Pajubá Lab é um programa pioneiro de mentoria de argumentos de longas-metragem e de obras seriadas com temáticas de gênero e diversidade sexual. A programação contará com um laboratório de mentoria, além de dois cursos de formação, “Meu Primeiro Argumento Cinematográfico” e “Construção de Personagem/Protagonismo Feminino e LGBTQIA+ no Cinema Contemporâneo”.
O evento é uma realização das produtoras Cinetrupe, Invasão Produções e Um Silva, contemplado pelo edital de Fomento à Cultura (Foca), da Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro, e com apoio do Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e do Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Os mesmos idealizadores realizaram a primeira edição do Pajubá Fest – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro – em março de 2021.
As inscrições para o laboratório de mentoria estarão abertas de 22 de maio a 11 de junho, onde serão selecionados 8 projetos, sendo 4 de longa metragem e 4 de obras seriadas. Enquanto que as inscrições para os cursos de formação ocorrerão de 30 de junho a 13 de julho.
O evento será realizado entre 24 e 28 de julho de 2023, sendo o laboratório de mentoria em formato remoto e os cursos de formação em formato presencial no Centro de Artes Calouste Gulbenkian e noCentro Municipal de Artes Hélio Oiticica, ambos no Rio de Janeiro.
O Pajubá Lab é gratuito e voltado para pessoas com projetos de longa-metragem ou obras seriadas de temática LGBTI+ de todo o Brasil. Foi idealizado para quem possui o interesse de se profissionalizar em processos de criação. Não é exigido formação na área audiovisual para se inscrever, mas é fundamental haver dedicação e identificação com o ofício da escrita e da produção cinematográfica.
No laboratório, os selecionados serão assessorados por 4 mentores atuantes e renomados no mercado pelos seus trabalhos com temática LGBTI+: Ary Rosa, roteirista de “Café Com Canela” (2017); Gustavo Vinagre, roteirista de “Três Tigres Tristes” (2022); Julia Katharine, roteirista de “Lembro Mais dos Corvos” (2018);e Marina Meira, roteirista da série “Sem Filtro” (2023) da Netflix. Os participantes ganharão certificado.
As formações serão ministradas por Fidelys Fraga, que conduzirá as aulas de “Meu Primeiro Argumento Cinematográfico”; e por Sandra Pereira, que vai liderar o estudo de “Construção de Personagem/Protagonismo Feminino e LGBTQIA+ no Cinema Contemporâneo”. Os dois cursos terão um total de 12 horas cada, divididas em 4 horas por dia, durante os 3 dias de evento. Os participantes ganharão certificado.
Proposta do evento:
Pessoas LGBTI+ ainda encontram resistência de terem suas histórias representadas no audiovisual, onde frequentemente se vêem reduzidas a personagens secundários, estereotipados, sexualizados e limitantes. É fundamental romper com este paradigma do setor.
Diante deste cenário, o Pajubá Lab possui um caráter completamente inédito em âmbito nacional, onde a proposta é ser um espaço para formação, profissionalização e celebração da diversidade sexual através da linguagem audiovisual. O evento almeja fortalecer a presença de narrativas LGBTI+, a estimular produções que confiram a sensação de pertencimento e reconhecimento, além de contribuir para o desenvolvimento dos roteiristas do meio.
Entre os dias 09 e 20 novembro, o Festival Mix Brasil realiza sua 30ª edição no tema “Toda Forma de Existir”.
Além dos 119 filmes, a programação do festival também tem seis espetáculos teatrais inéditos, shows musicais, performances, palestras e workshops voltados para a vivência de pessoas LGBTQIAP+ e acontece em oito espaços culturais da cidade de São Paulo.
Listamos aqui 44 curtas e longas para todos os gostos!
Entreaberta
Uma reflexão sobre os desafios de envelhecer no Brasil sendo uma mulher que ama mulheres. A cineasta bissexual reflete sobre suas próprias amarras a partir das vivências de Yone Lindgren, fundadora do movimento lésbico no país.
Brasil, Rio de Janeiro-RJ, 2021, 15′ Direção: Bruna Estevam Amorim Classificação: Livre
Em um sertão futurista onde um grupo de travestis cangaceiras criam seu próprio reduto e do barro criam suas corpas-territórios, elas evocam da força do fogo suas ancestralidades, celebram as suas existências e sonham.
Brasil, Buíque, Arcoverde-PE, 2021, 5′ Direção: Renna Costa Classificação: Livre
Uýra, uma artista indígena trans, viaja pela floresta amazônica numa jornada de autodescobrimento utilizando-se de arte performática e mensagens ancestrais para ensinar jovens indígenas e confrontar o racismo estrutural e a transfobia no Brasil.
Durante a audição de um teste de elenco, bixas pretas realizam um monólogo em que contam suas vivências sobre afeto e identidade partindo de uma cena motivadora. No decorrer do ato, no entanto, não sabemos onde começa ou termina a ficção e a realidade.
