13 artistas asiáticos LGBT para acompanhar nas redes

Post feito em colaboração com Rodrygo Tanaka

Que tal abrir espaço no seu caderninho de inspirações e referências e inserir 13 mega talentos?! Reunimos aqui artistas asiáticos amarelos e marrons LGBT que moram no Brasil e trabalham com design, ilustração, pintura, fotografia, artes cênicas, para que você siga nas redes, amplie seu repertório e ao mesmo tempo apoie os respectivos trabalhos.

A lista, que como toda lista sempre vai ser incompleta, foi montada pelo Rodrygo Tanaka, integrante do “Asiáticos pela Diversidade”, grupo que começou em 2015 como uma página nas redes sociais para debater sobre pautas e questões LGBT da Ásia e de descendentes LGBT de imigrantes asiáticos, e que em 2017 passou a reunir pessoas LGBT que são asiáticas ou tenham ascendência asiática. Alguns desses encontros aconteciam no Galpão Casa 1, mas que agora segue pausado devido à pandemia.

Confira aqui:

Tami Tahira

https://www.instagram.com/p/B8Cvkp8HjBr/?igshid=qumqnwamawuw

emilia kemi

https://www.instagram.com/p/CCpH7d8n9fA/

 

Ing Lee

https://www.instagram.com/p/B-xkA4anknR/?igshid=66t4me4bzsse

Teidy Nakao

https://www.instagram.com/p/B4QiiaolwUD/

Fabiana Won

https://www.instagram.com/p/CAySdSiBr06/?igshid=16qj7u9b6dxaa

Gustavo Inafuku

https://www.instagram.com/p/CD2QCkNHJD8/

Raphaela Ikeuchi

https://www.instagram.com/p/B9FyH73HYe_/

Patricia Baik

https://www.instagram.com/p/B-Qv9ARH6nM/

 

Lina Tag

https://www.instagram.com/p/B-HyYPenkCR/

 

Monge Han

https://www.instagram.com/p/CC_Rd3KBh82/

 

Mari

https://www.instagram.com/p/CCHV4NAgRxR/

 

Kemi

https://www.instagram.com/p/B_Dm-ZAH8-6/

Alex Tso

https://www.instagram.com/p/B2jjymQnwl2/

 

A mídia finalmente está reconhecendo as mulheres negras?

Recentemente, uma leva de capas e matérias nas principais revistas de moda e comportamento no Brasil estamparam mulheres negras em seus espaços de maior destaque. Esta inédita oxigenação nas imagens e conteúdos das publicações nos traz uma sensação ambígua de que finalmente as revistas têm reconhecido a importância de mulheres não brancas em ocupar estes espaços e de que as revistas podem estar simplesmente fazendo uma mea-culpa e querendo se sair bem na onda dos últimos acontecimentos.

Sem dúvidas a pandemia e especialmente os levantes “Vidas Negras Importam” ao redor do mundo vêm alertando e pautando mudanças simbólicas e estruturais (estas principalmente) que combatam o racismo, e o campo da comunicação não está imune.

Exemplo disso é de que nas últimas semanas a GloboNews escalou um time de jornalistas negros para falar sobre racismo, o canal de humor Porta dos Fundos publicou vídeo com irônica nota de repúdio com as atrizes Nathália Cruz e Noemia Oliveira, artistas brancos passaram a ceder suas redes sociais para pessoas negras e esta publicação da ombudsman da Folha de São Paulo que cobrou nova postura do próprio jornal ao publicar notícias sobre violência contra pessoas negras.

Só agora neste mês de Julho, a revista Vogue Brasil trouxe a cantora Teresa Cristina (ela que falamos recentemente neste post) em 3 capas diferentes, uma delas em pintura feita pelo jovem artista pernambucano Sambuel de Saboia, a revista Harper’s Baazar estampou a médica e vencedora do último Big Brother Brasil Thelma Assis sob o título “Paz, amor e luta” e a revista Marie Claire multiplicou suas capas com jornalistas mulheres que estão se destacando “no front das notícias”, entre elas Flávia Oliveira, comentarista da GloboNews, Maju Coutinho, âncora do Jornal Hoje, Aline Midlej, apresentadora do GloboNews e Flavia Lima, ombudsman da Folha de São Paulo.

Sobre as revistas de moda – tanto impressas quanto virtuais -, vale lembrar que elas ainda são um dos principais meios responsáveis por ditar parâmetros de consumo e tendência, cabendo a reflexão de que se praticamente 58% da população brasileira é negra, faria sentido que ao menos metade das capas fosse com mulheres negras. Ou ainda uma análise apurada dos seus organogramas e equipes de trabalho para olhar quem vem ocupando os cargos de decisão, visto que muito do que acaba saindo impresso está sob estes comandos e que são eles que concentram os maiores salários.

De toda forma, fica o chamado para uma reformulação radical das estruturas atuais de todos os tipos de veículos (revistas, jornais, canais de televisão, sites, etc.) e a evidência de que estes são agentes imprescindíveis e de grande responsabilidade para uma atuação antirracista para além do campo da representatividade.

 

https://www.instagram.com/p/CBk2AsKl-BV/

https://www.instagram.com/p/CCTIuroFaQy/

https://www.instagram.com/p/CCTMNvtFIMW/

https://www.instagram.com/p/CCUemASl0aJ/

https://www.instagram.com/p/CCZF500g-rB/

https://www.instagram.com/p/CCYqw1KpPNz/

https://www.instagram.com/p/CCYc00hp6Az/

https://www.instagram.com/p/CCY4JDcg_w-/

 

Manifesto antirracista convoca jovens a lerem grandes autores e autoras negras

O coletivo de arte “Legítima Defesa” realizou no último sábado, 27, em suas redes sociais, seu mais recente trabalho “Breviário para Jovens”, dando continuidade às investigações poéticas afrodiaspóricas, principal eixo de trabalho do grupo que está em atividade desde 2015. A ação é um desdobramento de uma série de leituras que vêm sendo publicadas tanto no Instagram quanto no Facebook do coletivo.
 “MANIFESTO ANTIRRACISTA – Breviário para Jovens” dá título a uma série de vídeos postados de hora em hora, onde jovens negros emprestam suas vozes para lerem trechos de importantes textos, poemas e manifestos de autores e autoras negras da história e do presente.

