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8 Documentários LGBT para assistir durante a quarentena. Parte 1

E dando continuidade na nossa série de posts dando dicas de conteúdos LGBT para tempos de quarentena (e para vida toda) que começou com 40 filmes LGBT para ver e rever e a primeira parte da lista de curtas LGBT selecionados pelo Fábio Leal  selecionamos agora 8 documentários para conhecer ainda mais a comunidade.

Infelizmente nem todos estão na Netflix mas podem ver no Stremio (um aplicativo que pode baixar no PC/Mac e no celular e é to-tal-men-te gratuito!!) ou baixar usando o torrent.

Para começar, temos o íconico e aclamado “Paris is Burning?, um filme-documentário de 1990 dirigido pela Jennie Livingston, que atualmente é produtora-consultora da série Pose, do canal estadunidense FX. Filmada na segunda metade dos anos 80,  apresenta a cultura do baile na cidade de Nova Iorque e a vida dos LGBT latinos e afro-americanos além da comunidade trans. O documentário aborda ainda a exclusão social, pobreza, raça, classe social e gênero nos Estados Unidos. Recomendo demais, viu? Tem na Netflix e para quem não tem assinatura lá, consegue achar no Stremio/Torrent!

Paris Is Burning acompanha a vida dos bailes de vogue em NY nos anos 80

“São Paulo em Hi-Fi” é um documentário do Lufe Steffen que apresenta a noite gay paulistana dos anos 60 – 80 trazendo histórias das dançarinas, dragqueens que se apresentavam nas celebres casas noturnas da capital, dos LGBT que brilhavam nas imediações da Augusta e o embrião do que viria ser a Parada de Orgulho LGBT de São Paulo, onde 1000 LGBTs protestavam pedindo respeito, direitos e o fim das repressões policiais. O filme também cita a chegada do HIV/AIDS à comunidade em São Paulo e o tabu de ser LGBT na terceira idade! Não tem nas plataformas de streaming porém pode baixar na Internet.

São Paulo em Hi-FI – documentário que conta sobre a vida noturna LGBT paulistana nos anos 60 até 80.

O “Celulloid Closet”, produzido por Robert Epstein e Jeffrey Friedman, é um documentário franco-britânico de 1995 baseado no livro homônimo de Vito Russo, e conta com entrevistas com vários homens e mulheres conectados à indústria cinematográfica de Hollywood comentando várias passagens  e trazendo experiências pessoais em como lidar e atuar com/como personagens LGBT. A reflexão se dá em especial pela censura instaurada pelo Código de Produção de Hollywood, também conhecido como Código Hays, onde se estabeleceu um “código moral”a ser seguido pela industria que em linhas não escritas proibia a exibição de relações homossexuais. Não tem na Netflix mas dá para baixar no Stremio ou torrent.

Documentário The Celluloid Closet

Em seguida vem o brilhante “A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson”, um documentário que traz a trajetória e a vida da ativista Marsha, que lutou pelos direitos das pessoas trans e teve o papel fundamental na rebelião de Stonewall, em 1969, uma série de manifestações onde os LGBT lutaram contra os policiais que invadiram o bar Stonewall Inn, em NY  (espaço de sociabilização pró-LGBT) em nome das leis anti-LGBTfóbicas. Tem na Netflix e no Stremio.

A lendária Marsha P. Johnson que foi uma das que fez a Rebelião de Stonewall acontecer.

Tem o documentário nacional que recomendo muitíssimo assistirem: “Meu amigo Cláudia:, dirigido por Dácio Pinheiro, sobre a trajetória da Cláudia Wonder, uma travesti que marcou a cena paulistana dos anos 80! A Cláudia ficou conhecida por suas performances e apresentações musicais na noite de São Paulo e também ganhou notoriedade por sua militância em prol do livre exercício da diversidade sexual. Além de seus disputados shows, atuou em filmes da Boca do Lixo de São Paulo e participou de espetáculos dirigidos por Zé Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina. Não tem na Netflix/Stremio mas tem para fazer download no Torrent.

Claudia Wonder em diversos momentos da vida

E o documentário “Meu Nome é Jacque” que, sob direção da Angela Zoé, conta a vida da Jacque, uma mulher transexual brasileira que vive com HIV há mais de 20 anos e é militante pela causa. Tem a vida marcada por lutas e conquistas, chegando a trabalhar como representante do governo brasileiro e na ONU. O roteiro começa na infância de Jacque e vai até a fase adulta, atravessando a adolescência, os primeiros amores e a descoberta do vírus. O maior trunfo do projeto é a própria figura da biografada. Jacqueline é espontânea, extrovertida, detentora de senso crítico sobre o mundo que a cerca. Dá para assistir no Videocamp

Jacque Cortês, a entrevistada do documentário.

E indico também o filme francês “Les Travestis Pleurent Aussi”, do diretor Sebastino d’Ayala Valva, que conta a história de travestis do Equador marginalizadas e atuam em Bois de Boulogne Paris como profissionais do sexo. São relatos de sofrimento, dor, orgulho, preocupação e oscilação entre o otimismo e o fatalismo. Não tem em plataformas de streaming mas tem para baixar no Torrent.

A Mujeron, uma das protagonistas do documentário.

“Carta para Além dos Muros”, dirigido por André Canto, é uma produção brasileira de grande destaque que fala sobre o percurso do HIV e da AIDS no Brasil, por meio de entrevistas com ativistas, médicos, pacientes e outras pessoas envolvidas com o tema. Mostra o pavor inicial que a população tinha em relação às campanhas de conscientização, o estigma que da sociedade com pessoas vivendo com o HIV e as dificuldades na luta para que o vírus deixe de ser visto como um monstro. Destaque para participação de  Dráuzio Varella.  Tem na Netflix e é super recomendado!

Carta para Além dos Muros, um documentário sobre HIV/AIDS.

Espero que tenham gostado das indicações e se tiver recomendações é só deixar nos comentários.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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