Brasil, Salvador-BA, 2022, 25′ Direção: Vinicius Eliziário Classificação: 12 anos
1979. As máquinas desligam para o horário do almoço dentro de uma metalúrgica de São Bernardo do Campo. Quatro operárias comem dentro do banheiro feminino. Entre risos e conflitos, cada uma guarda o seu segredo.
Brasil, São Paulo-SP, 2021, 24′ Direção: Nina Kopko Classificação: 12 anos
Uma improvável história de amor entre duas mulheres que se apaixonam na véspera de Natal, em 1944, no campo de concentração de Ravensbrück. Mesmo separadas nos últimos meses da guerra, Nelly e Nadine conseguem se reencontrar depois e passar o resto de suas vidas juntas. Por muitos anos essa história de amor foi mantida em segredo, mesmo para as pessoas mais próximas da família. Agora, a neta de Nelly, Sylvie, decidiu abrir os arquivos pessoais inéditos de Nelly e Nadine e revelar a notável história das duas.
Suécia, Bélgica, Noruega – 2022, 92′ Direção: Magnus Gertten Classificação: 10 anos
Paloma é uma mulher trans que está decidida a realizar seu maior sonho: um casamento tradicional, na igreja, com seu namorado, Zé. Ela trabalha duro como agricultora numa plantação de mamão e está economizando para pagar a festa. A recusa do padre em aceitar seu pedido obrigará Paloma a enfrentar a sociedade rural. Ela sofre violência, traição, preconceito e injustiça, mas nada abala sua fé.
Brasil, Portugal (PE) – 2022 – 97′ Direção: Marcelo Gomes Classificação: 16 anos
10 NOV | QUINTA-FEIRA @ CINESESC 18h00 – Paloma (97′) – 16 anos
Casa Susanna
Nos anos 1950 e 1960, no interior dos Estados Unidos, ao sopé das montanhas Catskill, uma pequena casa de madeira com um celeiro nos fundos abrigou a primeira rede clandestina de cross-dressers. Diane e Kate, àquela época, eram dois homens que faziam parte dessa organização secreta. Hoje, com 80 anos de idade, elas relatam este capítulo esquecido, mas fundamental, dos primórdios da identidade trans. Uma história cheia de ruído e raiva, plena de personagens extraordinárias, incluindo a famosa Susanna, que teve a coragem de criar esse refúgio que veio a ser conhecido como Casa Susanna.
França, EUA – 2022, 97′ Direção: Sébastien Lifshitz Classificação: 10 anos
Documentário sobre pessoas transvestigêneres que vivem, habitam e “re-existem” na Chapada dos Veadeiros, no interior de Goiás. Temos como protagonistas Gustavo e Gaé, homens trans que abrem suas vidas e peles aos olhos da câmera.
Brasil, Alto Paraíso de Goiás-GO, 2021, 17′ Direção: Michel Queiroz Classificação: 14 anos
Benzedeira Maria do Bairro, a bicha preta conhecedora de ervas, se dedica à cura do corpo e da alma de quem a procura, pois o saber que a habita vem da vivência e resistência direta com a natureza, seus espíritos e filosofia.
Brasil, Bragança-PA, 2021, 15′ Direção: San Marcelo, Pedro Olaia Classificação: Livre
Cansada da solidão, a motoqueira Vange decide atravessar a ponte Rio-Niterói até uma festa lésbica, onde conhece quatro jovens que compartilham entre si o lar e os afetos. Um encontro de gerações; uma homenagem às que nos trouxeram até aqui.
Brasil, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP – 2021 – 26′ Direção: Érica Sarmet Classificação: 18 anos
1987: Enquanto os outros alunos se perguntam se Robin é menino ou menina, Robin cria um vínculo complicado com o valentão da escola, fazendo escolhas cada vez mais perigosas para conseguir se encaixar.
Canadá – 2022, 89′ Direção: Trevor Anderson Classificação: 14 anos
Em materiais intimistas, Bárbara Lago encontra a possibilidade de pensar as sexualidades dissidentes, a relação entre a tecnologia e o corpo humano, a linguagem e a infância. Jonathan/Yon é o corpo fora da domesticação social.
Argentina – 2021, 8′ Direção: Bárbara Lago Classificação: 12 anos
A pequena Uli quer se tornar pirata ou papisa, mas de jeito nenhum enquadrar-se nos modelos estereotipados da sua cidade natal bávara. Depois da morte de seu pai, sua mãe lhe entrega a caixa “secreta” dele como herança. O conteúdo de repente muda a forma como ela via o pai, a si própria, sua família e a sociedade na qual cresceu. Uma história real sobre segredos de família, assuntos sobre gênero e a agitação que o amor traz – contada como um passeio de montanha-russa através de técnicas de animação e imagens documentais.
Lalo é um influenciador sexual que posta nudes e vídeos pornôs caseiros para seus milhares de seguidores. Embora aparente ter tudo sob controle o tempo todo, no íntimo é um solitário que vive em constante estado de melancolia.
