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16 filmes brasileiros para assistir de graça em casa

Com um pronunciamento sem nenhum valor legal  em seu perfil no Instagram a mais de um mês, a secretária especial  de cultura Regina Duarte ainda nada fez para o setor diante da pandemia do coronavirus e nem dá sinais de que fará. Essa matéria da Folha de São Paulo do dia 14 de abril detalha a inércia da pasta.

Se desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro já conseguiu destruir os avanços e direitos conquistados pelo setor cultural, durante a pandemia, parece se aproveitar para liquidar tudo que for possível. A nós nos resta então lutar, cobrar nossos parlamentares e evidenciar ao máximo a produção cultural do país, algo feito de forma recorrente por nós aqui na Casa 1 e em nossas redes.

Por isso listamos agora 16 filmes brasileiros que podem ser vistos de graça durante o período de isolamento. Espero que aproveite:

1. “Dona Vilma” – Vanessa Santos de Oliveira | 2016

O filme conta a história de Vilma Santos de Oliveira, também conhecida como Yá Mukumby, passando por sua trajetória pessoal, política e religiosa, com destaque para sua participação na instauração do processo de cotas na Universidade Estadual de Londrina e seu prematuro assassinato, que só ocorreu a grave falha da saúde pública do país, em especial no campo da saúde mental. Potente e forte, é um trabalho primoroso da diretora Vanessa Santos de Oliveira, filha de Vilma. Você pode assistir direto no Youtube dando o play acima, ou então na plataforma Spcine (aqui)

2. “Quase Dois Irmãos” – Lúcia Murat | 2005

Através de dois personagens, Miguel (Caco Ciocler), um jovem intelectual de classe média preso político na Ilha Grande, e hoje deputado federal, e Jorge (Flávio Bauraqui), filho de um sambista que de pequenos assaltos se transformou num dos líderes do Comando Vermelho, o filme tem como pano de fundo a história política do Brasil nos últimos 50 anos, contada também através da música popular, o ponto de ligação entre esses dois mundos. Um dos grandes trabalhos da diretora Lúcia Murat. Pode ser visto de graça no Spcineplay, neste link.

3. “Mexeu com Uma, Mexeu com Todas” – Sandra Werneck | 2017

Composto por entrevistas de vítimas de abuso sexual, o documentário fala sobre violência contra a mulher e a importância do apoio às vítimas. Relatos de nomes como a ex-modelo Luíza Brunet, a nadadora Joana Maranhão, a escritora Clara Averbuck e a farmacêutica Maria da Penha – que dá nome à lei que criminaliza a violência contra a mulher, são além de importantes, atualíssimos. Outro grande acerto da diretora Sandra Werneck. Para ver, basta dar o play no vídeo acima ou então na plataforma da Spcine (aqui)

4. “O Aborto dos Outros” – Carla Gallo | 2008

Polêmico, o tema aborto teve grande destaque em 2008 quando a diretora Carla Gallo acompanhou três  procedimentos legalizados (incluindo o de uma menina/ criança  de 13 anos) e outros tantos relatos de mulheres que passaram pelo processo ilegalmente no documentário “O Aborto dos outros”. O filme pode ser assistido dando o play no filme ou então na plataforma da Spcineplay . Sobre o tema vale assistir ainda “Clandestinas”, de 2014, no canal da produtora, idealizadora e roteirista Renata Correa (neste link).

5. “Vou Rifar Meu Coração” – Ana Rieper | 2012

Um passeio dos mais lindos pelo chamado ritmo “brega”. Essa é a proposta da diretora Ana Rieper no documentário “Vou Rifar Meu Coração”. Simpático, delicado e divertido, o filme ganha o coração qualquer um, mesmo os que torcem o nariz para o gênero musical. Pode ser visto na plataforma Spcineplay.

6. “São Paulo em Hi-fi” – Lufe Steffen | 2013

Sabe um filme que quando você termina pensa: que época maravilhosa? Então, São Paulo em Hi-Fi é um desses. O documentário conta um pouco da história da noite LGBT (que ainda estava longe de receber este nome) nos anos 60 e 70. Destaque claro para a drag Kaka Di Polly, estrela absoluta com as melhores histórias. O diretor Lufe Steffen abordou a noite ainda nos anos 2010 em A “A Volta da Paulicéia Desvairada “.  Você pode assistir “São Paulo em Hi-fi” na plataforma da Spcineplay (aqui).

7. “Cine Holliúdy” – Halder Gomes | 2013

“Cine Holliúdy” entrou para a história do cinema brasileiro ao desbancar o blockbuster Titanic no estado do Ceará. Na gostosinha e hilária trama, Francisgleydisson (Edmilson Filho) bate de frente com a televisão (uma única para a cidade toda, colocada no centro da praça) com seu icônico cinema mambembe que dá nome ao filme. O longa, falado em “cearensês”e com direito a legenda e tudo contou com um de baixo orçamento porém é de uma qualidade sem tamanho. Pode ser visto no Telecineplay que está aberto durante a quarentena durante 30 dias após o cadastro. Ah, e se curtir, na plataforma você encontra ainda a continuação de 2018 (que seguindo a tradição bateu a bilheteria de “Capitã Marvel”) e se como eu, virar fanzão, vale assistir a série que pode ser encontrada no Globoplay (pago).

