22 conteúdos mais vistos no site da Casa 1 em 2021

Estamos na reta final de 2021 então fizemos uma retrospectiva dos conteúdos mais acessados aqui no site. Tivemos mais de 415 mil acessos no site e ficamos muito contentes em saber que nossa produção tem chegado em tanta gente!

Tem lista de livro, série, entrevista, perfis para seguir nas redes e mais.

Esperamos trazer cada vez mais conteúdos que divirtam e informem as pessoas que nos acompanham e apoiam nosso trabalho!

13 filmes e séries para entender a história do HIV/AIDS

ALESP tenta aprovar Projeto de Lei que proíbe a alusão de LGBT+ na publicidade

Precisamos falar sobre sexo: Cartilha de Saúde Sexual

14 séries com personagens bissexuais para maratonar

Como ajudar a barrar o Projeto de Lei LGBTfóbico do Estado de SP

15 perfis LGBT+ para seguir no TikTok

25 materiais para entender como foi a Ditadura para LGBTs

10 artistas negras e latinas e caribenhas para conhecer

Vitor diCastro: “No meio da pandemia, que espaço damos para a internet na nossa vida”

18 momentos em que Padre Julio Lancellotti “fez tudo sozinho”

20 livros para ler de graça nessa quarentena sem fim

Com o “Marco Temporal”, povos indígenas podem perder os meios para sua sobrevivência

Bolsonaro veta distribuição gratuita de absorvente a mulheres de baixa renda

Centro Cultural Vila Itororó, em São Paulo, é inaugurado com oficinas e shows

Casa 1 se une ao Projeto T.P.M. para combater a pobreza menstrual

50 mulheres que foram (e ainda são) crushes de outras mulheres

“Que família tradicional brasileira contrataria uma travesti como empregada doméstica?”

10 vezes que Bota Pó foi o momento

Porque decidimos não fazer mais a cobertura do BBB (e não tem nada a ver com o livro)

6 autoras e autores negros obrigatórios para ter na cabeceira da cama

CRN-1 lança Guia de cuidado e atenção nutricional à população LGBTQIA+

Caren: “A feminilidade não foi feita para mulheres lésbicas, mas, principalmente, não foi feita para mulheres negras”

Morre bell hooks, ativista e escritora, aos 69 anos

Morreu hoje (15/12) bell hooks, a escritora e ativista norteamericana, em Berea, no estado de Kentucky, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por sua família ao jornal local Lexington Herald-Leader.

bell hooks teve seus mais de 40 livros publicados em 15 idiomas. Os temas de suas obras eram feminisno, racismo, política, papéis de gênero, cultura e, especialmente, amor.

No Brasil, ela ganhou destaque por meio da publicação de obras traduzidas como “Olhares negros: raça e representação” e “O feminismo é para todo mundo”.

Foto de capa: Divulgação

Editora Monstra lança exemplar realizado em parceria com o GIV – Grupo de Incentivo à Vida

O livro “Poéticas de vida: escritas de si(da)”, é o resultado da oficina de escrita coletiva promovida pela Casa 1, Editora Monstra e Acervo Bajubá em parceria com o GIV – Grupo de Incentivo à Vida, iniciativa que desde 1990 luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS.

A oficina foi destinada aos jovens que conheceram a oficina através do GIV e teve mediação do escritor e pesquisador Leandro Noronha.

Os contos, poemas e tirinhas presentes no livro são de autoria de Alan, Andrea P. Ferrara, Gabriela Fonseca. Laura Daviña, Laura Ribeiro, Leandro Noronha da Fonseca, Marcos Tolentino, Rafa Roller, Rafuska Queiroz, Tiago Sales, Tiago Cesar e Victor Bebiano (VIBE). O projeto gráfico é de autoria coletiva, com mediação da artista gráfica e publicadora Laura Daviña e PSSP estúdio de publicação.

O livro é uma publicação da coleção Cadernos, da Editora Monstra, que é um método de publicação que visa fomentar, através da criação de um espaço íntimo e coletivo, a produção literária que tem na vivência individual (logo social, política, cultural) sua principal matéria.

