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32 poetas vivas

Este post contou com a colaboração de Luiza Dias, professora e pesquisadora de Recife-PE.

Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que esta é uma lista insuficiente, afinal, nem ela e nem qualquer outra dará conta da infinidade de poetas e escritoras que atuam ou que estão surgindo a cada momento no Brasil (nosso chão é bom). E é justamente do entusiasmo pela insuficiência desta lista que ela própria surge.

E que bom que elas existem: em 1979, por exemplo, foi exatamente uma lista entitulada “26 poetas hoje” e organizada e publicada pela ensaísta e professora Heloísa Buarque de Hollanda, que projetou a poesia underground feita na época, nos trazendo autores e autoras fundamentais para produção poética e marcando uma virada de linguagem, inclusive. Mas não que esta nossa tenha tais pretensões (no máximo pegamos o título da publicação emprestado como inspiração para dar nome ao post).

Muitos podem pensar que poesia é uma coisa enfadonha, empoeirada, que ficou parada no tempo. Ou mesmo que é uma arte inútil. Mas trago outras notícias: a poesia está vivíssima, elétrica, correndo ramificada pelo país e sendo um dos radares mais precisos dos nossos tempos. Mais do que nunca, a poesia brasileira tem cumprido um de seus papéis mais importantes, que é o de manter a nossa imaginação em pleno funcionamento diante de um sucateamento da própria palavra, fenômeno tão comum de uns anos pra cá.

Como resgatar e expandir os sentidos que as palavras perderam? Como aproximá-las dos acontecimentos da vida e vice-versa? Como oxigenar a nossa relação com elas? Talvez esteja aí – e não só – o ‘pra quê’ da poesia.

Este é então um convite para que você se aproxime e decifre – aos poucos, verso por verso, página por página – o que a poesia tem a ver com você, agora. Porque tem. E aqui abaixo estão 32 poetas brasileiras vivas e à todo vapor que comprovam isso:

adelaide ivánova

A pernambucana Adelaide Ivánova mora em Berlim e é uma poeta que acredita no poder do coletivo. Além do seus mais recentes livros, “O Martelo”  – que ganhou o Prêmio Rio de Literatura 2018  – e ” 13 nudes”, ela também é responsável por organizar o zine independente “Mais Nordeste Por Favor”, publicando e ao mesmo tempo catalogando poetas do nordeste do país, no intuito de expandir os horizontes das publicações concentradas no sudeste. O zine já conta com três edições que podem ser acessadas aqui, aqui e aqui.

ave terrena alves

Ave Terrena é poeta, atriz, dramaturga e professora. Com o seu mais recente livro “Segunda Queda” registra os fazeres e sentires de sua vivência travesti. Além de compor o corpo docente da Escola Livre de Teatro de Santo André, transformou os versos do livro em cenas para uma peça homônima, que conta com um coro de atrizes e atores trans e não-bináries. Neste ano tivemos a honra de assistir “Segunda Queda” nos palcos do Teatro Oficina, compondo a programação da 2ª Semana de Visibilidade Trans da Casa 1, que pode ser assistido neste link.

angélica freitas

A gaúcha Angélica Freitas tem um dos livros de poesia mais conhecidos da recente geração de lançamentos brasileiros. Publicado em 2012, “O útero é do tamanho de um punho” (assista a um trecho lido pela poeta aqui) trata dos padrões sociais da mulher de forma crítica e  sarcástica. Em 2019, o livro foi alvo de moção de repúdio por deputados do PSL na Assembléia de Santa Catarina, porque havia sido indicado como uma das leituras para o vestibular de 2020 das Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). O episódio ganhou repercussão nacional e provou a força das palavras de Angélica. Além disso, ela e a cantora, musicista e atriz Juliana Perdigão realizam juntas algumas performances que unem poesia, música e teatro, como “Crianças Kids” e “Canções de Atormentar”. Esta última pode ser assistida aqui.

Alice Ruiz

Poeta, tradutora, haicaísta, letrista, Alice Ruiz é um nome referencial para a poesia brasileira. Feminista, possui mais de 20 livros publicados, tendo em 1989 recebido o prêmio Jabuti por Vice-versos (editora Brasiliense). Alice também é reconhecida por escrever haikai, esta forma poética de origem japonesa e feita com pouquíssimos versos, praticada por nem tantos escritores no Brasil. Também escreve letras de músicas e textos feministas. Nesta entrevista, Alice abrange toda a sua relação com a literatura e sua perspectiva feminista de mundo.

