BLOG

[Entrevista] Renata Carvalho: “Ser travesti salvou a minha vida”

A primeira vez em que vi a Renata Carvalho foi em 2016 na peça “Zona” do grupo “O Coletivo”, que se apresentavam em casa, na cidade de Santos, litoral de São Paulo. O espetáculo acontecia nas ruas da região portuária e finalizava em um bar/puteiro. A presença de Renata era uma grande pauta, afinal, uma atriz trans em cena ainda era coisa rara. No mesmo ano veio o estrondoso sucesso “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, onde Renata vivia Jesus, uma travesti, nos dias atuais, que assisti no Sesc Pinheiros.

Quando a Casa 1 abriu em 2017, Renata veio na festa de inauguração e já fã, fiquei emocionado e agradecido. Semanas depois uma nova visita, dessa vez na Biblioteca Caio Fernando Abreu, pegou em mãos o livro “Manifesto Contrassexual”, de Paul B.Preciado. “Eu estava louca atrás desse livro”, disse para o amigo que a acompanhava.

No mesmo ano, graças ao prêmio Zé Renato, fez uma apresentação do “Evangelho…” na calçada da Casa 1 que ainda não contava com a estrutura do galpão. Foi a coisa mais espetacular que já presenciei: algumas pessoas passavam pelo meio da cena xingando, durante as falas, gritos de gol ensurdecedores vinham das janelas por conta de uma final de campeonato de futebol onde jogava Palmeiras e Corinthians, que fizeram com que Renata tivesse que rebolar e muito. Assisti a peça em vários outros contextos, e na minha opinião, nenhuma das vezes foi tão potente quanto naquele dia na calçada.

Com “Evangelho…” Renata se apresentou ainda outras três vezes na Casa 1, duas no Galpão Casa 1, durante a programação da exposição “Descoberta – Construção do Corpo Nú”e na “I Semana de Visibilidade Trans”, em 2017 e 2018 respectivamente. Ambas lotadas. Ainda que eu ache até hoje que a apresentação na calçada seja sublime, sempre me senti em dívida pela falta de estrutura que peça e atriz mereciam então para a segunda edição da Semana de Visibilidade Trans conseguimos o icônico Teat(r)o Oficina Uyna Uzona.

Renata aplaudida em pé pelo público no Teatro Oficina. Foto: Carla Carniel

A apresentação no Oficina foi histórica, mais de 400 espectadores, pelo menos um quarto deles e delas trans. Confesso que senti um pouco de medo, o gigantesco Oficina em geral conta com uma centena de atores em cena compondo um coro para dar conta de todo aquele espaço projetado por Lina Bo Bardi: será que a Renata daria conta sozinha? Não só deu como foi aplaudida por mais de 15 minutos.

No dia seguinte me confidenciou que não tinha conseguido dormir depois de tamanha adrenalina e por falta de planejamento nosso teve que apresentar “Domínio Público”, junto com outros artistas censurados recentemente. Nessa peça Renata atua, co-dirige e também é responsável pelo seu texto. Completíssima. Por isso tudo e muito mais que falaremos a seguir, a atriz dá nome ao nosso ateliê de artes plásticas e também foi a primeira pessoa que pensei para abrir essa série de perfis que desejo fazer ao longo do ano aqui no blog da Casa 1.

Dentro de mim mora outra

Esse é o título do espetáculo de 2012 onde Renata contava sua história até então, mesmo ano em que se junta a companhia de teatro santista “O Coletivo”. Nascia ali o que seria o primeiro passo dos estudos da transpóloga, título que usa para se referir a sua pesquisa de antropologia dos corpos trans, a Transpologia. A cronologia de Renata vai e vem, refletindo sua inquietação e pensamentos borbulhantes que fazem com que tenha pelo menos quatro livros em processo de escrita na gaveta, além de muitos outros tantos projetos.