Tendo como lastro o conceito de “Escrevivência”, cunhado pela escritora Conceição Evaristo, a coleção acredita na potência da escrita como ferramenta de afirmação de mundos e pensa o livro como um meio que pode enfrentar o circuito hegemônico de um tipo de saber, este estruturado também por outros livros.

Esta primeira leva foi reduzida e destinada aos autores e autoras do livro, mas em breve teremos uma segunda impressão com maior número de exemplares para distribuição gratuita para o público e, enquanto a segunda tiragem não sai, é possível ler a obra através de uma versão digital e experimental do livro, para acesso online e gratuito, http://lapubli.online/poeticas/.

Caso tenha alguma dificuldade de acesso, irforme através das redes sociais da Casa1.

Sobre o GIV – Grupo de Incentivo à Vida: O Grupo percebeu que os soropositivos precisavam de protagonismo político, e esta é a marca do GIV. Desta forma criou-se um espaço onde as pessoas vivendo com HIV/AIDS não são objetos de ações assistencialistas, paternalistas ou distantes do real, e sim sujeitos que constroem e participam ativamente das decisões de suas vidas e da história coletiva de luta contra o HIV/AIDS. Com seu trabalho e as parcerias que estabeleceu, o GIV firmou-se e contribui para o crescimento e fortalecimento das respostas comunitárias de combate à AIDS assumindo seu papel dentro do quadro de instituições da sociedade civil envolvidas nesta luta.

705 mil homens brancos têm renda maior que a de todas as mulheres negras

Aos 60 anos, Graziela Pereira não pode pensar em parar de trabalhar. Desde 2019 entregando panfletos no centro de Curitiba (PR), ela não reclama do sol ou do calor, só pede licença a quem atravessa a praça apressadamente e oferece um cartão de compra de ouro e joias. “Quando muita gente aceita, ganho meu dia”, diz ela.

Do dinheiro que Graziela ganha trabalhando oito horas todos os dias depende uma neta de dez anos. Sem poder contar com ajuda dos pais da criança, ela, que já trabalhou em escritórios, lojas e restaurantes, tira forças para estar nas ruas por mais um dia. “A vida da gente é sempre incerta, mas prefiro agradecer por ter meu trabalho.”

Realidades como a dela ajudam a ilustrar um dado alarmante no país: no Brasil, o topo da pirâmide de renda tem cor e gênero. Os 705 mil homens brancos que fazem parte do 1% mais rico do país e representam 0,56% da população adulta têm 15,3% de toda a renda, uma fatia maior do que a de todas as mulheres negras adultas juntas.

Elas, que somam 32,7 milhões de pessoas e são 26% da população adulta, detêm apenas 14,3% da renda nacional, segundo levantamento exclusivo do Made/USP (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, da Universidade de São Paulo).

O estudo tem como base os dados da mais recente POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), de 2017 e 2018, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e da Declaração de IRPF (Imposto de Renda das Pessoas Físicas), da Receita Federal.

“A desigualdade de oportunidades que afeta sobretudo as mulheres negras se reproduz a cada geração e forma uma estrutura muito rígida”, diz Luiza Nassif Pires, pesquisadora do Made e do Levy Economics Institute do Bard College, nos Estados Unidos.

Ela acrescenta que, embora os dados da POF tragam um retrato de quatro anos atrás, as edições mais recentes da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, também do IBGE, reforçam que as mulheres negras saíram da força de trabalho em maior número do que os outros perfis de trabalhadores e que essa desistência maior vai se refletir em um aumento da desigualdade no futuro.

A pesquisadora lembra que a pandemia serviu para concentrar ainda mais renda e aumentou a desigualdade de gênero e raça. Embora o auxílio emergencial tenha conseguido diminuir temporariamente essa iniquidade, enquanto era de R$ 600 e para um número maior de pessoas, a redução posterior do benefício não foi mais suficiente para reduzir a desigualdade, diz Luiza.

“O efeito da pandemia tende a demorar mais para passar. A taxa de desemprego agora começa a cair primeiro para os homens brancos, enquanto a taxa de participação das mulheres negras no mercado segue em desvantagem.”

Os pesquisadores do Made fizeram a comparação da renda (o fluxo de dinheiro, que entra todo ano), de acordo com raça e gênero. Uma investigação posterior do grupo deve também comparar o patrimônio (a riqueza que é acumulada) dos brasileiros sob o mesmo critério.