Argentina, França, Brasil, México – 2022, 98′ Direção: Manuel Abramovich Classificação: 18 anos
Em Taiwan, “song wa si de” são trabalhadores cuja rotina consiste em entregar botijões de gás a ambulantes e em antigos prédios residenciais. A Fadinha do Gás entrega seus botijões diferentemente de todos os outros – com atrevimento, unhas postiças e uma boa dose de glitter. Sua chegada abala a vida de Jojo, uma criança solitária de 10 anos de idade que sonha em dançar e atuar como drag.
Taiwan – 2021, 10′ Direção: Erich Rettstadt Classificação: 10 anos
Nos subúrbios de Beirute, Lilas e suas colegas da banda de trash metal Slave to Sirens – Shery, Maya, Alma e Tatyana – têm grandes sonhos e poucas oportunidades. Quando a apresentação da banda em um festival no Reino Unido não se revela a mudança de vida que elas esperavam, Lilas volta pra casa no Líbano à beira de um colapso. Ao mesmo tempo, a complicada relação de amizade entre Lilas e sua colega guitarrista, Shery, começa a estremecer. O futuro de sua banda, de seu país e de seus sonhos está agora em jogo, e Lilas se vê numa encruzilhada. Ela tem que decidir que tipo de líder será – não apenas na banda, mas também como uma jovem mulher lutando para se definir no Líbano, uma região do Oriente Médio tão complexa quanto cada uma das próprias Sirens.
Colônia Juliano Moreira, RJ. Estelar trabalha num hospital psiquiátrico e tem visões do passado. Entre divergências políticas e identitárias com o irmão, ela nota que é preciso coragem para rever suas posições.
Brasil, RJ, 2022, 49′ Direção: Lorran Dias Classificação: 10 anos
Filme ensaístico que retrata a construção da identidade e sexualidade da criança preta sapatão. Narrado e documentado em primeira pessoa, o curta apresenta em sua trama os vínculos afetivos que unem a garotinha moleque macho às mulheres negras de sua família em uma performance atemporal e surrealista.
Brasil, Santo Amaro-BA, 2022, 6′ Direção: Ianca Santos de Oliveira Classificação: 14 anos
O documentário investiga a sub-representatividade LGBTQIA+ na política institucional no Brasil, país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Em um cenário global de ascensão da extrema-direita ao poder e diante de um recorde de candidaturas LGBTQIA+ nas eleições brasileiras de 2020, candidatos e políticos LGBTQIA+ relatam suas experiências e violências dentro de seus processos de afirmação e luta por direitos.
Brasil, RJ/SP, 2022, 102′ Direção: Pedro Henrique França Classificação: Livre
São Paulo, num futuro distópico não muito distante do presente. Um vírus circula, um que ataca principalmente o cérebro e a capacidade de lembrar. Um Estado que esqueceu um passado marcado pelo colonialismo e pela ditadura, espera desesperadamente por uma indeterminada “Fase Dourada”. Três jovens queers perambulam por uma cidade que sangra por culpa da pandemia e do capitalismo desenfreado.
Brasil (SP) – 2022 – 86′ Direção: Gustavo Vinagre Classificação: 16 anos
Quando Jack inicia seu processo de transição de gênero, o Brasil mergulha em uma onda de extremo conservadorismo. O documentário acompanha as transformações em sua vida e no país, atravessados por um governo de extrema direita e por uma pandemia devastadora. Através de um relato íntimo do cotidiano de Jack e seus amigos, vemos florescer uma rede de afeto e solidariedade que se constitui em meio a um contexto adverso.
Brasil (SP) – 2022 – 79′ Direção: Coraci Ruiz, Julio Matos Classificação: 14 anos
Devido a um sistema de hibernação no mundo todo, a cada 300 anos Lorna acorda para permanecer desperta por 24 horas. Boris, o ciborgue responsável pela manutenção do sistema, aprende a gostar dela, mas, quando Lorna descobre que a hibernação será renovada por milhares de anos, ela perde a força para continuar acordada.
Brasil, Rio de Janeiro-RJ, 2022, 15′ Direção: Jessika Goulart Classificação: 14 anos
A história de Nidhal é contada por meio de cenas reais e de animação: um jovem homossexual da Tunísia que, através de seu trabalho no rádio, defendeu direitos individuais em seu país. Diante da pressão a que foi exposto, se viu forçado a sair do país e buscar asilo nos Países Baixos.
Tunísia – 2022, 11′ Direção: Bassem Ben Brahim Classificação: 12 anos
Karim é um jovem diretor queer de ficção científica. A dor causada pelo rompimento com Paul o impede de escrever o roteiro de seu novo filme, “Noite Chinesa”. A partir do conselho de sua mãe, ele tenta seguir em frente colocando de lado a ficção cientifica para escrever uma história de amor. Numa tarde, em um café, ele encontra o herói de seu filme, Fouad, e se apaixona.
França – 2021, 14′ Direção: Nicolas Medy Classificação: 14 anos
Sete homens gays entre 50 e 70 anos compartilham suas memórias, vivências, e imagens noturnas, questionando-se sobre qual lugar seus corpos ocupam agora.