“Comecei ator mas passei para diretor porque me foram negados papeis masculinos pela minha feminilidade fora dos palcos. Sempre me restavam apenas personagens como Veludo de ‘Navalha na Carne’ e Giro de ‘Abajur Lilás'”, relata se referindo aos textos de Plinio Marcos e a si mesma no masculino do passado. Renata especificamente não ignora ou esconde o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento, mas o uso do gênero masculino se encerra assim em que relata sua aproximação com a população trans e consequentemente do seu processo de transição: “Eu não tinha entendimento do meu percebimento travesti e isso só aconteceu em 2007 quando fui ser agente de prevenção voluntária com a população trans”, explica.

Em 2009 volta aos palcos como atriz em “Nossa Vida Como Ela É”, baseada na obra de Nelson Rodrigues, outra referência da vida teatral. “Tenho proximidade do Plinio porque além da obra ele é de Santos e o Nelson porque vejo em seu texto diversidade, ele fala sobre as mulheres, a forma como ele desvelava a burguesia brasileira era algo raro. Nelson desvendava a podridão da classe média”, explica contando que leu “O Anjo Pornográfico”, biografia do jornalista e dramaturgo escrita por Ruy Castro, pelo menos quatro vezes.

Baseado em Nelson Rodrigues fez “Nelson Futebol Clube”, em 2001 e na direção, “Pelo Buraco da Fechadura” em 2004, peça que pretende revisitar com elenco trans no futuro. No entanto Renata faz questão de deixar claro: “não gosto do Nelson como pessoa, acho que ele era um escroto machista”. Pergunto então a ela se é possível separar a obra do criador, tendo em vista o debate recente sobre a obra de nomes como Woody Allen e Roman Polansky. “Tanto os que você citou quanto o Bertolucci eram privilegiados e ocupavam uma posição de domínio e usaram isso para fazer coisas horríveis, quando se trata desse lugar moral eu não consigo diferenciar a produção de quem produz, o Woody Allen é um grande, mas é também um grande filho da puta – não, filho da puta não porque não tem nada de errado em ser puta – filho do Bolsanaro é melhor”, finaliza dando uma alta gargalhada.

A arte como reflexo da sociedade

“Uma obra deve ser lida no seu tempo, para que eu vou montar Romeu e Julieta sem trazer o olhar de hoje? Me interessa como a arte colabora para criação do imagético da travesti, do negro, da mulher, da loucura”, discorre a atriz defendendo as encenações de textos com novas roupagens e significados. “Tem que se fazer releituras sim, uma obra é aberta para ser lida, dissecada, discutida. A partir do momento em que você ressignifica um texto isso já é uma voz própria e uma crítica do seu tempo“, explica diante da minha pergunta sobre as dezenas de remontagens que tomaram os palcos nos últimos anos sob perspectiva dos corpos dissidentes, entre eles “Maquina Branca” da Ave Terrena e “Gota d’Água Preta” de Jé Oliveira. “O Gota é um bom exemplo, como a gente nunca percebeu que se passa todo em uma favela e todas as Joanas eram brancas?” Sobre a peça, aproveita o gancho e vai além: “Porque só agora o Jé Oliveira, um diretor negro, ganhou um prêmio Shell”, se referindo ao fato do prêmio que só depois de 32 anos de existência, em 2019, premiou um diretor negro.

A resposta para a pergunta que faz, ela mesma responde: “É um círculo vicioso onde sempre ficam os mesmos, não tem uma amplitude do olhar. A gente só exalta alguns artistas, só  tem os mesmos artistas circulando e eles se auto premiam e prêmio é um lugar de prestigio social, de exemplo e nossos corpos não podem ser exemplo. Aí os milhões acabam indo sempre para o Bob Wilson, para o Gerald Thomas, pro Felipe Hirsch, para a Daniela Thomas, a Bia Lessa, enfim, esses nomes que podem fazer o que quiser”, e cita ainda o grupo mineiro Galpão “que fazem cenários que abaixam, levantam, rodam o Brasil enquanto grupos independentes já começam um espetáculo pensando em diminuir o cenário e o elenco para caber em uma van e poder circular”, conta.

