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Pesquisa apresenta as maiores dificuldades das instituições LGBTQIAPN+ no Brasil

O Projeto Pajubá, iniciativa a Abong (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais), em parceria com a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), lançado em maio, realizou uma pesquisa inédita, retratando a situação das ONGs LGBTQIA+ de todo o Brasil. O estudo envolveu quase 90 organizações da sociedade civil, coletando dados qualitativos de diversas regiões e depoimentos sobre os desafios enfrentados pelas lideranças na promoção da igualdade e defesa dos direitos LGBTQIA+.

A pesquisa foi apresentada no Sesc 24 de Maio com análise de Renan Quinalha, doutor em Direito e coordenador do Núcleo Trans da Unifesp, além de um debate com representantes da sociedade civil, governo e lideranças políticas sobre a importância das organizações LGBTQIA+.

O estudo revela a vitalidade do ativismo dessas organizações, mas também alertam sobre a falta de apoio financeiro que ameaça a continuidade de suas atividades e limita a expansão de seu impacto.

Além da dificuldade de obter recursos no curto prazo, as ONGs também enfrentam a falta de um planejamento financeiro sustentável a longo prazo. A maioria dessas organizações não possui profissionais de captação de recursos, experiência para concorrer a editais nem estrutura de governança exigida pelos editais públicos. A atuação informal e a constante dependência do engajamento voluntário agravam ainda mais a situação.

Um dos pontos abordados pelo Projeto Pajubá foi o impacto da COVID-19 na comunidade LGBTQIA+. Apesar das dificuldades para financiamento das ações durante a pandemia, muitas instituições aprenderam a se articular virtualmente, utilizando plataformas digitais para trocar experiências entre lideranças de diferentes localidades, demonstrando a resiliência das entidades.

Segundo as ONGs entrevistadas, existem desigualdades significativas dentro de um mesmo estado, com cidades mais urbanizadas tendo maior acesso a recursos e políticas públicas, enquanto áreas interioranas lutam para se fazer ouvir. Também há disparidades entre as realidades das organizações formadas por pessoas LGBTQIA+ negras, indígenas, PCDs e trans, com coletivos de mulheres negras, lésbicas, bi e transexuais recebendo menos visibilidade e apoio em comparação com ONGs cujos integrantes são homens gays, bi ou transexuais brancos.

O ‘Projeto Pajubá – Transformando a Gramática Política’ tem como objetivo fortalecer instituições e coletivos LGBTQIA+ através de várias etapas. Além da pesquisa detalhada, o projeto apresentará, nos próximos meses, o ‘Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras’ em parceria com a ANTRA. O projeto também oferecerá gratuitamente assessoria jurídica, acompanhamento financeiro, consultoria, produção de cartilhas pedagógicas e um ciclo de atividades de formação para as organizações LGBTQIA+, com canais de atendimento diretos.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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