O trabalho propõe um encontro entre as gerações através das vozes que lêem e as vozes que escreveram os textos, e segue a esteira dos recentes levantes antirracistas que vêm acontecendo em vários países do mundo, incluindo o Brasil. De acordo com o grupo “Se a cada 23 minutos morre ume jovem negre no Brasil, 23 jovens vives continuarão a falar vozes de quem veio antes, de agora e do amanhã. Um ato de guerrilha: Transformar a morte em poesia viva!”

Coletivo Legítima Defesa em processo de ensaio, dirigido por Eugênio Lima (de costas). Foto: Facebook Legítima Defesa

 

Em seu site oficial, o coletivo se define como “um grupo de artistas/atores/atrizes de poética, portanto política, da imagem da “negritude”, seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da “persona negra” no âmbito das linguagens artísticas. Constituindo desta forma um diálogo com outras vozes poéticas que tenham a reflexão e representação da “negritude” como tema e pesquisa. Este ato de guerrilha estética surge da impossibilidade, surge da restrição, surge da necessidade de defender a existência, a vida e a poética. Surge do ato de ter voz. Ser invisibilizado é desaparecer, desaparecer é perder o passado e interditar o futuro, portanto não é uma opção.”

Aqui abaixo, os 28 vídeos que compõem o “MANIFESTO ANTIRRACISTA – Breviário para Jovens”: 

Aurora Lima lê Roberta Estrela D’Alva

https://www.instagram.com/p/CB8VBk2HbNi/

Jeremias Santos lê Stokely Carmichael

https://www.instagram.com/p/CB8cpXtnwF8/

Gabriel Bernardes lê Joseph Ki -Zerbo

https://www.instagram.com/p/CB8jPM0nzGJ/

Nina Feisthauer Ribeiro lê Djamila Ribeiro

https://www.instagram.com/p/CB8qTrRH65U/

 

Ravi Ribeiro lê Martin Luther King

https://www.instagram.com/p/CB8w7mTH9Ht/

 

Marina Mendes lê Sérgio Vaz

https://www.instagram.com/p/CB8318Bnlce/

Maria Ambrosia lê Luz Ribeiro

https://www.instagram.com/p/CB86lVFHabe/

 

Jorge Lima lê Eugênio Lima

https://www.instagram.com/p/CB8_bF7nDE0/

 

Daniel Ribeiro lê Maurinete Lima

https://www.instagram.com/p/CB9LCVYnLvi/

 

Rapha Oliveira lê Grada Kilomba

https://www.instagram.com/p/CB9OHjqnLhG/

 

Emily Oliveira lê bell hooks

https://www.instagram.com/p/CB9Vbqjnvr5/

 

Peh lê Aimé Césaire

https://www.instagram.com/p/CB9ctRlHO7o/

 

Júlia Tomás lê Djamila Ribeiro

https://www.instagram.com/p/CB9oF9NHZ3i/

 

Samyra Keller lê Marielle Franco

https://www.instagram.com/p/CB9uwJGH0cU/

 

Agatha Christie lê Beatriz Nascimento

https://www.instagram.com/p/CB91o8AnoyE/

 

Thaynara Letícia lê Chimamanda Ngozi Adichie

https://www.instagram.com/p/CB95D0jnotd/

 

PH lê Luís Gama

https://www.instagram.com/p/CB98povngF2/

 

Francine Cardoso lê Sérgio Vaz

https://www.instagram.com/p/CB-ACnZH7Yt/

 

Renan William lê Achille Mbembe

https://www.instagram.com/p/CB-DZvVn1-x/

 

Leona lê Maya Angelou

https://www.instagram.com/p/CB-Gx8WncD9/

 

Jorge Vitor lê Achille Mbembe

https://www.instagram.com/p/CB-JNn8nRvk/

 

Emily Cardoso lê Solano Trindade

https://www.instagram.com/p/CB-N43iHQB-/

 

Heloísa Ferreira lê Mel Duarte

https://www.instagram.com/p/CB-RewBHZMt/

 

Carol Santos lê Maurinete Lima

https://www.instagram.com/p/CB-YFSyncMC/

 

Aisha Ferreira lê Ryane Leão

https://www.instagram.com/p/CB-eLntnZKa/

 

Ana Elis lê Luís Gama

https://www.instagram.com/p/CB-jCRTnbyR/

 

João Gabriel lê Malcolm X

https://www.instagram.com/p/CB-oJ78HWRA/

 

Bruno Justo lê Ailton Krenak

https://www.instagram.com/p/CB-uo6pH3zc/

 

 

 

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Casa 1 e Parque do Bixiga distribuem cestas agroecológicas do MST

Recentemente a Casa 1 intensificou a distribuição de cestas de alimentos para famílias, moradores e moradoras da região da Bela Vista – onde estamos localizados – e outras localidades, assim como para população LGBT como um todo. Com a pandemia, a procura aumentou vertiginosamente e demos um salto para 851 cestas entregues no mês de maio (neste post tem uma relação completa de todo o trabalho realizado por nós ao longo de maio). Estas cestas foram financiadas parte com um valor que tínhamos em caixa, parte em doações de pessoas físicas, marcas e empresas. No total, 2721 pessoas receberam os produtos e mais de 10 toneladas de alimentos foram distribuídas.

No meio deste processo, também distribuímos 400kg de verduras e legumes graças a uma aliança muito importante através Parque do Bixiga com o pessoal da Terra e Liberdade, uma cooperativa que distribui alimentos sem veneno produzidos por assentamentos do Movimento Sem Terra (MST), pela região metropolitana de São Paulo.

“A proposta da Terra e Liberdade é construir uma cadeia comercial baseada em princípios ecológicos e solidários que permita que alimentos sem veneno sejam vendidos e distribuídos de forma justa, de modo a fortalecer o trabalho de base com acampados(as) e assentados(as) do MST” nos conta Raul Miranda, um dos articuladores da cooperativa.

Equipe da cooperativa Terra e Liberdade realizando distribuição de cestas agroecológicas durante a pandemia. A cooperativa também realiza entregas em domicílio.Fonte: Facebook Terra e Liberdade.
Cestas com alimentos orgânicos prontas para distribuição, em uma das entregas aqui na Casa 1. Fonte: Iran Giusti

A Terra e Liberdade comercializa os alimentos em feiras agroecológicas, em mercados de produtos orgânicos, além de serem feitas entregas de cestas agroecológicas em diversos Grupos de Consumo Responsáveis (GCRs), que resumidamente são endereços para retirar cestas encomendadas pela internet, através do site da cooperativa. O próprio Parque do Bixiga, por exemplo, é um dos dois Grupo de Consumo Responsáveis (GCRs) localizados no centro de São Paulo.

