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BICHADOS, da Cia. Artera de Teatro, faz temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade 

Bichados, com dramaturgia e direção de Ricardo Corrêa e interpretação de Davi Reis, revela os desafios e preconceitos enfrentados por homens gays acima dos 40 anos. A peça oferece uma reflexão urgente sobre os duplos estigmas, explorando temas como solidão, luto, depressão e a finitude da vida.  O espetáculo faz apresentações gratuitas na Oficina Cultural Oswald de Andrade de 10 à 27 de abril

Bichados gira em torno do aniversário de 45 anos de William (interpretado por Davi Reis), um ator que já teve seus momentos de fama e agora se sente descartado em vários aspectos de sua vida. Enquanto acompanhamos William aguardando seus convidados para uma festa, a história é contada em fragmentos como capítulos. Durante 70 minutos, somos convidados a refletir sobre uma geração de homens gays que estão envelhecendo e sobre a jornada de um homem que reavalia sua relação com o tempo, com a morte e os sonhos quando tudo parece mais próximo do fim. A peça oferece uma reflexão oportuna e impactante sobre o envelhecer, especialmente dentro da comunidade LGBTQIA+, que muitas vezes enfrenta desafios adicionais devido à discriminação e à falta de apoio. 

O projeto teve como primeira etapa uma série de entrevistas com pessoas LGBTQIA+ acima dos 45 anos. Esse processo resultou não apenas em uma dramaturgia inédita, mas também em um curta documentário intitulado “Quem tem medo de envelhecer?”, disponível no canal do Youtube da Cia. Artera. 

“A peça busca retratar essas realidades sobre o envelhecimento nesta comunidade. “Bichados” fala das dores de um homem,do fracasso em sua profissão, de um mundo que parece cada vez menos acolhedor. Além disso, o mundo parece estar cada vez mais bichado, adoecido, guerras, mudanças climáticas e intolerância de todos os tipos. A violência contra a comunidade LGBTQIA+ persiste. O etarismo também se faz presente, até dentro da própria comunidade gay, infelizmente” – menciona o ator Davi Reis. 

“O espetáculo retrata a jornada de um homem de meia-idade. Ele luta para manter-se vivo e otimista, buscando acreditar no ser humano e preservar seus sonhos. Contudo, quando confrontado com a impossibilidade de realizá-los, a vida o lança em um abismo, onde ele se debate para encontrar uma saída. A ideia do espetáculo é amplificar vozes de muitos LGBT´s que são invisibilizados nessa faixa etária e que muitas vezes se veem obrigados a “voltar para o armário”, enfrentando diversos desafios. Situações como essas fazem com que essas pessoas se sintam como “animais”, esmagados por um vazio que mal compreendem. Não é de se admirar que, por vezes, elas se retirem da sociedade e, talvez, até da vida. Questões como estas geralmente não são discutidas, o que torna este projeto comovente e perturbador”, destaca o autor e diretor Ricardo Corrêa.

Sinopse:

A peça gira em torno de William, que completa 45 anos e organiza uma festa de aniversário. A festa serve como metáfora para rememoração da vida deste homem, que decide rever seus acordos com o tempo, lançando luz sobre o envelhecer e a finitude.

Sobre Companhia Artera de Teatro

Com intuito de abarcar diversas dimensões da cena contemporânea, tem por meta a encenação de textos com dramaturgias inéditas, direcionando a pesquisa para temas relacionados à questões LGBTQIAPN+, permitindo-se o intercâmbio com outras artes, manifestações e tecnologias. 

Instagram da Cia: @ciaarteradeteatro

Serviço:

BICHADOS

Temporada: De 10 de abril à 27 de abril de 2024

Quartas, quintas e sextas às 19h30 e Sábados às 18hs.

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro

Ingressos: Grátis, distribuídos 1 hora antes de cada sessão

Classificação etária: 16 anos

Duração: 70 minutos

Foto de capa:  Leekyung Kim

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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