MERCADO DE TRABALHO REFORÇA DESIGUALDADES

Entre os principais motivos para a diferença na remuneração das mulheres, Luiza destaca o tipo de emprego, o preconceito em relação à capacidade e a descontinuidade do trabalho, o que levaria a menores aposentadorias e menores rendas.

“A própria forma como a divisão se dá tende a direcionar mulheres a trabalhos de menores rendimentos, uma vez que essas são maioria no setor terciário, em expansão no Brasil e com altos níveis de precarização e informalidade, diz a pesquisadora.

Essa realidade faz com que as mulheres ocupem trabalhos cada vez mais precários, com menos direitos e salários mais baixos. Ela também destaca que, quando se olha para a base da pirâmide onde estão os 10% mais pobres, é possível perceber a importância do Bolsa Família, encerrado recentemente, após 18 anos.

“Sem o programa, a concentração poderia ser ainda pior, e isso revela a necessidade de expandir os programas de transferência de renda sem prazo para terminar.”

Dados de 2020 mostram que as mulheres negras representam 27% da população e ocupam 50% dos empregos informais. No trabalho doméstico, elas são 74% dos que estão em trabalhos informais, lembra Maitê Gauto, gerente de Programas e Incidência da Oxfam Brasil.

“Trata-se de um grupo de alta vulnerabilidade, sem garantia trabalhista ou proteção social. Durante a pandemia, informais e domésticos foram os grupos mais afetados, por terem sido dispensados do trabalho ou pelas medidas de distanciamento que levaram à queda na renda.”

Ao se considerar os brasileiros brancos que estão nos 10% do topo da pirâmide (tanto os homens quanto as mulheres), eles representam 6,9% da população total, mas ficam com 41,6% da renda total, enquanto todas as pessoas negras, que são 53,8% da população, ganham 35% da renda total, ainda segundo o Made.

Além disso, sete em cada dez brasileiros mais pobres são negros. Eles representam 70% do décimo mais pobre da população, ou seja os 10% com os menores rendimentos.

Os dados também apontam que os adultos brancos que integram os 10% do topo — pouco mais de 8,6 milhões de pessoas — ficam com 41,6% de toda a renda. Esse montante é mais de sete pontos percentuais superior à renda de todos os adultos negros (35%), o que representa mais de 67,7 milhões de pessoas.

CURITIBA, PR

Foto de capa: Douglas Gavras/ Folha Press

‘Os Primeiros Soldados’, filme sobre início da aids no Brasil, estará no Festival do Rio

O filme brasileiro “Os Primeiros Soldados”, protagonizado por Johnny Massaro, Renata Carvalho e Vitor Camilo, fala sobre o processo de marginalização social e os sentimentos vividos pela população LGBTQIA+ com a primeira onda de HIV no Brasil. Neste sábado (11) e no domingo (12), o longa será exibido na competição do Première Brasil da 23ª edição do Festival do Rio.

O filme se passa em Vitória, no Espírito Santo, em 1983, e conta a história de dois rapazes gays e uma mulher transexual que contraem o vírus durante a chegada da Aids ao país. Na trama, eles se unem na tentativa de sobreviver à doença, que ainda era bastante desconhecida na época.

Vencedora dos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Jovem e Melhor Filme Prêmio do Público no 70º International Film Festival Mannheim-Heidelberg, a produção tem roteiro assinado por Rodrigo de Oliveira.

No ar em “Verdades Secretas 2”, Johnny Massaro, 29, vive no longa-metragem o biólogo Suzano, o primeiro “soldado” a receber o diagnóstico de Aids. A partir disso, ele passa a acompanhar as modificações e influências do vírus em seu corpo.

Já Renata Carvalho, 40, mulher transexual nascida em Santos, traz para o enredo sua experiência de vida real. Reconhecida por obras focadas na questão do corpo transexual, ela vive Rose no filme. Atriz, Renata também trabalha como diretora no teatro e dedicou bons anos ao expediente de prevenção e assistência a travestis e transexuais em São Paulo.

“Os Primeiros Soldados” conta ainda com Vitor Camilo, 28, no papel do videomaker Humberto, que se aproxima de Rose e Suzano ao descobrir que é soropositivo.