A compra das cestas agroecológicas é uma das principais maneiras de contribuir com esta cadeia de produção ligada aos trabalhadores sem-terra, garantindo uma luta permanente mesmo quando essa rede de solidariedade se enfraquecer depois que a pandemia acabar. Desta forma é possível viabilizar o aumento de renda para os produtores e auxiliar em outros trabalhos, como compra e transporte de mudas, organização de seminários para controle biológico de pragas, organização de mutirões, etc.

Alimentos sem veneno prontos para compor as cestas agroecológicas. Fonte: Facebook Terra e Liberdade

De acordo com Raul “outro papel fundamental é o de conscientização dos consumidores em relação à importância da transição agroecológica na produção e da reforma agrária popular enquanto eixo central para transformar o quadro de desigualdades sociais no Brasil”.

No Facebook da Terra e Liberdade vocês podem acompanhar todo o trabalho da cooperativa. No site, é possível encomendar cestas de alimentos sem veneno. No Facebook e Instagram do Parque do Bixiga, você também acompanha outras ações e estratégias à favor do parque e no site do Movimento Sem Terra, você tem o trabalho completo de um dos movimentos sociais mais importantes do país.

 

32 poetas vivas

Este post contou com a colaboração de Luiza Dias, professora e pesquisadora de Recife-PE.

Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que esta é uma lista insuficiente, afinal, nem ela e nem qualquer outra dará conta da infinidade de poetas e escritoras que atuam ou que estão surgindo a cada momento no Brasil (nosso chão é bom). E é justamente do entusiasmo pela insuficiência desta lista que ela própria surge.

E que bom que elas existem: em 1979, por exemplo, foi exatamente uma lista entitulada “26 poetas hoje” e organizada e publicada pela ensaísta e professora Heloísa Buarque de Hollanda, que projetou a poesia underground feita na época, nos trazendo autores e autoras fundamentais para produção poética e marcando uma virada de linguagem, inclusive. Mas não que esta nossa tenha tais pretensões (no máximo pegamos o título da publicação emprestado como inspiração para dar nome ao post).

Muitos podem pensar que poesia é uma coisa enfadonha, empoeirada, que ficou parada no tempo. Ou mesmo que é uma arte inútil. Mas trago outras notícias: a poesia está vivíssima, elétrica, correndo ramificada pelo país e sendo um dos radares mais precisos dos nossos tempos. Mais do que nunca, a poesia brasileira tem cumprido um de seus papéis mais importantes, que é o de manter a nossa imaginação em pleno funcionamento diante de um sucateamento da própria palavra, fenômeno tão comum de uns anos pra cá.

Como resgatar e expandir os sentidos que as palavras perderam? Como aproximá-las dos acontecimentos da vida e vice-versa? Como oxigenar a nossa relação com elas? Talvez esteja aí – e não só – o ‘pra quê’ da poesia.

Este é então um convite para que você se aproxime e decifre – aos poucos, verso por verso, página por página – o que a poesia tem a ver com você, agora. Porque tem. E aqui abaixo estão 32 poetas brasileiras vivas e à todo vapor que comprovam isso:

adelaide ivánova

A pernambucana Adelaide Ivánova mora em Berlim e é uma poeta que acredita no poder do coletivo. Além do seus mais recentes livros, “O Martelo”  – que ganhou o Prêmio Rio de Literatura 2018  – e ” 13 nudes”, ela também é responsável por organizar o zine independente “Mais Nordeste Por Favor”, publicando e ao mesmo tempo catalogando poetas do nordeste do país, no intuito de expandir os horizontes das publicações concentradas no sudeste. O zine já conta com três edições que podem ser acessadas aqui, aqui e aqui.

ave terrena alves

Ave Terrena é poeta, atriz, dramaturga e professora. Com o seu mais recente livro “Segunda Queda” registra os fazeres e sentires de sua vivência travesti. Além de compor o corpo docente da Escola Livre de Teatro de Santo André, transformou os versos do livro em cenas para uma peça homônima, que conta com um coro de atrizes e atores trans e não-bináries. Neste ano tivemos a honra de assistir “Segunda Queda” nos palcos do Teatro Oficina, compondo a programação da 2ª Semana de Visibilidade Trans da Casa 1, que pode ser assistido neste link.

angélica freitas

A gaúcha Angélica Freitas tem um dos livros de poesia mais conhecidos da recente geração de lançamentos brasileiros. Publicado em 2012, “O útero é do tamanho de um punho” (assista a um trecho lido pela poeta aqui) trata dos padrões sociais da mulher de forma crítica e  sarcástica. Em 2019, o livro foi alvo de moção de repúdio por deputados do PSL na Assembléia de Santa Catarina, porque havia sido indicado como uma das leituras para o vestibular de 2020 das Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). O episódio ganhou repercussão nacional e provou a força das palavras de Angélica. Além disso, ela e a cantora, musicista e atriz Juliana Perdigão realizam juntas algumas performances que unem poesia, música e teatro, como “Crianças Kids” e “Canções de Atormentar”. Esta última pode ser assistida aqui.

Alice Ruiz

Poeta, tradutora, haicaísta, letrista, Alice Ruiz é um nome referencial para a poesia brasileira. Feminista, possui mais de 20 livros publicados, tendo em 1989 recebido o prêmio Jabuti por Vice-versos (editora Brasiliense). Alice também é reconhecida por escrever haikai, esta forma poética de origem japonesa e feita com pouquíssimos versos, praticada por nem tantos escritores no Brasil. Também escreve letras de músicas e textos feministas. Nesta entrevista, Alice abrange toda a sua relação com a literatura e sua perspectiva feminista de mundo.

Ana Martins Marques

Desde Belo Horizonte, Ana Martins Marques observa e registra as minúcias do aqui e do agora. Com o seu ótimo “O Livro dos Jardins”, lançado no ano passado pela Editora Quelônio, reúne 21 poemas em torno do tema das plantas e dos jardins. O livro possui particularidades técnicas e poéticas especiais: o texto dos poemas foi composto em linotipia, uma técnica tipográfica que produz linhas de chumbo que servem de matriz para a impressão. O papel utilizado na capa é artesanal, feito com resíduos vegetais e aparas industriais de papel.