Brasil, Recife-PE, 2022, 16′ Direção: Henrique Arruda Classificação: 12 anos
Durante breve férias de primavera após o Terceiro Termo Solar, Qizhe volta pra casa para visitar a mãe. Após encontrar um homem que conheceu pela internet, ele passa a perder controle de sua vida dupla. Numa delas ele vive sua verdade e na outra, finge ser o filho perfeito.
China – 2021, 21′ Direção: Zhanfei Song Classificação: 16 anos
Um jornalista londrino retorna ao Brasil para enfrentar um demônio de sua adolescência: o Teste da Farinha. Este experimento foi realizado durante a ditadura para determinar se recrutas do exército eram homossexuais: os jovens eram obrigados a sentar-se nus na farinha para medir a circunferência de seu ânus. Bolsonaro agora tenta introduzir legislação semelhante.
Brasil, Reino Unido / Salvador-BA, Londres, 2022, 19′ Direção: Victor Fraga Classificação: 14 anos
Fábio, um jovem homem trans, é cuidador de idosos. Louise, mulher cis madura, está doente. Em meio a uma sociedade polarizada e intolerante, eles têm um ao outro para aprender a dizer adeus. Ele, a um relacionamento terminado abruptamente. Ela, longe da família, à própria vida.
Brasil, São Paulo-SP, 2022, 29′ Direção: Daniel Guarda Classificação: 16 anos
Quando um jovem cineasta chinês volta a sua cidade natal em busca de si mesmo, uma longa conversa que já deveria ter acontecido com sua mãe mergulha os dois em uma busca por aceitação e amor.
China – 2022, 20′ Direção: Shuli Huang Classificação: 12 anos
O documentário conta as histórias de perseguição e violência quando a ditadura civil-militar brasileira atuou contra a população LGBT e como esse mesmo grupo constituiu suas resistências, transformando-se em sujeito fundamental do processo de redemocratização. O golpe de 64 não instaura esse preconceito, mas, nesse período, a população LGBT foi considerada inimiga da família tradicional, da moral e dos bons costumes.
Brasil, RJ, 2022, 105′ Direção: Luis Carlos de Alencar Classificação: Livre
No Haiti, a palavra masisi é usada como xingamento para homens considerados femininos, gays, travestis e pessoas não binárias. Diante de preconceitos e hostilidades, muitas masisi encontram abrigo no contexto religioso do vodu. Através de uma série de performances inspiradas por vodu e drag, o artista e ativista haitiano Sanba Yonel presta um tributo queer aos deuses.
Haiti – 2021, 22′ Direção: Zé Kielwagen, Marcos Serafim, Steevens Siméon Classificação: 10 anos
Depois de pegar o ônibus errado, o reprimido Pedro se perde pela cidade e tem seu celular roubado. O rumo do seu dia muda quando ele conhece outro rapaz. Noite adentro, Pedro experimenta novas sensações e descobre mais sobre si mesmo.
Brasil, Recife-PE, 2022, 25′ Direção: Felipe César de Almeida Classificação: 12 anos
Seu Deus é o Amor. Sua pátria é a Terra. Seu gênero? Humano. Bozo Vreco, o mais revolucionário dos artistas dos Balcãs, canta a vida, a superação de obstáculos e a história de amor entre duas cidades, Sarajevo e Barcelona. Ambas souberam se encontrar em momentos difíceis sem jamais dizer adeus.
Espanha – 2022, 28′ Direção: Amaia Remirez, Raúl de la Fuente Calle Classificação: 12 anos
Riva volta para o Brasil e se encontra mais sozinha do que nunca. Flávia não tem tempo para se sentir sozinha. As duas se conhecem e se distraem ao redor dos campinhos e quadras de futebol.
Brasil, São Paulo-SP, 2021, 20′ Direção: Letícia Batista, Vitória Liz Classificação: Livre
Quando? 9 a 20 de novembro Onde? São Paulo, SP Quanto? Gratuito, exceto pelas sessões no Espaço Itaú Augusta que terão o valor único de 20 reais Mais informações: https://mixbrasil.org.br/30/
ALDEOTAS, dirigido por Gero Camilo, acaba de ganhar trailer oficial. A produção da Gullane, em coprodução com Nip e Macaúba Produções, estreia nos cinemas, também com distribuição da Gullane, de Fortaleza no dia 10 e nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro no dia 17 de novembro.
Em cartaz por mais de uma década, e vencedora dos prêmios Shell e Qualidade Brasil, a peça ALDEOTAS, de Gero Camilo, ganha uma releitura cinematográfica com direção e roteiro assinados pelo próprio ator.
“Esse é um filme autoral, que fala sobre amizade e memória com uma delicadeza imensa! Trazer para as telonas essa peça de grande sucesso, com direção do Gero Camilo foi um grande presente para Gullane”, comenta o produtor Fabiano Gullane.
A narrativa acompanha dois amigos, o poeta Levi (Gero) e Elias (Marat), que se conhecem desde a infância, mas acabam se separando por 17 anos, quando primeiro resolve ir embora da pequena cidade conservadora onde moram para viver uma vida mais livre num grande centro urbano. A ideia era fugirem juntos, mas seu amigo acaba desistindo. Eles irão se encontrar apenas quando Levi volta à cidade para o velório de seu amigo.
