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Curtas LGBT nacionais para assistir e enaltecer – Parte I

Por Fabio Leal, autor convidado da Casa 1 

Nos últimos 10 anos a gente tem visto um aumento gigantesco tanto na representatividade quanto na representação LGBTQ no cinema brasileiro. A bem da verdade, é importante que se diga que esse avanço foi infinitamente maior em filmes sobre e feitos por homens cisgêneros homossexuais brancos. Mas nos últimos cinco anos temos visto de forma cada vez mais constante realizadorxs negrxs retratando questões de gênero e sexualidade e, no ano passado, foi exibido comercialmente nos cinemas do Brasil pela primeira vez um filme dirigido por uma diretora trans (Tea for Two, de Julia Katharine). 

Essa série de posts com indicações de curtas-metragens para ver neste período de isolamento começa justamente com um exemplo de como os filmes sobre LGBTQs têm ganhado uma importância fundamental no cinema brasileiro. O Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas deste ano – a maior premiação brasileira para curta-metragens – teve personagens LGBTQs em cinco dos 11 curtas indicados. 

Antes de deixar vocês com a sessão desses cinco curtas, quero indicar, para quem quiser se aprofundar no assunto do homoerotismo e da transgeneridade no cinema brasileiro desde seus primórdios, a tese de doutorado Cinema gay brasileiro: políticas de representação e além, de Luiz Francisco Buarque de Lacerda Junior (ou Chico Lacerda, que é como ele assina filmes que estarão em posts futuros). A tese foi publicada em 2015 e aborda filmes feitos até 2014, mas nos oferece caminhos para entender como chegamos até este louco 2020. Ela está disponível neste link

Vamos aos filmes!

Aqueles Dois

Emerson Maranhão

Documentário

2018

Ceará

15 minutos

Caio José tem 25 anos e é enfermeiro, Kaio Lemos tem 38 e é pesquisador acadêmico. Eles são homens transgêneros, condição determinante para os rumos que tomaram suas vidas.

Clique aqui para assistir.

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Um Corpo Feminino

 Thais Fernandes

Documentário

2018

Rio Grande do Sul

20 minutos

Quando nomeamos uma coisa, ela perde ou ganha sentido? “Um corpo feminino” propõe um jogo aparentemente simples – pergunta para mulheres de diversas gerações a definição de algo que em teoria as unifica. Parte de um projeto transmídia, o filme é a porta de entrada para uma narrativa que possui muitos pontos de vista e nenhuma resposta certa.

Clique aqui para assistir. 

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O Órfão

Carolina Markowicz

Ficção

2018

São Paulo

15 minutos

​Jonathas foi adotado, mas é devolvido ao abrigo devido ao seu “jeito diferente”. Inspirado em uma história real, o filme venceu o Queer Palm – prêmio para produções de temática LGBT – no Festival de Cannes 2018.​

Clique aqui para assistir.

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Guaxuma

 Nara Normande

Animação

2018

Pernambuco

14 minutos

A amizade e o amor de infância entre Nara e Tayra, criadas na região litorânea de Alagoas. Essa animação que usa diversas técnicas com areia passou por 115 festivais e ganhou mais de 70 prêmios.

Clique aqui para assistir. 

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Plano Controle 

Juliana Antunes

Ficção

2018

Minas Gerais

16 minutos

Sinopse: O ano é 2016. Um golpe político da direita derruba a primeira mulher eleita presidente no Brasil. Nesse contexto político distópico, Marcela usa o serviço de teletransporte de seu celular para deixar o país, mas seu plano é controle.

Clique aqui para assistir.

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Fábio Leal é diretor, roteirista e ator. Dirigiu os curtas-metragens Reforma, de 2018, e O Porteiro do Dia, de 2016. É diretor, junto com Gustavo Vinagre, do longa-metragem VHS HIV, atualmente em pós-produção. Entre 2013 e 2016 foi Coordenador de Comunicação da distribuidora Vitrine Filmes. Desde 2013 faz parte da curadoria do festival Janela Internacional de Cinema do Recife, que terá – ou não – sua 13ª edição no final do ano.

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

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