Ana Martins Marques

Desde Belo Horizonte, Ana Martins Marques observa e registra as minúcias do aqui e do agora. Com o seu ótimo “O Livro dos Jardins”, lançado no ano passado pela Editora Quelônio, reúne 21 poemas em torno do tema das plantas e dos jardins. O livro possui particularidades técnicas e poéticas especiais: o texto dos poemas foi composto em linotipia, uma técnica tipográfica que produz linhas de chumbo que servem de matriz para a impressão. O papel utilizado na capa é artesanal, feito com resíduos vegetais e aparas industriais de papel.

Annita Costa Malufe

Annita Costa Malufe é das poetas que habitam o fazer da escrita e o fazer acadêmico como pesquisadora e professora de pós graduação. Já com alguns livros publicados,  o quinto e mais recente “Um caderno para coisas práticas”, é uma das principais investigadoras do trabalho da também poeta Ana Cristina César (nome marcante da poesia marginal brasileira que recebeu homenagem na FLIP de 2016), tendo publicado ensaios importantes para a bibliografia voltada para a poeta. Aqui, um áudio completo da mesa “A teus pés” na Flip em questão, onde Annita e outras duas poetas, Marília Garcia e Laura Liuzzi, conversam sobre a vida e a obra da Ana Cristina.

Bell puã

Sem dúvidas a jovem poeta pernambucana Bell Puã tem chamado a atenção com sua escrita e atuação para além do circuito tradicional das editoras. Ela se tornou um dos principais nomes do slam brasileiro, sendo a vencedora do Slam BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada em 2017, e ainda representando o Brasil no Grand PoetrySlam, em Paris, no ano de 2018. Aqui  e aqui você assiste a alguns trechos da final de 2017 em que Bell saiu vencedora e aqui, a performance que ela apresentou na FLIP de 2018.

Bruna Beber

Bruna Beber é poeta, escritora e tradutora. Natural de Duque de Caxias, Bruna já publicou 5 livros, o primeiro “A fila sem fim dos demônios descontentes” em 2006 pela editora 7Letras e o mais recente “Ladainha”, lançado pela editora Record em 2017, cujos poemas foram gravados pela autora e estão disponíveis em áudio no seu Soundcloud.

Cafira Zoé

De Minas Gerais, Cafira Zoé é poeta, artista visual e atua no Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, em São Paulo. Publicou seu primeiro livro pela recente editora Fera Miúda, entitulado “quando sonham os cães”. Já publicou alguns de seus poemas neste post do site Ruído Manifesto, o texto “carta ao cultivo pela aliança vital” em defesa do Teatro Oficina e recentemente este conto de ficção para a série “A céu aberto” da N-1 Edições. Além disso, Cafira compôs a primeira exposição de arte da Galeria Reocupa, projeto de artes da Ocupação 9 de Julho. É também um dos nomes à frente da articulação e estratégia do Parque do Bixiga, em conjunção com outros pontos de resistência como a própria Ocupação 9 de Julho, a Casa 1, o Movimento Terra e Liberdade e mais.

Camila Valones

Artista visual, poeta, cientista e mais, Camila é das que desafiam a escrita. Costuma trabalhar com a criação de poemas-título, como assim define, publicando estas formulações pensantes por diferentes meios como bandeiras, faixas, muros e camisetas, propondo assim uma reflexão sobre o próprio fazer poético e a noção de publicação. É uma das artistas que compoem a Kuceta Plataforma, organização transfeminista interseccional que articula trabalhos de artistes brasileires. Também é uma das propositoras das ações do “teatro de sanidades”, trabalho que compôs a mostra “Arte-Veículo” em 2018 no Sesc Pompéia e que pode ser assistido aqui. Realizou no final de 2019 sua primeira exposição solo “Como? Criando Costumes” no Museu Murillo La Greca em Recife, sua cidade natal.

Catarina Lins

De Florianópolis, Catarina Lins foi, em 2018 , uma das finalistas na categoria poesia do Prêmio Jabuti, talvez a  mais tradicional premiação literária do país, com seu livro “O Teatro do Mundo”. O livro, lançado em 2017 pela editora 7Letras, é composto por um único poema, dividido em 12 partes que permitem que o leitor se relacione com o texto de forma única ou em etapas. Também lançou o seu mais recente “Na capital sul-americana do porco light” (7Letras, 2018).