Com uma linguagem poética, o filme, rodado num galpão no bairro da Mooca (SP), investiga os caminhos da memória, amizade, do desejo, das forças repressoras e do anseio de liberdade por meio da longa amizade de Levi e Elias. “A comunhão do cinema, o encontro artístico entre direção, fotografia e arte levam o filme para paisagens muito próprias não usando o naturalismo como opção narrativa.”
Amigos de longa data, e experientes no audiovisual e teatro, Gero e Marat ainda não haviam contracenado no cinema. “A partir do nosso reencontro em cena, naturalmente, veio tudo à tona, toda história e relação dos personagens. Só foi necessário dosar a energia a e interpretação para caber no formato do cinema”, explica Marat.
Gero conta que quando filmou “Chamas da Vingança”, de Tony Scott, no México, comprou sua primeira câmera digital. Ao voltar para o Brasil, montou um grupo de cinema com Marat Descartes, Paula Cohen, Gustavo Machado, Gu Ramalho, entre outros amigos. “Formamos a Fuleragem Filmes. Filmamos dois curtas e um mediametragem dos quais dois deles eu dirigi. ALDEOTAS vem para reiniciar essa nova fase de direção.”
Tanto Gero, como Marat, não veem o filme como uma simples adaptação do texto original da peça. “Determinadas obras nos tiram o fôlego ou nos alcançam silêncios conduzidos por atores, que construindo narrativas com as quais nos identificamos, alcançam o nosso imaginário capaz de nos transportar pro absurdo, pro surreal do cotidiano,” explica o ator diretor e roteirista.
ALDEOTAS tem produção e distribuição da Gullane.
Sinopse
Filme inspirado na peça Aldeotas, de Gero Camilo, conta a história de dois amigos que se separam aos 17 anos em meio aos conflitos da adolescência turbulenta na pequena e conservadora Coti das Fuças, interior do Brasil. Levi, poeta, cansado de sofrer abusos, cumpre o plano de fugirem pra uma cidade grande mais liberal. Enquanto Elias, oprimido pela violência do seu pai, desiste de partir. Aos 50 anos, Levi volta para reencontrar o amigo no dia de seu funeral onde as memórias dos dois são revividas antes do último adeus.
Com a ideia de abordar feridas da sociedade com humor, chega aos cinemas nesta quinta-feira (17) a comédia brasileira “Vale Night”, do diretor Luis Pinheiro. A trama tem no elenco como uma das protagonistas a cantora Linn da Quebrada, atualmente confinada no Big Brother Brasil 22 (Globo).
A trama acompanha a história de Daiana (Gabriela Dias) e Vini (Pedro Ottoni), um casal da periferia paulista que, assim como qualquer outro casal com filho pequeno, sonha com um “vale night” para variar um pouco a rotina. Porém, tudo começa a ruir quando Vini perde o bebê no meio de uma festa funk, o que acarreta num desespero com pitadas de drama e humor.
“O mais legal é que o filme traz várias mensagens de forma leve, como a gravidez na adolescência e a evasão escolar de jovens com filhos. Espero que os homens que forem assistir no cinema entendam que precisam compartilhar as tarefas de casa e a paternidade. Não é sobre ajudar, é sobre estar presente”, afirma o ator Pedro Ottoni, que no longa é o maior responsável pela parte cômica em uma atuação que lembra Fábio Porchat.
Na visão da atriz Gabriela Dias, o jovem casal que perde o filho na trama vem como uma mensagem para os vários casais de jovens da vida real. “Eu faço parte dessa porcentagem de jovens que são mães cedo e que são da periferia. Tenho um filho pequeno e estou com 23 anos. A mensagem que fica é a da esperança para que cuidar de uma criança não seja somente responsabilidade da mulher”, destaca.
Na história, por mais que Daiana queira curtir o seu “vale night”, é dela que surgem os medos e os receios de deixar o filho em segundo plano para poder aproveitar a noitada. E sua angústia não é injustificada. Depois da perda do bebê, Vini se junta aos amigos Pulga (Linn) e Linguinha (Marçal) para vasculhar numa espécie de Cracolândia e encontrar o garotinho.
“A nossa química fluiu muito em cena e usamos de muito improviso, já que o Luis [Pinheiro] nos dava total liberdade. Ficou mais vivo e nada foi descartado”, conta Marçal.
De acordo com o diretor, Luis Pinheiro, o roteiro era de 2014 e foi todo alterado de seu formato original. Era para ser uma comédia romântica branca e de classe média, na qual um casal de riquinhos perdia o bebê no festival Coachella, mas ele logo resolveu mudar esse rumo. Queria retratar a periferia e trazer um elenco “pensante” para dar veracidade às mensagens por trás da comédia.
“Em um longa de baixo orçamento precisamos de linguagem diferente e isso passa pela coragem de dar voz ao elenco pensante que montamos. Dessa forma, foi fácil jogar as cenas da narrativa nas mãos deles. Isso passa pelo lugar de ter gente branca fazendo filme de preto com músicas da favela. Não passa só pela minha escuta, mas por eu topar as sugestões que são dadas”, explica.