Annita Costa Malufe

Annita Costa Malufe é das poetas que habitam o fazer da escrita e o fazer acadêmico como pesquisadora e professora de pós graduação. Já com alguns livros publicados,  o quinto e mais recente “Um caderno para coisas práticas”, é uma das principais investigadoras do trabalho da também poeta Ana Cristina César (nome marcante da poesia marginal brasileira que recebeu homenagem na FLIP de 2016), tendo publicado ensaios importantes para a bibliografia voltada para a poeta. Aqui, um áudio completo da mesa “A teus pés” na Flip em questão, onde Annita e outras duas poetas, Marília Garcia e Laura Liuzzi, conversam sobre a vida e a obra da Ana Cristina.

Bell puã

Sem dúvidas a jovem poeta pernambucana Bell Puã tem chamado a atenção com sua escrita e atuação para além do circuito tradicional das editoras. Ela se tornou um dos principais nomes do slam brasileiro, sendo a vencedora do Slam BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada em 2017, e ainda representando o Brasil no Grand PoetrySlam, em Paris, no ano de 2018. Aqui  e aqui você assiste a alguns trechos da final de 2017 em que Bell saiu vencedora e aqui, a performance que ela apresentou na FLIP de 2018.

Bruna Beber

Bruna Beber é poeta, escritora e tradutora. Natural de Duque de Caxias, Bruna já publicou 5 livros, o primeiro “A fila sem fim dos demônios descontentes” em 2006 pela editora 7Letras e o mais recente “Ladainha”, lançado pela editora Record em 2017, cujos poemas foram gravados pela autora e estão disponíveis em áudio no seu Soundcloud.

Cafira Zoé

De Minas Gerais, Cafira Zoé é poeta, artista visual e atua no Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, em São Paulo. Publicou seu primeiro livro pela recente editora Fera Miúda, entitulado “quando sonham os cães”. Já publicou alguns de seus poemas neste post do site Ruído Manifesto, o texto “carta ao cultivo pela aliança vital” em defesa do Teatro Oficina e recentemente este conto de ficção para a série “A céu aberto” da N-1 Edições. Além disso, Cafira compôs a primeira exposição de arte da Galeria Reocupa, projeto de artes da Ocupação 9 de Julho. É também um dos nomes à frente da articulação e estratégia do Parque do Bixiga, em conjunção com outros pontos de resistência como a própria Ocupação 9 de Julho, a Casa 1, o Movimento Terra e Liberdade e mais.

Camila Valones

Artista visual, poeta, cientista e mais, Camila é das que desafiam a escrita. Costuma trabalhar com a criação de poemas-título, como assim define, publicando estas formulações pensantes por diferentes meios como bandeiras, faixas, muros e camisetas, propondo assim uma reflexão sobre o próprio fazer poético e a noção de publicação. É uma das artistas que compoem a Kuceta Plataforma, organização transfeminista interseccional que articula trabalhos de artistes brasileires. Também é uma das propositoras das ações do “teatro de sanidades”, trabalho que compôs a mostra “Arte-Veículo” em 2018 no Sesc Pompéia e que pode ser assistido aqui. Realizou no final de 2019 sua primeira exposição solo “Como? Criando Costumes” no Museu Murillo La Greca em Recife, sua cidade natal.

Catarina Lins

De Florianópolis, Catarina Lins foi, em 2018 , uma das finalistas na categoria poesia do Prêmio Jabuti, talvez a  mais tradicional premiação literária do país, com seu livro “O Teatro do Mundo”. O livro, lançado em 2017 pela editora 7Letras, é composto por um único poema, dividido em 12 partes que permitem que o leitor se relacione com o texto de forma única ou em etapas. Também lançou o seu mais recente “Na capital sul-americana do porco light” (7Letras, 2018).

Conceição Evaristo

Mineira de Belo Horizonte, Conceição Evaristo talvez seja mais conhecida como escritora de contos e romances que de poesia. Mas seu livro “Poemas da recordação e outros movimentos” lançado pela Editora Malê em 2008 é um belo exemplo da potência de sua escrita, abrindo espaço para sua poética em versos. Inclusive, o livro teve uma nova edição bilíngue publicada pela renomada editora francesa Éditions des femmes-Antoinette Fouque, em 2019 . Conceição começou a publicar em 1990, numa série de antologias de “Cadernos Negros”. Seu primeiro romance, “Ponciá Vicêncio”, foi publicado em 2003. Posteriormente, vieram “Becos da memória” (2006), “Insubmissas lágrimas de mulheres ” (2011), “Olhos d’água” (2014) e “Histórias de leves enganos e parecenças” (2016). Nesta entrevista, de fevereiro deste ano, a escritora explica sobre seu processo criativo e sua “escrevivência” negra.

cristiane sobral

A escritora, poeta, atriz, diretora e professora de teatro Cristiane Sobral é carioca e mora em Brasília desde a década de 90.Há mais ou menos 20 anos, foi a primeira mulher negra a se graduar no curso de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), marco determinante para a sua própria produção artística. Além de um longo currículo no campo docente das artes cênicas como coordenadora de Artes Cênicas e professora de teatro na Faculdade Dulcina de Moraes, na Faculdade Anhanguera e na própria UnB, Cristiane publicou o seu mais recente “Terra Negra” e teve seu primeiro texto dramatúrgico “Uma boneca no lixo” remontado 20 anos depois pelo diretor de teatro uruguaio Hugo Rodas, outro importante nome do teatro brasiliense.

Carla Diacov

O intrigante título “A menstruação de Valter Hugo Mãe” dá nome a um dos livros da poeta Carla Diacov. Publicado em 2017 com edição do próprio escritor português no projeto não comercial Casa Mãe de Portugal, “A menstruação..” pode ser lida como um desdobramento, em palavras, para os desenhos que a poeta já realizava com sangue. Ou seria o inverso? De fato, temas como o sangue, o corpo, a mulher, dentre outros, estão presentes em seus escritos. Com alguns livros publicados, um deles “bater bater yuri” de 2017 pode ser lido online aqui.

dodi leal

Também atuante no teatro, Dodi Leal é um nome importante para o campo da pesquisa e da docência das artes cênicas, sendo atualmente professora da Escola Livre de Teatro em Santo André. Recentemente lançou o seu “De trans pra frente”, livro de poemas publicado em 2017 pela Editora Patuá. Vinda da psicologia social, é no teatro que Dodi passa a experimentar e teorizar sobre performatividade, representação e gênero. Nesta excelente entrevista para o canal Desaquenda ela conta toda a sua trajetória e principais ideias.

elisa lucinda

Elisa Lucinda dispensa apresentações. Com sólida carreira nas artes, é sem dúvidas reconhecida como uma das principais vozes da poesia brasileira, tanto na escrita quanto na declamação: sua voz e seu jeito de falar poesia são marca registrada. Além disso, a poeta e escritora capixaba que reside no Rio de Janeiro tem alguns livros publicados, antologias organizadas e editadas por ela, além de discos onde empresta sua voz para a leitura de poemas.