Conceição Evaristo

Mineira de Belo Horizonte, Conceição Evaristo talvez seja mais conhecida como escritora de contos e romances que de poesia. Mas seu livro “Poemas da recordação e outros movimentos” lançado pela Editora Malê em 2008 é um belo exemplo da potência de sua escrita, abrindo espaço para sua poética em versos. Inclusive, o livro teve uma nova edição bilíngue publicada pela renomada editora francesa Éditions des femmes-Antoinette Fouque, em 2019 . Conceição começou a publicar em 1990, numa série de antologias de “Cadernos Negros”. Seu primeiro romance, “Ponciá Vicêncio”, foi publicado em 2003. Posteriormente, vieram “Becos da memória” (2006), “Insubmissas lágrimas de mulheres ” (2011), “Olhos d’água” (2014) e “Histórias de leves enganos e parecenças” (2016). Nesta entrevista, de fevereiro deste ano, a escritora explica sobre seu processo criativo e sua “escrevivência” negra.

cristiane sobral

A escritora, poeta, atriz, diretora e professora de teatro Cristiane Sobral é carioca e mora em Brasília desde a década de 90.Há mais ou menos 20 anos, foi a primeira mulher negra a se graduar no curso de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), marco determinante para a sua própria produção artística. Além de um longo currículo no campo docente das artes cênicas como coordenadora de Artes Cênicas e professora de teatro na Faculdade Dulcina de Moraes, na Faculdade Anhanguera e na própria UnB, Cristiane publicou o seu mais recente “Terra Negra” e teve seu primeiro texto dramatúrgico “Uma boneca no lixo” remontado 20 anos depois pelo diretor de teatro uruguaio Hugo Rodas, outro importante nome do teatro brasiliense.

Carla Diacov

O intrigante título “A menstruação de Valter Hugo Mãe” dá nome a um dos livros da poeta Carla Diacov. Publicado em 2017 com edição do próprio escritor português no projeto não comercial Casa Mãe de Portugal, “A menstruação..” pode ser lida como um desdobramento, em palavras, para os desenhos que a poeta já realizava com sangue. Ou seria o inverso? De fato, temas como o sangue, o corpo, a mulher, dentre outros, estão presentes em seus escritos. Com alguns livros publicados, um deles “bater bater yuri” de 2017 pode ser lido online aqui.

dodi leal

Também atuante no teatro, Dodi Leal é um nome importante para o campo da pesquisa e da docência das artes cênicas, sendo atualmente professora da Escola Livre de Teatro em Santo André. Recentemente lançou o seu “De trans pra frente”, livro de poemas publicado em 2017 pela Editora Patuá. Vinda da psicologia social, é no teatro que Dodi passa a experimentar e teorizar sobre performatividade, representação e gênero. Nesta excelente entrevista para o canal Desaquenda ela conta toda a sua trajetória e principais ideias.

elisa lucinda

Elisa Lucinda dispensa apresentações. Com sólida carreira nas artes, é sem dúvidas reconhecida como uma das principais vozes da poesia brasileira, tanto na escrita quanto na declamação: sua voz e seu jeito de falar poesia são marca registrada. Além disso, a poeta e escritora capixaba que reside no Rio de Janeiro tem alguns livros publicados, antologias organizadas e editadas por ela, além de discos onde empresta sua voz para a leitura de poemas.

Eliane Marques

A gaúcha Eliane Marques é poeta, escritora e também atua como curadora da Escola de Poesia do Rio Grande do Sul. Publicou os livros de poemas “Relicário” (Grupo Cero Brasil, 2009) e “E se alguém o pano” (2015), vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura 2016, na categoria poema. Nesta entrevista, Eliane conta mais sobre seu processo de criação e o seu interesse com a poesia.

fabiana faleiros

Também do sul,  Fabiana Faleiros é uma poeta em profusão. Seu trabalho acontece na intersecção entre arte, produção de subjetividade e invenção de pedagogias a partir de perspectivas feministas decoloniais. Também investiga a multiplicidade dos meios, tendo trabalhos sonoros, audiovisuais, performativos (com o seu Mastur Bar), sempre reinventando noções do que poderia ser uma publicação. A poeta já participou da 30ª Bienal de Artes de São Paulo e 10ª Berlin Biennal, na Alemanha. Na academia, é Doutora em Arte pela UERJ com a tese “Lady Incentivo -SEX 2018: um disco sobre tese, amor e dinheiro”. Publicou em 2016 o livro “O Pulso Que Cai e As Tecnologias do Toque” pela editora IKREK. Recentemente, agora em Maio, apresentou o texto “Manwatching” no site da Tenda de Livros. É também integrante da Kuceta Plataforma.

 isadora krieger

Isadora Krieger e seu “Explorações Cardiomitológicas” chamaram a atenção de leitores e da crítica com sua potente poética do mistério e do subjetivo. O livro de 2018 publicado pela Editora da Casa foi semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura 2019. Também lançou “O wi-fi da igreja é muito fraco” (2017, Editora Urutau), “Memória da Bananeira “(2014, Carniceria Livros), dentro outros, entre poesia, romance, contos e peça de teatro. Isadora também promove oficinas de escrita, que costumam ser divulgadas em seu perfil do instagram.

