesa e dos direitos civis LGBTQIA+ dos EUA

Após de ganhar o prémio de Igualdade Nacional da Campanha de Direito Humano (HRC), uma organização não governamental por advogar em defesa das pessoas LGBT e dos direitos delas, a Dominique Jackson fez um maravilhoso discurso onde diz que respeito não se dá por opção, é uma exigência!

Uma parte do discurso dela: “MINHA COMUNIDADE MORRE TODOS OS DIAS. SEJA POR CONTA DO HIV /AIDS, OU DE TRANSFOBIA E HOMOFOBIA. EU TE PEÇO QUE CONSIDERE ISSO: É UM SER HUMANO. NÓS TODOS SOMOS SERES HUMANOS. É SOBRE SER INCLUSIVO. E EU NUNCA VOU PEDIR PARA VOCÊS ME RESPEITAREM, EU VOU EXIGIR.

15 – A Pabllo Vittar na capa da revista britânica Gay Times

A cantora Pabllo Vittar como capa da revista britânica Gay Times

É uma grande conquista para uma bicha afeminada, que veio da periferia do Nordeste e drag queen. Pabllo Vittar conquistou muita coisa para chegar onde está, sendo a capa de uma das mais importantes revistas LGBT do mundo e foi celebrada pela revista como uma das drags mais importantes do mundo. Ela ainda aproveitou a projeção para lembrar que o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais e um dos que mais matam LGB no mundo. Além da capa Pabllo fez muita parceria com artistas internacionais, uma turnê pelos EUA e até uma apresentação na ONU. Sucesso!

16 – Artistas negros e gays arrasando nas premiações

O rapper Lil Nas X

Apesar de ser bastante conhecido pelos ambientes rap, o cantor Lil Nas X se tornou o primeiro homem gay e negro a ser indicado ao Country Music Award, maior prêmio da música Country nos Estados Unidos  com o sucesso “Old Town Road”, canção que mistura rap e música country. Um orgulho para as manas gays e negras!

Quem também arrasou foi Billy Porter, que se tornou o primeiro homem assumidamente gay a ganhar o Emmy, na categoria Melhor Ator em série dramática, por seu trabalho na série “Pose”, além de muitos outros prêmios.

17. Finalmente “sair do armário” deixou de ser um problema para artistas

Se por décadas, artistas nacionais e internacionais tiveram que ocultar suas sexualidades do público por um temos de rejeição e até políticas das emissoras e estúdios, o cenário hoje é completamente outro. Na foto, Vitória Strada posa ao lado da namorada Marcella Rica, relação que se tornou pública e não mudou em nada a escalação da atriz como protagonista da novela das 19h da Rede Globo “Salve-se quem Puder”. Nesta coluna o Fefito fala um pouco sobre a questão e lembra outros tantos casais LGBT celebres.

18. A criação do coletivo LGBT “Tibira”

https://www.instagram.com/p/CATFk-JnXyx/

O coletivo Tibira, formado por pessoas indígenas, tem como proposta falar das questão do direito e cultural LGBT dentro da população originária dos países, consolidando em seu perfil no Instagram figuras de diferente países que estejam ligadas à cultura indígena! Trabalho maravilhoso que deve ser muito fortalecido!

19. A posse das primeiras deputadas trans do Brasil

https://www.instagram.com/p/Briq-tynkS2/

A educadora Erica Malunguinho se tornou a primeira deputada trans eleita do país, assumindo uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, onde tem se mostrado uma figura fundamental na manutenção dos direitos das populações minorizadas. Ainda em São Paulo, Erika Hilton foi eleita em um formato diferente: ela é co-deputada da Mandata Ativista que elegeu Monica Seixas e outras oito pessoas para o cargo. No mesmo molde, Robeyoncé de Lima é co-deputada pelo mandato coletivo Juntas, em Pernambuco. Saiba mais sobre elas aqui.

20. As apresentações históricas dos espetáculos “Segunda Queda” e “O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha do Céu” no Oficina

Em 2019, Renata Carvalho apresentou o monólogo “O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha do Céu” no icônico Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, já em 2020 foi a vez do espetáculo “Segunda Queda” com um elenco e produção totalmente composto por pessoas trans ocupar o espaço. Evoé!

E agora conta pra gente, quais mais momentos de 2019 e 2020 que fizeram você sentir orgulho em ser LGBT?

 

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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