Eliane Marques

A gaúcha Eliane Marques é poeta, escritora e também atua como curadora da Escola de Poesia do Rio Grande do Sul. Publicou os livros de poemas “Relicário” (Grupo Cero Brasil, 2009) e “E se alguém o pano” (2015), vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura 2016, na categoria poema. Nesta entrevista, Eliane conta mais sobre seu processo de criação e o seu interesse com a poesia.

fabiana faleiros

Também do sul,  Fabiana Faleiros é uma poeta em profusão. Seu trabalho acontece na intersecção entre arte, produção de subjetividade e invenção de pedagogias a partir de perspectivas feministas decoloniais. Também investiga a multiplicidade dos meios, tendo trabalhos sonoros, audiovisuais, performativos (com o seu Mastur Bar), sempre reinventando noções do que poderia ser uma publicação. A poeta já participou da 30ª Bienal de Artes de São Paulo e 10ª Berlin Biennal, na Alemanha. Na academia, é Doutora em Arte pela UERJ com a tese “Lady Incentivo -SEX 2018: um disco sobre tese, amor e dinheiro”. Publicou em 2016 o livro “O Pulso Que Cai e As Tecnologias do Toque” pela editora IKREK. Recentemente, agora em Maio, apresentou o texto “Manwatching” no site da Tenda de Livros. É também integrante da Kuceta Plataforma.

 isadora krieger

Isadora Krieger e seu “Explorações Cardiomitológicas” chamaram a atenção de leitores e da crítica com sua potente poética do mistério e do subjetivo. O livro de 2018 publicado pela Editora da Casa foi semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura 2019. Também lançou “O wi-fi da igreja é muito fraco” (2017, Editora Urutau), “Memória da Bananeira “(2014, Carniceria Livros), dentro outros, entre poesia, romance, contos e peça de teatro. Isadora também promove oficinas de escrita, que costumam ser divulgadas em seu perfil do instagram.

JANAÚ (ana beatriz domingues)

A poeta, artista-educadora e terapeuta holística Janaú tem no seu primeiro livro lançado “Antlântida” (2018) a ideia do mar como material de trabalho. Mas não só ele interessa a escritora. Com ascendência indígena, Janaú também lançou “Verão Cinza” em 2019, uma plaqueta publicado pela Editora Primata e outros poemas em blogs, como este. Ainda, a poeta realiza um belo trabalho de arte-educação aqui com a gente, na Casa 1.

júlia de carvalho hansen

Astrologia e poesia podem caminhar juntas. E a poeta Júlia de Carvalho Hansen, que também é astróloga, é a prova de que ambos os fazeres consistem em traduzir as noções do tempo e da existência em palavras. Seus mais recentes livros, “Seiva veneno ou fruto” (2016), que resumidamente aborda o mundo dos vegetais e suas experiências com ayahuasca, e “Romã”(2019), declaradamente composto por poemas de amor, foram publicados pela editora Chão da Feira, onde também é uma das organizadoras. Para quem se interessou pelo pensamento da poeta sobre as plantas,  neste ensaio Júlia aborda a experiência poética e as possibilidades de aprendizado e comunicação com as espécies vegetais e neste vídeo, ela comenta a feitura do “Seiva veneno ou fruto”.

kimani (cynthia santos)

Kimani é simplesmente a mais recente campeã do Slam BR, maior competição de poesia falada do país, levando o troféu em dezembro do ano passado. Não fosse a pandemia do novo coronavírus, embarcaria para a França agora em Maio para representar o Brasil no campeonato mundial de slam . É autora do manifesto “Mostra Para Eles, Mulher” que fez parte do lançamento da série britânica “The Handmaid’s Tale” e que já possui mais de 16 milhões de visualizações.

Laura Erber

A carioca Laura Erber, além de escritora e poeta, é ensaísta, artista visual e professora. É também a fundadora da Zazie Edições, uma pequena editora independente, sem fins lucrativos, que disponibiliza gratuitamente ensaios e textos que vão do campo do pensamento crítico-teórico até o da produção artística. Atualmente vive e trabalha na Dinamarca, como professora da Universidade de Copenhague na área de Estudos Brasileiros. Seu mais recente livro, “A Retornada”  pela Relicário Edições, foi lançado após nove anos sem que a autora publicasse inéditos. Também teve o seu “Os corpos e os dias” como finalista do Prêmio Jabuti, em 2008.

Laura Liuzzi

A poeta carioca Laura Liuzzi tem 3 livros lançados. Seu primeiro, “Calcanhar” (7Letras), foi publicado em 2010. “Desalinho” é o segundo, publicado pela extinta Cosac Naif em 2014. E o terceiro, “Coisas” (7Letras), em 2016. Além de poeta, Laura também é cineasta, já tendo trabalhado com o documentarista Eduardo Coutinho e também no acervo do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Em 2016, a poeta participou da FLIP que homenageou a outra poeta Ana Cristina César, em Paraty, compondo a mesa “A teus pés” ao lado de Marília Garcia e Annita Costa Malufe. O áudio da mesa você pode ouvir na íntegra aqui.