JANAÚ (ana beatriz domingues)

A poeta, artista-educadora e terapeuta holística Janaú tem no seu primeiro livro lançado “Antlântida” (2018) a ideia do mar como material de trabalho. Mas não só ele interessa a escritora. Com ascendência indígena, Janaú também lançou “Verão Cinza” em 2019, uma plaqueta publicado pela Editora Primata e outros poemas em blogs, como este. Ainda, a poeta realiza um belo trabalho de arte-educação aqui com a gente, na Casa 1.

júlia de carvalho hansen

Astrologia e poesia podem caminhar juntas. E a poeta Júlia de Carvalho Hansen, que também é astróloga, é a prova de que ambos os fazeres consistem em traduzir as noções do tempo e da existência em palavras. Seus mais recentes livros, “Seiva veneno ou fruto” (2016), que resumidamente aborda o mundo dos vegetais e suas experiências com ayahuasca, e “Romã”(2019), declaradamente composto por poemas de amor, foram publicados pela editora Chão da Feira, onde também é uma das organizadoras. Para quem se interessou pelo pensamento da poeta sobre as plantas,  neste ensaio Júlia aborda a experiência poética e as possibilidades de aprendizado e comunicação com as espécies vegetais e neste vídeo, ela comenta a feitura do “Seiva veneno ou fruto”.

kimani (cynthia santos)

Kimani é simplesmente a mais recente campeã do Slam BR, maior competição de poesia falada do país, levando o troféu em dezembro do ano passado. Não fosse a pandemia do novo coronavírus, embarcaria para a França agora em Maio para representar o Brasil no campeonato mundial de slam . É autora do manifesto “Mostra Para Eles, Mulher” que fez parte do lançamento da série britânica “The Handmaid’s Tale” e que já possui mais de 16 milhões de visualizações.

Laura Erber

A carioca Laura Erber, além de escritora e poeta, é ensaísta, artista visual e professora. É também a fundadora da Zazie Edições, uma pequena editora independente, sem fins lucrativos, que disponibiliza gratuitamente ensaios e textos que vão do campo do pensamento crítico-teórico até o da produção artística. Atualmente vive e trabalha na Dinamarca, como professora da Universidade de Copenhague na área de Estudos Brasileiros. Seu mais recente livro, “A Retornada”  pela Relicário Edições, foi lançado após nove anos sem que a autora publicasse inéditos. Também teve o seu “Os corpos e os dias” como finalista do Prêmio Jabuti, em 2008.

Laura Liuzzi

A poeta carioca Laura Liuzzi tem 3 livros lançados. Seu primeiro, “Calcanhar” (7Letras), foi publicado em 2010. “Desalinho” é o segundo, publicado pela extinta Cosac Naif em 2014. E o terceiro, “Coisas” (7Letras), em 2016. Além de poeta, Laura também é cineasta, já tendo trabalhado com o documentarista Eduardo Coutinho e também no acervo do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Em 2016, a poeta participou da FLIP que homenageou a outra poeta Ana Cristina César, em Paraty, compondo a mesa “A teus pés” ao lado de Marília Garcia e Annita Costa Malufe. O áudio da mesa você pode ouvir na íntegra aqui.

Ledusha Spinardi

Ledusha é uma das poetas que contribuiu para que a história da poesia brasileira feita por mulheres chegasse até aqui. Componente da geração de poetas dos anos 1980, especialmente no Rio de Janeiro, onde passou a morar na época, teve com o livro “Risco no disco” a sua estreia (em 2016 o livro foi reeditado pela Lunaparque). Embalada por seus pares de geração, como o poeta Cacaso e a poeta Ana Cristina César, Ledusha também explorou novas temáticas e formatações na escrita poética que ajudou a dar novos rumos para a produção literária no Brasil, especialmente se tratando de sonoridades, humor e ironia. Dentre outros livros (“Finesse e fissura”, “40 graus”, “Exercícios de levitação” e “Notícias da ilha”), o mais recente é o “Lua na Jaula” de 2018. Este trabalho retoma a verve que a fez ser reverenciada por gerações de jovens autores e também apresenta novas e marcantes facetas de sua produção.

 lubi prates

A poeta, tradutora e editora Lubi Prates é um dos nomes da recente poesia brasileira que mais se destaca. O seu livro “Um corpo negro” publicado em 2018  através do PROAC (e que pode ser adquirido através do próprio Instagram da autora), tem ganhado cada vez mais atenção da crítica e de leitores, se afirmando como um dos mais importantes da atualidade. Prova disso é que o livro está em processo de publicação na Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Espanha e França, além de ser finalista do Prêmio Rio de Literatura e do 61º Prêmio Jabuti, no ano passado. Além disso, Lubi está em vias de tradução de Poesia Completa da aclamada poeta estadounidense Maya Angelou, como contou recentemente nesta entrevista.