“Queríamos lançar luz sobre essa realidade e fazer pensar mais sobre as nossas meninas da periferia e como elas poderiam ter preservado sua vida e sonhos perante uma sociedade que cobra muito”, encerra Pinheiro.
LANÇAMENTO COM LINN NO BBB FOI COINCIDÊNCIA
De acordo com o diretor de “Vale Night”, Luis Pinheiro, o lançamento do longa era para ter ocorrido em 2020. Porém, a pandemia chegou com tudo e impediu que o filme, gravado em 2019, chegasse aos cinemas naquele ano.
“A pandemia veio de forma arrasadora para toda a categoria audiovisual. Tivemos que derrubar a ideia de soltar a obra, pois não queríamos esse material no streaming. Preferia que fosse um filme de cinema”, destaca.
Coincidentemente, o lançamento acontece na mesma época em que uma de suas protagonistas, a cantora e atriz Linn da Quebrada, está confinada no Big Brother Brasil 22 (Globo). Na história ela vive a DJ Pulga que ajuda seus amigos na busca por um bebê desaparecido. “Estamos muito felizes de ter a Linn sendo vista por milhões de pessoas, assim como ter o Yuri Marçal, essa potência do humor stand-up. Não foi proposital, mas deu certo”, diz.
Trabalhar ao lado de Linn, também conhecida na casa mais vigiada do país como Lina, foi um privilégio e um aprendizado. É o que afirmam os atores que com ela puderam contracenar diretamente.
“Linn, eu e Yuri éramos o trio ternura, não nos desgrudávamos”, relembra o ator Pedro Ottoni. “Linn é uma atriz muito gigante e boa no que faz. Às vezes quando eu esquecia o texto era ela quem me lembrava. Ela é igual no BBB e na vida, vive brincando e debochando”, revela Ottoni.
Para Gabriela Dias, apesar de ambas não fazerem parte do mesmo núcleo, sempre que uma esbarrava na outra era risada na certa. “É uma atriz maravilhosa, inteligente e forte. Foi bonito vê-la”, destaca.
Um outro detalhe que chama a atenção ao ver o filme é que na narrativa, Lina não é mencionada como uma mulher trans. A sua sexualidade nunca foi uma questão para o diretor. Produtora do filme, Justine Otondo lembra quando a atriz e cantora fez seu teste para tentar integrar o elenco.
“Esse dia foi emocionante e ela falou que era a primeira vez que não teria de levantar bandeira de nada, foi marcante para nós. A primeira leitura de roteiro com ela foi arrepiante.”
A produção brasileira “Madalena”, que narra a história do desaparecimento de uma transexual no interior do Mato Grosso do Sul chegou essa semana no catálogo da plataforma Netflix.
O filme, dirigido por Madiano Marcheti, já participou de mais de 30 festivais desde o seu lançamento em 2021 e chegou a receber o Coelho de Prata de “Melhor Direção” do Festival Mix Brasil. “Queria falar sobre meu lugar de origem no Brasil, o estado do Mato Grosso do Sul (…), região muito conhecida e importante no país pelo agronegócio. Queria falar sobre os impactos do agronegócio na natureza e na vida das pessoas”,explica o diretor.
O filme conta com Natália Mazzarim, Rafael de Bona e Pamella Yule no elenco.
Serviço
Filme: “Madalena”, de Madiano Marchetti Onde: Netflix Sinopse: Luziane, Cristiano e Bianca não têm quase nada em comum, além do fato de morarem na mesma cidade rural cercada por plantações de soja no oeste do Brasil. Embora não se conheçam, cada um deles é afetado pelo desaparecimento de Madalena. Em diferentes partes da cidade, cada um à sua maneira, eles reagem à ausência dela.
O Entretodos 13 – Festival de Filmes Curtos e Direitos Humanos, reconhecido internacionalmente como uma importante plataforma de valorização da cultura, educação e difusão dos direitos humanos, começa no próximo domingo (13). Totalmente gratuito e online, o evento conta com a participação de filmes de todo o mundo em uma programação até o dia 19. O evento é realizado pela Prefeitura de São Paulo, Spcine e ESTATE Produções.
A curadoria do evento teve o cuidado de selecionar filmes curtos que promovam o debate sobre diretos humanos, como participação social, direito à moradia, à vida, à igualdade social, orientação sexual, processos migratórios, direitos da juventude, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, ativismo político, ambiental entre outros.
A programação do Entretodos conta com atividades diárias, como a disponibilização de todos os filmes no site e cinco sessões da Mostra Competitiva, de 14 a 18 de setembro, sempre às 18h – com exceção para quinta (17) quando acontece às 16h – transmitidas pelas redes sociais e seguidas por bate-papos com diretores e participação do público.
Além disso, o evento conta com exibições de filmes com debates especiais sobre temas como educação, pandemia, sistema prisional e trabalho.