Ledusha Spinardi

Ledusha é uma das poetas que contribuiu para que a história da poesia brasileira feita por mulheres chegasse até aqui. Componente da geração de poetas dos anos 1980, especialmente no Rio de Janeiro, onde passou a morar na época, teve com o livro “Risco no disco” a sua estreia (em 2016 o livro foi reeditado pela Lunaparque). Embalada por seus pares de geração, como o poeta Cacaso e a poeta Ana Cristina César, Ledusha também explorou novas temáticas e formatações na escrita poética que ajudou a dar novos rumos para a produção literária no Brasil, especialmente se tratando de sonoridades, humor e ironia. Dentre outros livros (“Finesse e fissura”, “40 graus”, “Exercícios de levitação” e “Notícias da ilha”), o mais recente é o “Lua na Jaula” de 2018. Este trabalho retoma a verve que a fez ser reverenciada por gerações de jovens autores e também apresenta novas e marcantes facetas de sua produção.

 lubi prates

A poeta, tradutora e editora Lubi Prates é um dos nomes da recente poesia brasileira que mais se destaca. O seu livro “Um corpo negro” publicado em 2018  através do PROAC (e que pode ser adquirido através do próprio Instagram da autora), tem ganhado cada vez mais atenção da crítica e de leitores, se afirmando como um dos mais importantes da atualidade. Prova disso é que o livro está em processo de publicação na Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Espanha e França, além de ser finalista do Prêmio Rio de Literatura e do 61º Prêmio Jabuti, no ano passado. Além disso, Lubi está em vias de tradução de Poesia Completa da aclamada poeta estadounidense Maya Angelou, como contou recentemente nesta entrevista.

Luna Vitrolira

Nascida em 1992, Luna Vitrolira é poeta, pesquisadora da literatura oral, produtora e idealizadora dos projetos de circulação nacional “Estados em Poesia”, “De Repente uma Glosa” e “Mulheres de Repente”. A recifense estreou na poesia com o livro “Aquenda — O amor às vezes é isso” (2018), tendo sido finalista do Prêmio Jabuti de 2019, e que pode ser adquirido diratamente pelo Instagram da autora. Você pode sentir um gostinho da potência da poesia de Luna assistindo ela mesma declamando seus textos neste vídeo e neste.

luz ribeiro

Luz Ribeiro é poeta, performer, atriz e slammer. Ela mesma se define como uma pessoa coletiva:  integra o importante coletivo Legítima Defesa e também compõe o Slam das Minas São Paulo. Participa de saraus e Slam’s desde 2012 e já ganhou torneios importantes de poesia (FLUP SLAM NACIONAL em 2015, SLAM BR em 2016 e em 2017 o Brasil na “Coupe du Monde de Poesie”, na França, ficando entre os semifinalistas). Já publicou “Eterno contínuo” em 2013 e “Espanca estanca” em 2017.

Marília Garcia

A poeta Marília Garcia sempre se interessou pelo encontro de linguagens, principalmente a poesia e o cinema. Também vinda das artes visuais, Marília costuma apresentar seus textos em seminários e simpósios por via de uma leitura performática, onde incorpora filmes e fotografias em suas leituras. É o caso da mais recente “Então descemos para o centro da terra”, realizada à convite do Espaço Pivô, em São Paulo, que pode ser assistida neste video. Seu penúltimo livro “Câmera Lenta”, publicado pela Companhia das Letras, venceu o prestigiado Prêmio Oceanos em 2018, evento que premia os melhores da literatura feita em língua portuguesa.

 Natasha Felix

Natasha é poeta, escritora e educadora. Em 2018,  lançou pela Edições Macondo seu primeiro livro “Use o Alicate Agora”. Dividido em quatro seções, o livro de estreia da poeta santista faz uma leitura ao mesmo tempo incisiva e delicada de questões ligadas ao corpo, desejo e violência. Dentre suas publicações, destaca-se o livro 9 poemas (Las Hortensias, Argentina) e a coletânea de poetas negras contemporâneas, Nossos Poemas Conjuram e Gritam (Ed. Quelônio). A artista desenvolve trabalhos de performance e já participou de projetos como o Instrumental Poesia (Sesc Paulista), Black Poetry (Sesc Ipiranga) e Trovadores do Miocárdio (Balsa). Pesquisa as relações entre a poesia falada e as experimentações corporais e sonoras.

roberta estrela d’alva

Mc, atriz, slammer, pesquisadora, diretora, apresentadora, roteirista… Roberta Estrela D’Alva é uma das precursoras do poetry slam no Brasil, e portanto uma das responsáveis pela popularização do concurso de poesia falada nos grandes centros urbanos brasileiros. De Diadema, região do ABC em São Paulo, se formou em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da  USP (ECA/USP), passando a ser uma dos idealizadores do importante grupo de teatro Núcleo Bartolomeu de Depoimentos na capital paulista, que ao longo dos anos construiu uma pesquisa cênica denominada teatro-hip-hop. Em 2017, lançou o documentário “Slam – A Voz de Levante”.

tatiana nascimento

De Brasília, Tatiana Nascimento vem escancarando o óbvio e sem dúvidas é uma das vozes e letras mais importantes de nossa geração. É cantora, compositora, poeta, tradutora, zineira, blogueira, editora, pesquisadora em literaturas da diáspora negra sexual-dissidente e também professora, integrando o quadro da Universidade de Brasília (UNB). Estreou nas publicações com “lundu” em 2016, pela Padê Editorial, editora artesanal criada em 2016 por ela e por Bárbara Esmenia, com o objetivo de pra publicar autoras negras e/ou lgbtqi+. De lá pra cá, também já publicou “mil994” pela Padê (2018), “07 notas sobre o apocalipse ou poemas para o fim do mundo” pela Editora Garupa (2019) e o ensaio “leve sua culpa branca para terapia” pela Padê (2019).

Monumentos racistas em São Paulo que também poderiam ser derrubados

vídeo de uma estátua de bronze rolando o asfalto e sendo atirada em um canal por manifestantes em Bristol, no Reino Unido, ganhou as redes sociais neste último domingo, 07/06, logo pela manhã. A obra, erigida em 1895, retrata o traficante de escravos Edward Colston e foi derrubada durante protesto antirracista na cidade, em sinal de revolta ao enaltecimento de símbolos escravagistas.

Motivados por esta cena, resolvemos listar alguns monumentos da cidade de São Paulo – dentre  tantos outros pelo país – que deveriam ser retirados da paisagem por justamente reverenciarem personagens ou episódios da história escravocrata e genocida da cidade e do Brasil.

Vale lembrar que estas peças não necessariamente precisariam ser destruídas, levando em conta que são artefatos de arte e objetos históricos que representam determinados períodos da cidade e muitas delas poderiam estar em um museu. Mas, sobretudo, poderiam dar espaço para que outras homenagens como a líderes indígenas, mulheres e heróis da negritude, ganhassem forma e estampassem o espaço público.