Rodado poucos meses antes do início da pandemia, “Os Primeiros Soldados” resgata uma realidade enfrentada pela comunidade LGBTQIA+ no início da década de 1980, quando a marginalização e a intolerância se intensificaram com a chegada do HIV.

O filme se propõe a transmitir as angústias e a união dessa parcela da população, que naquele contexto só podia contar com pessoas do próprio grupo.

CAMPINAS, SP

Foto de capa:

Competidora no reality Queen of the Universe, Grag diz se sentir ‘na Copa buscando hexa’

 Para quem está procurando um programa com muita música, perucas e surpresas, o reality show Queen of The Universe é a aposta perfeita. A competição estreia nesta quinta-feira (9) no Paramount+ e apresenta 14 drag queens que disputam o prêmio de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,4 mi) fazendo apresentações de canto.

Logo no primeiro teste das concorrentes, o público brasileiro já se encantará com a gaúcha Grag Queen. A competidora brasileira surge vestida com uma roupa cheia de penas de desfiles de Carnaval e deixa os jurados boquiabertos com sua versão de “Rehab” da cantora Amy Winehouse (1983-2011). “Antes de olhar os competidores e o elenco eu primeiro olho o título, que é de Rainha do Universo”, diz Grag.

A artista afirma que estar na competição é uma oportunidade de apresentar o Brasil e seus talentos para o mundo, e mostrar o que é ser drag também. Para ela, apesar de vir do país que mais mata LGBTQIA+, essa pode ser uma oportunidade de unir as drags brasileiras e sua arte. “Estou me sentindo na Copa [do Mundo], indo buscar o hexa”, brinca.

Grag é natural de Canela, no Rio Grande do Sul, e afirma que, apesar de sempre ter assistido Ru Paul’s Drag Race, atualmente suas principais referências são nomes brasileiros como Gloria Groove, Pabllo Vittar e Kaya Conky. Além disso, ela afirma que grande parte de sua rede de apoio vem de seus familiares, que após algumas “estranhadas” hoje são seus maiores fãs.

“Nunca parei de pensar na minha família quando eu estava lá confinada”, afirma em entrevista ao F5. As gravações foram feitas na Inglaterra, durante o mês de outubro. “Sabemos que ser artista no Brasil não é uma coisa que dá certo de primeira, então é por eles, porque eles não desistiram de mim”, completa.

A drag gaúcha ainda diz que nos últimos anos conseguiu se descobrir como artista através do TikTok. Na rede social, ela já soma mais de 2 milhões de seguidores e afirma que lá aprendeu a editar vídeos, fazer iluminação e perdeu a timidez para cantar e ser quem realmente é. “Pude me descobrir e ser eu mesma”, lembra.

Já a escolha de “Rehab” como sua primeira música foi o encaixe perfeito para o tema “essa sou eu”, afirma. Grag conta que Amy Whinehouse é uma de suas artistas favoritas, e que sempre que possível ela canta o sucesso. “Quis usar a roupa do meu país, a música para homenagear a Inglaterra”, completa. “Grag Queen é isso, é a mistura do Brasil com o Egito.”

Além de Grag, há concorrentes de países como Austrália, Canadá, China, Dinamarca, Estados Unidos, França, Índia, Inglaterra e México. Dentre elas, Jujubee, conhecida por participar de RuPaul’s Drag Race, é uma das 14 participantes. “Quando eu a vi, pensei: ‘É a Jujubee? Não pode ser!’.”

A cada semana, as competidoras mostram seu talento vocal em diferentes performances para o painel de jurados, chamado “Pop Diva Panel”. O programa é apresentado por Graham Norton, jurado da versão britânica do RuPaul’s Drag Race, e conta com Leona Lewis, Michelle Visage, Trixie Mattel e Vanessa Williams no júri.

O programa é produzido pela MTV Entertainment Studios e pela World of Wonder, produtora da franquia RuPaul’s Drag Race. Por fim, Grag deixa um recado para os seus fãs. “Quem me conhece sabe, e quem não me conhece, muito prazer! Vai ser uma queen brasileira na gringa, ou seja, um sucesso!.”