Entre os filmes apresentados no festival, alguns retratam a questão de gênero em seus diversos aspectos. Entre eles, o argentino “Vigilia”. Dirigido por María Magdalena, o filme fala sobre o debate sobre a descriminalização e legalização do aborto na Argentina, uma dívida histórica para as mulheres. Em 2018, pela primeira vez, o debate sobre a interrupção voluntária da gravidez chegou ao Congresso. Mais de um milhão de pessoas participaram, então, no dia 13 de junho, de uma vigília de mais de 20 horas durante o debate.
O filme brasileiro “Minha História é Outra”, dirigido por Mariana Campos, apresenta uma relação entre gênero e raça. Niázia, moradora do morro da Otto, abre a sua casa para compartilhar as camadas mais importantes na busca pela resposta à questão “O amor entre mulheres negras é mais que uma história de amor?. Já a estudante de direito Leilane apresenta os desafios e possibilidades de construir uma jornada de afeto com Camila.
Dois filmes tratam da relação entre sistema prisional e gênero. Em “Liberdade é uma Palavra”, dirigido por Stephanie Ricci, é apresentado o cotidiano de mulheres e crianças que vivem presas no Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, Minas Gerais. Já “Homens invisíveis”, de Luis Carlos de Alencar, apresenta a situação da população transgênero masculina no cárcere a partir dos problemas de saúde acarretados pelo binarismo de gênero que embasa o sistema penal.
Os filmes “Alcateia”, dirigido por Carolina Castilho e “Cosecha”, de Wendy P. Espinal, abordam as diversas barreiras, desafios e agressões que as mulheres vivem em seu cotidiano. Alcateia conta de mulheres que se juntam contra as agressões sofridas por uma delas pelo marido. Cosecha narra a dificuldade de mães-solo. Mãe e filha se preparam para uma grande mudança e separação.
O anúncio dos filmes vencedores, entre os 34 participantes, será no dia 19 de setembro, às 17h, na cerimônia de encerramento do Festival com transmissão pelo Youtube e site. Além dos jurados técnicos haverá um Júri Popular em que o público poderá votar no site do evento. Serão distribuídos prêmios de até R$ 5.000,00.
O festival ainda conta com a Mostra Moçada, que pela primeira vez na história do evento será competitiva. Serão premiados os melhores filmes nas seguintes categorias: Melhor Curta Infantil; Melhor Curta Juvenil e Melhor atuação (troféu/prêmio não-remunerado) com o objetivo de incentivar atores menores de 18 anos. Ela é dividida pelos blocos Juventude e Infantil) que dão destaque para animações e filmes que destacam atores menores de 18 anos. Os blocos Juventude e Infantilacontecerão em todos os dias do festival, no Instagram, com lives com os diretores às 14h, 15h e 16h.
A programação completa também estará disponível na plataforma SPCINEPLAY, entre 17 e 26 de setembro. O Festival ainda conta com um podcast, que aprofunda algumas temáticas trazidas pelos filmes.
O evento promove reflexões sobre a importância da garantia de direitos para toda a sociedade, discutindo os direitos humanos de forma artística e transversal, não apenas didática. Para isso, utiliza os filmes para inspirar a sociedade nessas temáticas. Em um momento que muito se discute a importância da democracia, da cultura e do conhecimento, é fundamental a disseminação de conteúdos claros e de qualidade sobre os diversos assuntos que mais impactam a vida dos brasileiros.
“Essa pandemia está escancarando a realidade de desigualdade e intolerância do Brasil. Isso só reforça a necessidade da garantia dos direitos humanos. Apesar de distantes, este ano estaremos mais conectados e fortes do que nunca. É isso que pretendemos passar com a realização de ações em diversos canais de comunicação”, afirma Jorge Grinspum, coordenador do Entretodos.
Aprovado em curso de cinema em Cuba, ele relata episódios traumáticos vividos na escola e diz que Estado não têm interesse de educar sobre diversidade.
“Quantas pessoas trans tem no seu trabalho? No seu bairro? No seu ciclo de amizades? Por que, às vezes, é tão difícil sermos aceitos como somos no lugar de onde viemos?”, questiona o cineasta e homem trans Rosa Caldeira, 24, morador da Vila Remo, distrito do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo.
Segundo ele, ser uma pessoa trans em quase todos os espaços da sociedade é desafiador e, em muitos lugares, uma vivência ‘solitária’.
Para driblar essa realidade, Rosa diz que as pessoas transexuais criam guetos e atuam como autônomas, na prostituição ou na beleza. “A gente cria espaços de resistência e se une. Ser trans na periferia é difícil da mesma forma”, afirma.
Rosa participa da Maloka Filmes, um coletivo de audiovisual periférico com outras pessoas LGBTs. No grupo, dirigiu o filme ‘Perifericu’, eleito melhor curta-metragem no Festival de Tiradentes de 2020 e no Mix Brasil de 2019. A obra fala sobre experiências LGBTs no extremo sul de São Paulo.
“Costumo dizer que se nem o transporte chega na quebrada, pensa o tanto que a informação demora para encontrar com a favela”, observa. “Só a partir do cotidiano em cada beco e viela que a consciência dos moradores se abre para esse debate: a cabeça pensa onde os pés podem pisar”.
