Pela primeira vez na história da Colômbia uma mulher negra chega ao Executivo. Também é a primeira vez que um candidato de esquerda ganha a eleição presidencial.
Com 40 anos, Francia Márquez é um respiro para quem deseja mudanças para o país.
Nascida em Suaréz, a advogada e ativista ambiental cresceu na comunidade de La Toma, com altos índices de violência e pobreza. Durante a adolescência, assim como os pais, ela trabalhou como garimpeira na mineração de ouro. Mais tarde, trabalhou como doméstica para pagar os estudos na Universidade Santiago de Calí e para sustentar sua família. Mãe solo aos 16 anos, ela tem dois filhos.
Aos 13 anos, Márquez já era uma ativista ambiental e em 2018 foi vencedora do Prêmio Goldman, o “Nobel da Paz do Meio Ambiente”. Ela também foi representante legal do Conselho Comunitário de La Toma, exigindo proteção dos territórios ancestrais negros da Colômbia. No ano seguinte, sofreu um atentado com granadas e rajadas de fuzil em represália.
Seu ativismo contra a mineração ilegal rendeu o Prêmio Nacional de Defesa dos Direitos Humanos na Colômbia. Segundo o último relatório da Global Witness, o país é o mais perigoso para ativistas ambientais na América Latina e no mundo – em 2021, 65 ativistas foram assassinados no país.
Durante a campanha, Márquez afirmou que vai continuar trabalhando pelas mulheres, indígenas, negros, camponeses e pela população LGBTQIA+.
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