Monumento a Pedro Álvares Cabral

Começamos por ninguém menos que o principal personagem da invasão portuguesa ao Brasil em 1500, quando o território era habitado por diversos povos indígenas que a partir de então sofreram sistemático genocídio. O monumento em homenagem a Pedro Álvares Cabral fica no Parque do Ibirapuera e foi inaugurado em 10 de junho de 1988, com projeto de Agostinho Vidal da Rocha e realização feita por Luiz Marrone.

Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo

O monumento está localizado em frente ao Colégio José de Anchieta, na região central de São Paulo. A escultura é constituída por um grande pedestal de granito, de onde surge uma coluna de granito rosa. No alto, está uma figura feminina, feita em bronze, que representa a cidade de São Paulo. Mas logo embaixo, estão esmagados pela estrutura vertical figuras que representam indígenas em trabalho braçal. A composição fala por si só. A escultura foi feita pelo escultor italiano Amadeo Zani, tem 25 metros de altura e foi concebida em 1925.

Monumento às bandeiras

Uma das esculturas-símbolo da cidade, retrata bandeirantes em postura de progresso. Mas, sabemos bem que os bandeirantes foram os responsáveis pelas violentas expedições que adentravam o território paulista para explorar minérios e escravizar indígenas. O monumento foi executada por Victor Brecheret na praça Armando Salles de Oliveira, em frente ao Palácio Nove de Julho, sede da Assembléia Legislativa e ao Parque do Ibirapuera. A escultura foi inaugurada em 1954, juntamente com o Parque  e tem 240 blocos de granito, cada um pesando 50 toneladas. Já foi palco de manifestações, como em 2016 no ato em que amanheceu manchada por tinta.

Estátua Borba gato

Inaugurada em 27 de janeiro de 1963, a imensa estátua do bandeirante Borba Gato está localizada na Avenida Santo Amaro, região sul da cidade. O bandeirante foi um dos líderes das ações de violência e escravização de indígenas. A obra tem 12,5 metros de altura, pesa 30 toneladas e foi elaborada por Júlio Guerra, artista paulistano. A estrutura bruta é de concreto e é apoiada sobre dois trilhos de bonde. No revestimento, há mosaicos de basalto e mármore.

Monumento ao Anhanguera

O explorador de minas Bartolomeu Bueno da Silva foi batizado pelos índios goiá de “Anhanguera”, que significa “espírito do mal”. Com isso já é possível imaginar quem foi este homenageado que ganhou esta escultura localizada no Parque Trianon, em frente ao MASP. O monumento foi entalhado em mármore pelo escultor italiano Luigi Brizzolara, em Gênova, e inaugurado em 11 de agosto de 1924.

Solicitação para nome social no ENEM 2020 vai até sexta-feira (05/06)

Post criado a partir da postagem de Ana Flor Fernandes Rodrigues no seu Instagram

Em meio a muitas críticas e a um levante pelo pedido de adiamento do ENEM 2020 devido à pandemia (fizemos esta aula aberta para tratar do assunto), o Exame Nacional do Ensino Médio permanece confirmado, porém com algumas datas alteradas. As inscrições para o Exame já estão encerradas desde o dia 27 de maio, mas para quem conseguiu se inscrever, o processo segue normalmente.

E para pessoas trans e travestis que se inscreveram, o ENEM abriu ontem (segunda, 01/06) o período de solicitação para tratamento pelo nome social. Mas atenção: o prazo para a solicitação é até sexta-feira, dia 05/06. Aqui, juntamos um passo a passo de como solicitar e ter o seu nome social respeitado ao longo do Exame:

1) Antes de tudo, só é possível solicitar o uso do nome social se você tiver inscrito ou inscrita para o Exame;

2) O processo para solicitar o uso do nome social é realizado na Página do Participante, disponível no site do INEP neste link;

3) Já na Página do Participante, você precisará dos seguintes documentos:

– fotografia colorida atual de boa qualidade, com fundo branco (a fotografia deve ser tirada da altura dos ombros pra cima);
– cópia digitalizada do seu documento de identidade;
– cópia assinada do formulário de solicitação do nome social (Você encontra o formulário na Página do Participante. Você deve imprimir, assinar o formulário e escanear para anexar ao processo de solicitação).

Outro detalhe importante é que a resposta quanto à solicitação é realizada de maneira individual na Página do Participante, no site do INEP. Se for negada, você receberá um email avisando e terá até três dias para reenviar uma nova solicitação.
Se você é uma pessoa trans ou travesti, fique de olho e não perca os prazos. E se você não for, ajude lembrando pessoas trans e travestis quanto aos prazos e informações.

A imagem que ilustra o post é da Duda Salabert, fundadora da Transvest, em Belo Horizonte (Diogo Andrade/Believe.Earth)

 

 

Parque do Bixiga abre canal no YouTube

O movimento pelo Parque do Bixiga ganhou ontem mais um reforço. A partir de agora, o Parque abre seu canal no YouTube, com o objetivo de ampliar esforços de comunicação e manter acesa a luta pela transformação do último terreno vazio no centro de São Paulo em área verde. Em tempos de isolamento social, membros do movimento a favor do parque inauguram esta nova etapa na reivindicação política e no fomento do desejo social pela implantação do projeto, com uma programação virtual voltada para conversas, encontros, reflexões e engajamentos.

De acordo com o movimento “neste momento, nós, do Parque Do Bixiga em movimento, aos poucos e com o fôlego das alianças vitais, damos início a uma série de ações para regeneração da vida, fazendo coro às muitas ações que estão agora em curso, no combate às pandemias da saúde, da especulação imobiliária compulsória, do abandono das políticas públicas, dos crimes ambientais, das violências urbanas, do autoritarismo vigente, e tantas outras”.

E entregam que “como parte das ações do Parque em tempos de pandemias, daremos início a um circuito magnético-afetivo de lives. Serão espaços para o encontro, a troca e o exercício da imaginação cosmopolítica para invenção da vida, guiados pelo Parque do Bixiga. A COVID-19 é um abalo sísmico no modo como estávamos levando a vida, e a vida política. O Bixiga, que é o bairro com o pior índice de área verde por habitante de toda a capital e está agora também sofrendo violentamente a pandemia”.

https://www.instagram.com/p/CAjGuejneDA/

 

Croqui do mais recente projeto do Parque do Bixiga, que tem o Rio do Bixiga, que corre a 4 metros de profundidade, como protagonista. Fonte: Teatro Oficina

 

O Parque, que virou PL – Projeto de Lei (805/2017) em 2017 e que tem co-autoria de outros 25 vereadores dos mais variados partidos, teve a segunda votação aprovada no dia 12 de fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo mas foi vetado pelo prefeito em exercício Eduardo Tuma no dia 13 de março (saiba mais aqui). Mesmo com forte reivindicação da sociedade para que o prefeito Bruno Covas reavalie o veto, o Projeto segue parado.