SÃO PAULO, SP

Foto: Reprodução

Tóquio reconhecerá uniões entre pessoas do mesmo sexo

A capital japonesa, Tóquio, anunciou na terça-feira (7), que vai reconhecer as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Trata-se de uma conquista do movimento LGBTQIA+ no único país do G7, grupo que reúne algumas das principais economias do mundo, que não aceita totalmente o casamento homoafetivo em nível nacional.

Segundo os planos divulgados pela governadora Yuriko Koike, o novo sistema de parceria permitirá que os casais registrem seu relacionamento e tenham acesso a alguns dos direitos que heterossexuais já usufruem, como a permissão para alugarem casas juntos e a possibilidade de receber a visita de seu parceiro enquanto um deles estiver internado no hospital.
As novas medidas entrarão em vigor no início do próximo ano e terão a legalização concretizada no ano fiscal que começa em abril do ano que vem.

Embora fique aquém de um casamento legal, a decisão de Tóquio é vista como um passo importante para legalizar as uniões do mesmo sexo em uma nação onde a Constituição ainda define o casamento como baseado no “consentimento mútuo de ambos os sexos”.

“Esta é uma notícia incrível”, disse Masa Yanagisawa, chefe do Prime Services Japan na Goldman Sachs e membro do conselho do grupo ativista Casamento para Todo o Japão.

“Alguns conservadores expressaram preocupação de que, embora essas parcerias sejam apenas pedaços de papel simbólicos, elas podem minar as tradições japonesas ou o sistema familiar. Esperançosamente, esta será uma chance de provar o contrário”, disse.

Em 2015, O distrito Shibuya, em Tóquio, foi o primeiro lugar no Japão a introduzir o sistema de parceria. Atualmente, o modelo é adotado por 110 governos locais, que cobrem 41% da população japonesa.

Com a adesão da capital, a representação passará da metade do país, de acordo com o grupo de campanha Diversidade Nijiiro.

Soma-se aos esforços regionais uma decisão do tribunal de Sapporo, no norte do país, que em março decidiu que era inconstitucional barrar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Após o anúncio desta terça, Takeharu Kato, advogado que atuou no caso de Sapporo, comentou a decisão da capital japonesa e disse que o governo pode ter mostrado moderação na expansão do sistema de parceria devido ao fato de que muitos legisladores da sigla no poder, Partido Liberal Democrático (PLD), são relutantes quanto a isso.

O primeiro-ministro, Fumio Kishida, disse neste ano, durante a disputa pela liderança do PLD, que a introdução do casamento entre pessoas do mesmo sexo exigiria “consideração prudente” e que é “uma questão que vai direto ao âmago de como as famílias deveriam ser no Japão”.

Impacto das Olimpíadas Ativistas consideram que os Jogos Olímpicos, realizados em Tóquio entre julho e agosto, e que carregavam a bandeira da diversidade, contribuíram para o aumento da aceitação da população japonesa.

Uma pesquisa recente com residentes de Tóquio conduzida pelo governo metropolitano descobriu que 70% dos entrevistados eram a favor de parcerias entre pessoas do mesmo sexo.

“Tenho certeza de que as Olimpíadas tiveram um impacto, já que Tóquio está pensando em que tipo de legado elas deveriam deixar”, disse o ativista dos direitos LGBTQIA+ Gon Matsunaka.

Outro incentivo foi o interesse de Tóquio em se tornar um grande centro internacional e atrair empresas estrangeiras, muitas das quais com maior ênfase nos direitos LGBTQIA+.

Antes de anunciar as novas medidas, a governadora de Tóquio conversou com líderes empresariais estrangeiros, que disseram que a cidade estava atrasada em relação a este assunto.

“Da minha perspectiva como funcionária da Goldman Sachs, queremos atrair talentos internacionais, mas o Japão está sempre em desvantagem”, disse Yanagisawa. “Oferecemos os nossos próprios benefícios aos empregados além das disposições nacionais para tentar equalizar o sistema, mas há uma limitação do que é possível.”

O próximo objetivo, segundo os ativistas, é possibilitar o casamento, embora isso provavelmente exija que mais áreas locais adotem regulamentações de parceria entre pessoas do mesmo sexo, pressionando assim o governo nacional a abordar o tema.