Para contextualizar o assunto, Rosa cita uma fala de Gilmara Cunha, mulher transexual, ativista dos direitos civis e moradora da Favela da Maré, no Rio de Janeiro.
“Quem é gay, lésbica ou transexual de território de favela não usufrui dos avanços que os LGBTs do país vêm experimentando. Não lutamos para adotar um filho. Ainda estamos lutando para sobreviver”, disse Gilmara em 2015.
Parte dessas dificuldades começam desde a escola, que serve como mecanismo de opressão para LGBTs, segundo o cineasta.
Rosa relata agressões físicas e verbais que sofreu durante a adolescência. “Já apanhei por ‘ser diferente’, ‘esquisito’, ‘querer chamar atenção’. Também tem coisas menos explícitas, tipo você ser o zoado do rolê pela forma como você se veste, pela aparência, pessoas sentirem nojo de você, enfim, isso acaba gerando muita solidão”.
Para o cineasta, o Estado e as escolas não têm interesse de educar sobre respeito e diversidade. “Quando você sofre um preconceito e vai tentar o apoio da coordenação, a primeira coisa que eles dizem é que você tem que mudar, que você é o problema. Você entende que aquele corpo estudantil não está preparado para receber o corpo trans”, pontua.
Crédito: Acervo pessoal – Rosa participa de um coletivo de audiovisual periférico com outras LGBTs, a Maloka Filmes, na zona sul
Com isso, a população trans fica esquecida, ao invés de ser valorizada nas comunidades. Na educação formal, 82% da população trans sofre com a evasão escolar segundo estudo da Ordem dos Advogados do Brasil em 2016.
“A escola é um dos espaços onde as pessoas trans mais sofrem preconceito”, cita. “O mínimo que a gente espera da escola é que ela seja um lugar acolhedor, não produtor de violências como ela é hoje”.
Há preconceito dentro da própria classe social e bairro onde vive. “Precisamos trabalhar e mostrar que ser LGBT e ser de quebrada não são coisas contraditórias. A gente, trans de periferia, existe, cria e pensa”, pontua.
“Não quero mais ter que sair da periferia para poder ser quem eu sou. É muita resistência se assumir e se declarar onde ainda é tabu. Eu não era aceito nem dentro de casa, com a minha família. Eu nem imaginava que a escola poderia me dar suporte” – Rosa Caldeira, cineasta.
A dificuldade de aceitação também tem sido evidenciada em mortes todos os anos. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo.
O Dossiê Trans, pesquisa organizada pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e pelo IBTE (Instituto Brasileiro Trans de Educação) em 2019, mostrou que foram 124 casos de assassinatos de pessoas trans no ano passado.
O Brasil ocupa essa posição há 11 anos, de acordo com o projeto Trans Murder Monitoring, que analisa dados em todo o mundo. Entre as vítimas, 82% se identificavam como pretas e pardas.
Crédito: Arquivo Pessoal Também foi diretor do filme ‘perifericu’, eleito melhor curta-metragem no Festival de Tiradentes de 2020 e no Mix Brasil de 2019
DO ÂNGELA PARA O MUNDO
Há três semanas, Rosa recebeu a notícia de que tinha sido aprovado no mestrado da faculdade espanhola EQZE (Elias Querejeta Zine Eskola).
Dias depois, também foi aceito na EICTV (Escuela Internacional de Cine y Television), na cidade de San Antonio de Los Baños, em Cuba. O cineasta foi aprovado no curso de direção de fotografia da instituição, considerada uma das mais prestigiadas escolas do mundo em produção de cinema.
“Sou um cineasta trans e, contrariando todas essas estatísticas, passei em uma das melhores escolas de cinema do mundo, porém, como jovem periférico e trans, ainda me falta o dinheiro”, comenta. “O processo seletivo é muito concorrido, sendo que só eu e mais quatro pessoas do mundo fomos aceitos para estudar esse mesmo curso”.
Sem dinheiro para bancar a estadia e a viagem, o cineasta abriu um financiamento coletivo para contribuições financeiras em em prol do estudo.
“Se tirar a ajuda das pessoas, não consigo realizar esse sonho”, lembra. “Estudar fora do país é um sonho muito recente na minha vida. Demorei para entender que a quebrada também podia ocupar esse espaço, mas agora que descobri, não largo mão e não vou só, mas inspiro e levo todas as pessoas trans e periféricas comigo”.
Por Sabrina Simões e Sol Santos, professoras do “Babadeira”, programa de maquiagem da Casa 1
Caracterizações marcantes de maquiagem, cabelo e/ou figurino são essenciais para industria do cinema, seja para construir um personagem (alguns até contando com make de efeitos especiais), seja para mostrar na história como a caracterização é importante para elevar a autoestima de cada pessoa, como podemos ver no curta “Diamante, o bailarina” (2016), onde a montação é o que marca a mudança de personagem do boxeador Diamante para a drag queen Sahara Diamante.
Por isso preparamos aqui uma lista com 31 filmes, séries e documentários LGBTQIA+ onde a maquiagem é uma personagem essencial para a trama.