A Casa 1, vizinha ao Parque do Bixiga, reitera o apoio para a criação deste espaço de natureza, cultura e lazer e soma forças a esta luta, pois entende o salto social e cultural que a chegada de um parque aberto à todas as pessoas pode dar. Temos uma vivência total e diária com as demandas e potências da região e conseguimos enxergar os inúmeros benefícios que a materialização deste projeto pode trazer para o Bixiga e toda a cidade de São Paulo.

Faça parte desta luta. Siga as redes oficiais do Parque do Bixiga (Facebook, Instagram, Twitter, YouTube), acompanhe de perto os passos do Parque, compartilhe nas suas redes, venha colaborar com a conjuração deste espaço vital.

 

 

8 perfis de yoga para esticar o corpo em casa

Mais de dois meses desde que a quarentena começou oficialmente e já deu para perceber o que virou as nossas rotinas, tanto daqueles que estão em isolamento, quanto de quem permanece com seus trabalhos fora de casa. Mudou o jeito de lidar com o dia a dia, seja qual for o caso. E para todos eles, cuidar das nossas emoções, sentimentos e do corpo se mostrou mais fundamental do que nunca. Por isso, contamos com a participação da professora e do professor  de yoga do Centro Cultural Casa 1, Irina Castro e Guilherme Junqueira, para montar essa lista de perfis que vão te ajudar neste cuidado.
Importante frisar que a atenção com o corpo deve ser redobrada quando se pratica sozinho ou sozinha para evitar acidentes: as posturas devem ser feitas com equilíbrio, força e conforto, e caso sinta alguma dor e desconforto, é um sinal de que talvez não seja a hora de realizar a postura ou que deve pegar mais leve na prática. Dito isto, vamos lá?

Canal da Pri Leite Yoga

O Canal da Pri é uma ótima indicação para quem nunca fez yoga e quer começar a experimentar.

Fernanda Cunha – Namu

As aulas da Fernanda Cunha também são ótimas escolhas para quem estar iniciando.

Prána Yoga – Saudação ao Sol

Aqui, uma prática específica, a saudação ao sol, explicada bem direitinho para quem quer ir se aproximar ao mundo da yoga aos poucos.

Bela Gil – 5  ritos tibetanos

E vocês viram a Bela Gil mostrando sua rotina matinal diária com os 5 ritos tibetanos? A prática é milenar e também é uma dica para quem quer começar por partes.

Irina Castro – Yoga para crianças

Essa dica é preciosa para quem está com a criançada também em isolamento em casa. A professora Irina Castro, que também dá aula de yoga voluntariamente no Centro Cultural Casa 1, tem um projeto online de yoga voltada para as crianças, numa mistura de contação de história com práticas de exercício.

Marcos Rojo Yoga

O Marcos Rojo tem feito transmissões ao vivo, diariamente, para ensinar as práticas a quem estiver assistindo, dando uma sensação mais aproximada entre instrutor e aluno ou aluna. Vale a pena seguir ou mesmo visitar os vídeos gravados no IGTV.

https://www.instagram.com/p/B-nHZzAHXiU/

Danilo Patzdorf – Yoga para corpos urbanos

O Danilo desenvolve um projeto de yoga presencial aqui em São Paulo e também teve que migrar toda a sua atuação para o digital. No seu perfil do instagram e no canal do youtube, ele ensina aulas para momentos e situações específicas do dia e do corpo.

Guilherme Junqueira

E por fim, o canal do professor voluntário de yoga da Casa 1, Guilherme Junqueira, que também colaborou neste post!

Lavagem da rua 13 de Maio no Bixiga acontece nas redes sociais

Colaborou Carolina Castanho, educadora do Centro Cultural Casa 1

Este ano a tradicional “Lavagem Simbólica Dia da Mentira”, promovida pelo Ilú Obá de Min, será diferente. Todo dia 13 de Maio o grupo afro-brasileiro realiza a e lavagem da escadaria da rua 13 de Maio, localizada no bairro do Bixiga, para denunciar a suposta abolição da escravatura. Hoje, o rito acontecerá nas redes sociais do Ilú Obá, às 19h. O evento convoca as pessoas para, de suas casa, vestirem branco e estarem ligadas na transmissão pelo instagram @iluoba.

 

https://www.instagram.com/p/CADd_L-HWHF/

 

O dia 13 de Maio ficou conhecido como a data da abolição da escravatura, mas sabemos que esta informação é incapaz de explicar a realidade da estrutura social do Brasil herdada por mais de 3 séculos de escravidão. Por isso o movimento negro é tão enfático em não celebrar a data, mas sim reivindicá-la em seu sentido, um protesto conta a falsa aparência de que a abolição fora promovida pela elite branca como um gesto de bondade e ainda de que a escravidão fora de fato abolida.

O Ilú Obá De Min é uma associação paulistana, sem fins lucrativos, que tem como base o trabalho com as culturas de matriz africana, afro-brasileira e a mulher. O grupo é formado inteiramente por mulheres e além de promover ações formativas de música e cultura, também possui um dos cortejos afro mais emblemáticos de São Paulo, que inclusive costuma abrir o carnaval da cidade.

 

Ilú Obá De Min na “Lavagem Simbólica Dia da Mentira”, em 2018 – Foto: Pedro Campos

A rua 13 de Maio está localizada no Bixiga, mesma região onde a Casa 1 atua em seus 3 endereços (República de Acolhida, Centro Cultural e Clínica Social). O Bixiga é compreendido como um território de quilombo devido à sua formação história, e hoje é habitado por comunidades negras, nordestinas, de imigrantes africanos e mais. Abaixo, o documentário “Não vão nos calar – o Ilú lava a mentira” fala do ritual da lavagem com imagens do grupo Ilú Obá De Min e do próprio Bixiga.

 

https://www.youtube.com/watch?v=-kid5VslX4s&app=desktop