Renata emocionada agradecendo o público de “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”

Para Renata, além das patotas, o olhar colonial em cima da arte é o motivo da mesmice e pouco espaço para corpos dissidentes. “Não podemos mudar as coisas fazendo as mesmas coisas. Precisamos mudar o modo como fazemos arte porque em vários momentos da história fizemos arte de forma irresponsável” afirma a atriz lembrando que o trabalho de hoje vai ter impacto daqui 50 anos: “Estamos mudando o olhar, reorganizando esse olhar, tirando o olhar da branquitude, da cisgeneridade” e complementa falando de outros corpos como o das pessoas gordas, com deficiência, dos corpos positivos, entre outros. “Precisamos tapar o buraco da arte que não nos coloca em destaque, com histórias aprofundadas, verticalizadas, humanizadas”e cita os espetáculos “Isto é Um Negro” do grupo E Quem é Gosta?, “As 3 Uiaras de SP City” da Ave Terrena, “Manifesto Transpofágico”de sua autoria e a performance “Macaquinhos” que agitou a cena quando estreou em 2014.

Luta contra o transfake

Dentre as muitas batalhas públicas que travou em prol da visibilidade trans e de outros tantos corpos, está o embate com a Cia. Mungunzá de Teatro pela montagem “Luís Antônio Gabriela”, com texto e direção de Nelson Baskerville de 2011. “A peça era um pedido de desculpas que não se desculpou, um texto muito desrespeitoso, com um homem cisgênero interpretando a Gabriela e eu saí do teatro nervosa querendo voar em todo mundo”, conta. Depois de anos de luta e debates públicos, a companhia escalou em 2018 a atriz Fabia Mirassos para assumir o papel de Gabriela. “Quando vi a Fabia chorei, nada mudou mas tudo mudou”, aponta explicando que aquele corpo em cena eliminou muitos esteriótipos como por exemplo o de que um corpo de uma travesti é um corpo masculino.

Fundadora do “MONART – Movimento Nacional de Artistas Trans” (travestis, mulheres e homens trans e pessoas trans não binárias) e do “Representatividade Trans”, movimento que luta contra o TransFake, ou seja, pessoas cisgêneras interpretando pessoas trans. Renata explica que a luta é maior do que a atuação:”Primeiro temos que falar sobre proporcionalidade, quantas pessoas trans estão interpretando pessoas cis? Quantas trans estão interpretando trans? Quantos corpos trans estão fazendo parte da construção de uma obra? E não estou falando apenas sobre atuação, estou falando de direção, iluminação, cenário, figurino”, detalha, explicando ainda que “não somos um corpo humanizado, então a justificativa dada é que não temos o poder de humanizar um personagem e por isso acabamos não tendo espaço na arte“.

“Quando a gente fala de travesti fala de corporeidade (termo da filosofia para designar a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo), quando fala de corporeidade fala de colonização, de neocolonialismo, de liberalismo, neoliberalismo, capitalismo. É sobre quais corpos são válidos e quais não são. É muito mais vertical do que estar interpretando um corpo trans”, afirma esvaziando completamente as críticas de que a luta pela representatividade e pelo fim da prática do Transfake é apenas uma questão de ego ou do politicamente correto.

Renata aponta que existem sim muitas narrativas para corpos trans, mas por serem contadas sempre a partir de corpos (e vivências) em geral brancos e cisgêneros, faz com que a imagem consolidada seja sempre pejorativa. “Sob a perspectiva religiosa nossa narrativa é de que somos corpos sem almas, sem Deus, endemoniados; sob a perspectiva médica somos um corpo patologizado, doente; sob a perspectiva legal somos corpos criminalizados, ainda hoje ligados a crime sexuais. Isso tudo sem contar a narrativa carnavalesca, da construção caricata do nosso corpo, algo que chamo de transfobia recreativa”, desabafa.

O caminho até chegar nesse ponto da reflexão e pensamentos segundo a atriz foi longo. “Quando transiciono junto com o trabalho de agente de prevenção voluntária começo a estudar o corpo trans sob a perspectiva da saúde, da psicologia, da psiquiatria, mas com o trabalho em teatro passo a ver peças, filmes, livro e me dou conta de que não existem livros contando nossa história, apenas a nossa exclusão“. O passo seguinte seria uma aproximação do feminismo negro e da interseccionalidade, em especial da leitura de nomes como Djamila Ribeira, Carla Akotirene, Joice Berth, Angela Davis e Audre Lorde, onde “vejo que a ‘culpa’ da minha exclusão não é minha, é da exclusão do meu corpo. Quando me percebo travesti eu mudo meu olhar, eu amplio meu olhar, tenho outro entendimento do meu corpo e do mundo e por esse entendimento ampliado de tudo digo que ser travesti salvou a minha vida”.