SÃO PAULO, SP

Foto de capa: Reprodução

Premiado, filme “Madalena”, dirigido por Madiano Marchetti, divulga trailer oficial

Tendo percorrido mais de 30 festivais internacionais filme chega aos cinemas dia 09 de dezembro.

O premiado “Madalena”, primeiro longa-metragem de ficção de Madiano Marcheti, divulga trailer oficial e anuncia data oficial de estreia: 09 de dezembro com distribuição da Sessão Vitrine, projeto da Vitrine Filmes. Clélia Bessa, Joel Pizzini, Sérgio Pedrosa, Marcos Pieri, Beatriz Martins são os produtores do longa. A produção é da PóloFilme e da Raccord, em coprodução com Vira Lata e Terceira Margem.

O filme tem como ponto de partida o corpo de Madalena, encontrado em uma plantação de soja. Na sequência a trama acompanha a história de três jovens – Luziane (Natália Mazarim), Bianca (Pamella Yule) e Cristiano (Rafael de Bona), que vivem contextos diferentes em uma mesma cidade. Embora não se conheçam, o espírito de Madalena que esvoaça sobre a cidade, torna-se um elo entre os três. O longa denuncia a violência constante do país que mais mata a população LGBTQIA+. “Madalena” foi rodado em Dourados, no Mato Grosso do Sul e contou com mais de 20 atores do Estado no elenco.

Com estreia mundial no 50º Festival Internacional de Cinema de Roterdão (Holanda), o filme já foi selecionado para mais de 30 festivais internacionais e conquistou oito prêmios. Destaca-se a seleção para o Festival Internacional de San Sebastian (Espanha), Festival de Biarritz (França) e Festival de Cinema de Lima Pucp (Peru), neste último sendo consagrado com três prêmios: Melhor Filme, Melhor Interpretação com o prêmio Gio aos filmes LGTBIQ+ de Crônicas de Diversidade) para Pamella Yulle e Melhor Direção também com com prêmio Gio. No Brasil o filme teve sua estreia na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi exibido no Festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade conquistando o Prêmio de Melhor Diretor.

SINOPSE

Entre as vidas de Luziane, Cristiano e Bianca há pouca coisa em comum além do fato de viverem em uma pequena cidade cercada de plantações de soja no interior do Brasil. Embora não se conheçam, os três são afetados pelo desaparecimento de Madalena. Em regiões diferentes da cidade, cada um deles encontra seu modo de responder a essa ausência.

DIRETOR – MADIANO MARCHETI

Madiano Marcheti nasceu e foi criado em Mato Grosso, região amazônica do Brasil. MADALENA é seu primeiro longa-metragem. Atualmente, ele desenvolve seu próximo filme, “Mãe do Ouro”, e roteiriza os longas em desenvolvimento “Imagens do Calabouço” (dir. Carolina Aleixo) e “Chana com Chana” (dir. Lia Kulakauskas). Dirigiu o curta-metragem “O Lugar Mais Frio do Rio”, premiado no VII Festival Janela Internacional de Cinema de Recife e integrante de vários festivais, incluindo o Cinélatino, 27èmes Rencontres de Toulouse. Também dirigiu os curtas “Essa barra que é gostar de você”, “Travessias” e “Vácuo”, que circularam por vários festivais brasileiros.

Paulo Fraval lança single “Jeri”, uma metáfora sobre o paraíso interior

Dia 10 de dezembro chega em todas as plataformas digitais “Jeri”, de autoria do cearense Paulo Fraval, artista multifacetado com forte identidade queer punk. A canção traz a mensagem do poder que o amor tem de nos teletransportar para realidades paralelas, memórias afetivas e
qualquer lugar onde o coração deseja estar. Fala sobre encontrar a cura mergulhando em seu próprio caos, abraçando suas vulnerabilidades e imperfeições.

Por isso, o single toma emprestado o nome da praia mais conhecida do Ceará e famosa pela expressão “paraíso”, pois o título metaforiza o lugar dos sonhos de cada pessoa. Jeri também é uma homenagem à origem do artista, onde tudo começou e que busca positivar uma região quebrando estereótipos de uma paisagem árida e sofrida. A música é a primeira faixa do álbum “O poder que a bixa tem!” previsto para lançamento em meados de Junho. Sua produção foi quase completamente virtual pois se trata de um trabalho pandêmico que demorou cerca de um ano para estar pronta e com todos da equipe trabalhando de maneira remota.

