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Banda Crime Caqui na reta final do financiamento coletivo

Fazendo músicas embaladas com referências que passeiam pelos gêneros dream pop e post rock, o quarteto de Sorocaba Crime Caqui finaliza essa semana a campanha de financiamento coletivo para o seu primeiro álbum “Atenta”.

A banda agora é formada por Fernanda Fontolan na bateria, May Manão e Larissa Lobo nas guitarras e Yolanda Oliveira no baixo, mas começou com Fernanda e May. “Eu chamei a Fer pra gente fazer um som despretensioso, tocar Warpaint, uma banda que a gente é muito fã e foi horrível o nosso ensaio. Vimos que precisávamos de uma outra pessoa. Nessa, a Yolanda entrou e assumiu o baixo. Também entrou uma outra amiga, a Kelly, e a gente fez nosso primeiro show, tocando só Warpaint em Sorocaba. A gente amou e começou a trazer nossas composições autorais, o que marca o início da Crime Caqui em 2018. Na época, era ‘La Girls’, nome do nosso grupo no WhatsApp. Os shows, o nome e as composições foram só em 2018 mesmo, ainda com a Kelly. E depois entrou a Larissa”, conta May em uma chamada de vídeo com as outras integrantes do grupo. 

Elas já chamaram a atenção de veículos musicais como a revista Balaclava e a Casa Natura. Com músicas autênticas e buscando aumentar a presença feminina nos circuitos autorais, já é possível dizer que elas estão construindo um caminho sólido na música com apenas alguns singles lançados. 

Chegaram no nome “Crime Caqui” de uma forma bem dadaísta. Colocaram várias palavras em um saquinho —  cores, frutas, árvores, sensações —  e tiravam duas opções de uma vez porque buscavam um nome composto. Ficaram com a primeira e a última tentativa, “Quartzo Aranha” e “Crime Caqui”, respectivamente. “’Crime Caqui’ a gente achou mais sonoro, mais diferente. O que é muito legal desse nome é que não existe outra coisa com ele. Quando você joga na internet, acha a gente direto. É bem fácil de achar, não tem como confundir”, explica a baixista Yolanda. 

“Caqui é uma fruta bem docinha, bem delicada. Não é tipo uma maçã, né? E crime é um contraponto, e por sermos uma banda de mulheres lésbicas, a gente meio que brinca com isso”, complementa Fernanda. 

Sendo uma banda composta só por mulheres lésbicas, elas dizem que nunca sofreram nenhum tipo de violência nos espaços que costumavam se apresentar antes da pandemia. Porém, com a projeção de posts patrocinados para promover o financiamento coletivo, acabaram sofrendo alguns ataques nas redes. “Se a gente tá na nossa bolha, como o Dyke Fest, não vai rolar nada ruim e a maioria dos lugares que a gente se apresenta, são lugares nessa pegada. Mas à medida que a gente vai se abrindo, e a ideia é se abrir cada vez mais, vão chegando respostas incômodas. Post patrocinado vai pra muita gente que não pesquisou aquilo. No último post, recebemos ataques gratuitos de alguns homens incomodados”, relata Yolanda. 

Para elas, a Crime Caqui é uma “grande empresa”, já que fazem quase tudo de maneira independente. Fernanda e May estudaram audiovisual e produzem grande parte dos materiais do grupo. “Mas sempre tivemos muita ajuda da Renata, que é uma grande amiga que sempre tá captando os nossos materiais”, diz Fernanda. 

“Atenta”, o financiamento coletivo

Na quarentena, elas decidiram que estava na hora de sentar e organizar como fariam para produzir o primeiro álbum. “A gente já tava querendo gravar esse disco e foi o momento de sentar e pensar como faríamos isso. Teve esse momento pra fazer toda essa conversa de como seria a gravação, que se transformou nesse projeto de financiamento coletivo. Começamos a participar de editais que são coisas novas pra gente”, conta Larissa. 

Para Fernanda, o diferencial do sucesso dessa campanha foi ter o apoio de uma produtora que já tem experiência com financiamentos coletivos e soube guiar o projeto para o sucesso. “São dois meses e a gente pensou em cada postagem e colocamos uma meta bem esperançosa. Mas ultrapassou a minha expectativa e eu tô bem emocionada”. 

Até agora elas já arrecadaram quase 90% da meta. E se você se interessou pela banda Crime Caqui e quer contribuir para a expansão do trabalho dessas artistas independentes incríveis, clique aqui.

Foto de capa: Larissa Lobo/ Divulgação

Taubateana e Jornalista.

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