E se engana quem acredita que Renata defende cegamente que relação e o conhecimento dos corpos é algo inerente das pessoas trans: “Não é porque se é uma pessoa trans que você tem um entendimento do corpo trans, na arte por exemplo, tem representatividade que não representa porque aquelas pessoas não tiveram tempo para pensar no corpo”, e sabe que a exclusão sistemática da população é um dos principais motivos, ” a grande maioria das travestis não tem tempo para pensar o que significa seu corpo, elas estão correndo atras de viver, de pagar conta, conseguir um trabalho, afeto, saúde mental”, pontua reconhecendo seus privilégios.

“Estou no teatro há 24 anos e teatro é a arte da repetição, eu tive tempo para ver, rever, falar, estudar e de poder me expressar pela minha arte”, celebra citando outros nomes que também tiveram essas oportunidades e a inspira: as dramaturgas e atrizes Ave Terrena, Leonarda Glück, Marina Matei, a artista -educadora Dodi Leal, as cantoras Linn da Quebrada, Raquel Virgínia, Assucena Assucena e Danna Lisboa, a publicitária, ativista e multi artista Neon Cunha, a professora e doutora Jaqueline Gomes de Jesus e as deputadas Erika Hilton e Erica Malunguinho.

Se como Renata mesmo diz, os livros não contam a história dos corpos trans, apenas da exclusão, vão ser nas pessoas que vai buscar inspiração e conhecimento. “Foi e é pra mim essencial ter referencias trans, então eu quero falar de Keila Simpson, Giovana Baby (ativistas da  ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Symmy Larrat (ativista e ex presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), Indianare Siqueira (ativista e fundadora da Casa Nem)”, citando ainda nomes de figuras que já nos deixaram mas foram fundamentais para o movimento, como Cláudia Wonder, Phedra de Córdoba, Brenda Lee e Andrea de Mayo.

Depois de anos de lutas e de prática, veio então a calma, a voz ganhou um tom calmo, pausado e microfonado em “Manifesto Transpofágico”, espetáculo que estreou em 2019 na “Mostra Internacional de Teatro” e que a atriz entende como uma espécie de continuação do seu primeiro monólogo “Dentro de Mim Mora Outra” só que mais voltado para a história da sua comunidade, ainda que costurado pela sua trajetória pessoal. “Quando comecei o ‘Representatividade Trans’ e com as censuras que sofri e ainda sofro com o Evangelho fiquei conhecida como violenta, como um corpo bélico, que causa desconforto”, relembra contando ainda que acabou inclusive adoecendo. “É difícil defender o óbvio todo dia mas aprendendo sobre comunicação não violenta e com a Djamila Ribeiro, entendi que para chegar em determinados lugares preciso falar de outra forma”, finaliza.

“Manifesto Transpofágico” se tornou rapidamente um sucesso de público e crítica mas mesmo com a fala calma Renata sabe que não se trata de um texto suave: “Ele (o espetáculo) já é violento pelo o que eu conto e eu não queria abalar o que eu chamo de fragilidade cisgênera – que se abala fácil, então quando a gente fala alto as pessoas botam a culpa nisso, por isso sigo calma em cena”, explica a atriz que passa praticamente todo o espetáculo apenas de calcinha: “Manifesto vem para colocar o corpo trans em discussão e eu literalmente me desnudo no palco para que isso aconteça. Eu quero jogar o meu corpo travesti nas pessoas, eu passo bunda, passo peito na plateia, para que as pessoas naturalizarem esse corpo”, explica.