Luna Vitrolira

Nascida em 1992, Luna Vitrolira é poeta, pesquisadora da literatura oral, produtora e idealizadora dos projetos de circulação nacional “Estados em Poesia”, “De Repente uma Glosa” e “Mulheres de Repente”. A recifense estreou na poesia com o livro “Aquenda — O amor às vezes é isso” (2018), tendo sido finalista do Prêmio Jabuti de 2019, e que pode ser adquirido diratamente pelo Instagram da autora. Você pode sentir um gostinho da potência da poesia de Luna assistindo ela mesma declamando seus textos neste vídeo e neste.

luz ribeiro

Luz Ribeiro é poeta, performer, atriz e slammer. Ela mesma se define como uma pessoa coletiva:  integra o importante coletivo Legítima Defesa e também compõe o Slam das Minas São Paulo. Participa de saraus e Slam’s desde 2012 e já ganhou torneios importantes de poesia (FLUP SLAM NACIONAL em 2015, SLAM BR em 2016 e em 2017 o Brasil na “Coupe du Monde de Poesie”, na França, ficando entre os semifinalistas). Já publicou “Eterno contínuo” em 2013 e “Espanca estanca” em 2017.

Marília Garcia

A poeta Marília Garcia sempre se interessou pelo encontro de linguagens, principalmente a poesia e o cinema. Também vinda das artes visuais, Marília costuma apresentar seus textos em seminários e simpósios por via de uma leitura performática, onde incorpora filmes e fotografias em suas leituras. É o caso da mais recente “Então descemos para o centro da terra”, realizada à convite do Espaço Pivô, em São Paulo, que pode ser assistida neste video. Seu penúltimo livro “Câmera Lenta”, publicado pela Companhia das Letras, venceu o prestigiado Prêmio Oceanos em 2018, evento que premia os melhores da literatura feita em língua portuguesa.

 Natasha Felix

Natasha é poeta, escritora e educadora. Em 2018,  lançou pela Edições Macondo seu primeiro livro “Use o Alicate Agora”. Dividido em quatro seções, o livro de estreia da poeta santista faz uma leitura ao mesmo tempo incisiva e delicada de questões ligadas ao corpo, desejo e violência. Dentre suas publicações, destaca-se o livro 9 poemas (Las Hortensias, Argentina) e a coletânea de poetas negras contemporâneas, Nossos Poemas Conjuram e Gritam (Ed. Quelônio). A artista desenvolve trabalhos de performance e já participou de projetos como o Instrumental Poesia (Sesc Paulista), Black Poetry (Sesc Ipiranga) e Trovadores do Miocárdio (Balsa). Pesquisa as relações entre a poesia falada e as experimentações corporais e sonoras.

roberta estrela d’alva

Mc, atriz, slammer, pesquisadora, diretora, apresentadora, roteirista… Roberta Estrela D’Alva é uma das precursoras do poetry slam no Brasil, e portanto uma das responsáveis pela popularização do concurso de poesia falada nos grandes centros urbanos brasileiros. De Diadema, região do ABC em São Paulo, se formou em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da  USP (ECA/USP), passando a ser uma dos idealizadores do importante grupo de teatro Núcleo Bartolomeu de Depoimentos na capital paulista, que ao longo dos anos construiu uma pesquisa cênica denominada teatro-hip-hop. Em 2017, lançou o documentário “Slam – A Voz de Levante”.

tatiana nascimento

De Brasília, Tatiana Nascimento vem escancarando o óbvio e sem dúvidas é uma das vozes e letras mais importantes de nossa geração. É cantora, compositora, poeta, tradutora, zineira, blogueira, editora, pesquisadora em literaturas da diáspora negra sexual-dissidente e também professora, integrando o quadro da Universidade de Brasília (UNB). Estreou nas publicações com “lundu” em 2016, pela Padê Editorial, editora artesanal criada em 2016 por ela e por Bárbara Esmenia, com o objetivo de pra publicar autoras negras e/ou lgbtqi+. De lá pra cá, também já publicou “mil994” pela Padê (2018), “07 notas sobre o apocalipse ou poemas para o fim do mundo” pela Editora Garupa (2019) e o ensaio “leve sua culpa branca para terapia” pela Padê (2019).

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