8. “Benzinho” – Gustavo Pizzi | 2018

Considero “Benzinho” a melhor atuação de Karine Teles (que figura nessa lista mais duas vezes, em “Bacurau” e “Que Horas Ela Volta?”. Sensível, o longa narra a vida de uma mãe de quatro filhos que se vê perdida com a partida do mais velho para Alemanha, enquanto trabalha, faz um supletivo e dá suporte para irmã Sônia, interpretada pela sempre impecável Adriana Esteves. Tem no Telecineplay.

9. “Que Horas ela Volta?” – Anna Muylaert | 2015

Talentosíssima roteirista, Anna Muylaerte foi membro da equipe de criação dos melhores programas dos anos 90 como “Mundo da Lua”, “Castelo Ra-tim-bum” e “Disney Club” e nos anos 2000 alçou voo na direção de longas com o aclamado “Durval Discos” mas foi em 2015 que Anna ganhou o país com “Que Horas Ela Volta?” , escancarando o classismo e as relações de trabalho por meio de Val (Regina Casé) e Jéssica (Camila Márdila), mãe e filha que se reencontram depois de anos. Pode ser visto no TelecinePlay

10. “Como Nossos Pais” – Laís Bodanzky | 2017

É difícil achar algo que Maria Ribeiro não faça, atriz de teatro, cinema e televisão, já dirigiu curtas e documentários, é também escritora e toca o projeto “Você É o Que Você Lê”, além de seu canal no Youtube, por isso o papel de Rosa em “Como Nossos Pais” parece lhe ser tão familiar. Cobrada por todos os lados (inclusive por si mesma), a personagem parece estar sempre em crise. Um filmão, merecidamente premiado, obra da grandiosa Laís Bodanzky, que não fica atrás no requisito multitask. Pode ver no TelecinePlay.

11. “Praia do Futuro” – Karim Aïnouz | 2014

Uma verdadeira poesia visual, “Praia do Futuro” é de uma lindeza sem tamanho e mais um grande acerto de Karim Ainouz dos brilhantes “Madame Satã” e “O Ceú de Suely”. O filme acompanha Donato (Wagner Moura), um salva-vidas que apesar da imensidão da praia se sente sufocado com a vida que leva. Um filme sobretudo sobre liberdade. Veja no TelecinePlay.

12. “Estômago” – Marcos Jorge | 2008

O filme que deu projeção nacional a sempre excelente Fabiula Nascimento acompanha a descoberta do amor de Raimundo Nonato (João Vicente) igualmente bom, pela gastronomia. Filmaço que conta com a presença ainda do atual BBB, Babu Santana em um ótimo papel. Veja no TelecinePlay.

13. Bacurau – Kleber Mendonça Filho | 2019

O hit bacurau despensa resenhas, eu particularmente adoro o filme como um bom e velho faroeste, mas dá pra entender a obsessão em análises políticas das pessoas nas redes sociais. Pode ser visto no TelecinePlay.

14. “Deslembro” – Flávia Castro | 2019

Talvez um dos meus filmes brasileiros preferidos, e com certeza o melhor de 2019, “Deslembro” é um filme sobre amadurecimento e também sobre o processo de redemocratização do país e o que isso significou para quem esteve envolvido com a luta contra a ditadura militar. Jeanne Boudier é absurdamente incrível mesmo ainda muito jovem, se fizer boas escolhas na carreira tem tudo para ser uma das maiores atrizes do país. veja no TelecinePlay.

15. “Praça Paris” – Lúcia Murat | 2018

Se existe um nome do teatro e do cinema que todo mundo deveria saber hoje, esse nome é Grace Passô, a atriz, diretora e dramaturga é perfeita em todas as suas áreas de atuação. Em “Praça Paris” arrepia qualquer um como Glória, ascensorista que desenvolve uma obsessão por sua terapeuta. O longa é mais um acerto de Lúcia Murat. Pode ser vista pelo TelecinePlay.

16. “Aquarius” – Kleber Mendonça Filho | 2016

Um grande filme-panfleto (com os méritos e deméritos de ser um filme panfleto) de Kleber Mendonça Filho é bom, mas se torna excelente graças a Sônia Braga, uma mulher que luta contra a especulação imobiliária em Recife. Para quem é mais jovem (menos de 30) o filme explicou o porque de Sônia ser tão cultuada. Tem no TelecinePlay.

Veja também:

40 Filmes LGBT brasileiros para ver e rever

Curtas LGBT nacionais para assistir e enaltecer – Parte I

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

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