Outro sucesso recente é a participação no longa “Vento Seco”, de Daniel Nolasco onde interpreta Paula, uma mulher cis sindicalista que trabalha em uma fábrica de fertilizantes e é segundo a atriz, “a parte solar do longa”. Além de Renata, outros dois atores trans interpretam pessoas cis na trama, algo importante tendo em vista as escassas oportunidade de trabalho desses corpos. O longa estreou no Festival de Berlim com ótimas críticas e tinha sua estreia nacional programada para o final do ano no Festival Mix Brasil, mas carece de confirmação por conta da pandemia do novo Coronavirus. Além do longa, Renata também gravou “Primeiros Soldados” de Rodrigo de Oliveira, que fala sobre os primeiros casos de HIV/AIDS na cidade de Vitória, no Espirito Santo, sem estreia prevista.

Com tantos projetos e com o avanço de outros tantos atores e atrizes trans pergunto então se já caiu por terra a justificativa de que o público não estaria pronto, tão defendida por quem cria os espetáculos, filmes e programas de TV e a resposta vem afiada e rápida: “Se o público não estiver pronto, vai ter que ficar. A arte precisa se responsabilizar pelo que contrói e pelo que já ajudou a construir” e cita três longas lançados no ano anterior (2019) que ainda contam com a prática do Transfake, “Veneza”, de Miguel Falabella (um dos campeões da prática, diga-se de passagem), “Bate Coração” de Glauber Filho e “Greta”, de Armando Praça, não coincidentemente dirigidos por três homens brancos cisgêneros. “É o que eu chamo de continuidade do pacto da branquitude e da cisgeneridade, onde quem escreve e dirige faz sem estudar, sem entender as vivências trans, muitas vezes sexualizando e criminalizando esses corpos e consequentemente tirando humanidade deles”, pontua.

Para o futuro, os desejos são muitos, “quero que todas as pessoas trans trabalhem com o que querem, que tenham uma vida saudável, saúde mental, eu não trabalho para mim, trabalho para as que estão começando, as que estão nascendo hoje e nem sabe que são travesti, para que elas envelheçam” diz se referindo à expectativa de vida da população trans que é de 27 à 35 anos, expectativa essa que Renata diz ter o privilégio de ter ultrapassado mas que a idade que realmente almeja é 55 anos porque “aí eu vou ter vivido mais como Renata do que como Ricardo“, diz.

No campo do trabalho, ela que recentemente ingressou na faculdade de Ciência Sociais deseja, junto do trabalho artístico, criar um mapa da prostituição e a diáspora travesti na Europa e trabalha em uma versão para “Grandes Sertões: Veredas” de Guimarães Rosa com um elenco todo trans: “Vai ser o Trans Sertrans Veredas com o Riobaldo transicionando e chamando Renata, talvez ambientado em São Paulo, num corpo atemporal. A ideia é começar como um livro e depois peça”, conta. Inquieta que é, também tem no radar uma série ou filme sobre Gisberta e um longa com a atriz Fernanda Montenegro. “Esse texto já tá até pronto e conta a história de uma trans que é criada pela avó mas quando transiciona é expulsa de casa e retorna depois de décadas para cuidar dessa avó com Alzheimer”, e completa com a cena que tem clara na cabeça: “Eu sorrio para minha avó e ela diz ‘nossa, você tem o sorriso do meu neto'”, finaliza.

Cabe agora a nós, reles mortais, esperar esse furacão que é Renata colocar em prática todos esse grandes projetos. Evoé!

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

Notícias Relacionadas

Em 2024, Masp terá programação focada na diversidade LGBTQIA+

Casa 1 realiza primeira chamada aberta do ano para educadores e ofi...

Inscrições para o projeto Plataforma Conexões 2024, do Museu da Lín...

Espetáculo teatral “INVISÍVEL” estreia em São Paulo e a...

Musical sobre ativista Herbert Daniel estreia em São Paulo no Núcle...

Coletiva de teatro Rainha Kong apresenta obra sobre a trajetória da...

Festival Mix Brasil tem programação gratuita no Teatro Sérgio Cardoso

Primeiro solo de Carol Duarte estreia em São Paulo

“Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica” conta a história...

CASA 1 RECEBE EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE CÉU RAMOS,  ARTISTA INTERSEXO

COLETIVO CONTÁGIO TRAZ IDAS E VINDAS NO TEMPO COM HISTÓRIAS QUE ENV...

Teatro, dança e performance compõem o Tríptico A Morte da Estrela, ...