Para o clipe, o elenco precisou ser reduzido para garantir a segurança de toda a equipe, e apesar do difícil período, o vídeo celebra a liberdade de amar, de experimentar, de existir, exaltando a diversidade e as belezas de corpos plurais. O abraço é o símbolo maior dessa produção. Uma das estrelas é a travesti, preta e ativista dos Direitos Humanos Dediane Souza que surge como uma divindade representando o acolhimento à todas aquelas pessoas que são de alguma forma excluídas, violentadas e criminalizadas na sociedade, a exemplo da população LGBTQIA+. Os figurinos híbridos conectam-se propositalmente com elementos da natureza, fortalecendo o pensamento de que somos parte de um mesmo ciclo. “Jeri” brinda o valor de um abraço em tempos pandêmicos, a poesia do toque na pele e o acolhimento. O alívio de saber que dentro de cada um de nós existe um paraíso lúdico e único, onde tudo é possível. O Estúdio Voa
(CE) assina a co-direção e produção do videoclipe com destaque para o trabalho de Camila Almeida.

Vivendo atualmente em Londres, na Inglaterra, Fraval será lançado pelo selo da gravadora inglesa 123 Records, conhecida por investir e apostar em artistas queer da cena underground. No total, serão 10 músicas que seguem em ritmo de produção nos estúdios até seu lançamento em 2020. A expectativa é de que, conforme a pandemia da Covid-19 esteja mais controlada, “O poder que a bixa tem!” possa sair em turnê no próximo verão europeu.

Conheça Paulo Fraval

Natural do bairro Parque Jerusalém, periferia de Fortaleza, Fraval iniciou sua carreira aos 15 anos como percussionista e mudou-se para Salvador no ano de 2002 onde estudou música e começou também a cantar. Foi lá que surgiu e conquistou sucesso a banda “Solange, Tô Aberta!”, um duo que unia as batidas do funk com a postura do punk. Uma característica que Paulo não abre mão em seus trabalhos é o conteúdo político. Seu gênero é o Queer Punk, e assim também são seus projetos audiovisuais e/ou suas próprias letras.

Em 2008 seguiu para o Rio de Janeiro, e se dividiu também entre São Paulo e ainda Salvador, emigrando definitivamente para Europa em 2010, vivendo na Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Holanda.

Entre 2010 e 2016, realizou cinco turnês internacionais e apresentações artísticas em 19 estados brasileiros, participando de importantes espaço e eventos culturais como, Itaú Cultural (SP), Festival Panorama de Dança (RJ), Plaza de Catalunya (Barcelona/ES), Copenhagen Queer Festival (Dinamarca) e Transgenialer CSD (Berlim/ALE).

Em 2017 Paulo faz um breve retorno à Fortaleza e cria o projeto Pistoleira, banda pautada em dar novas roupagens a clássicos da música popular nordestina. Nesse projeto, a base eletrônica tem grande presença do bregafunk, forró, boleros e ritmos genuínos do nordeste brasileiro. O foco da Pistoleira era a periferia urbana, ou seja, descentralizar apresentações artísticas de lugares mais elitizados e levar o acesso à música para bairros como Conjunto Ceará, Bom Jardim, dentre outros, principalmente em parceria com movimentos sociais periféricos.

O artista organiza e promove a campanha “Baile da Pistoleira”, um evento anual que leva música, arte, doações e atividades sócio-recreativas para o Lar Três irmãs, no bairro Montese, em Fortaleza. O abrigo acolhe idosos em situação de rua e vulnerabilidade e, após a pandemia, as edições voltam a acontecer. Também é idealizador do “Bloco da Pistoleira”, projeto que contribuiu para a revitalização do carnaval de rua do bairro Benfica, na cidade de Fortaleza. Atualmente desenvolve o álbum “O Poder Que a Bixa Tem”, seu primeiro álbum solo em parceria com artistas do Ceará, Bahia, Pernambuco, Pará e Inglaterra.