Instituição do Governo de São Paulo abre no sábado (30) “Duo Drag”, do fotógrafo Paulo Vitale, com retratos de 50 artistas que movimentam a cena paulistana desde os anos 1980 até hoje
O Museu da Diversidade Sexual, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, recebe a partir do dia 30 de abril a exposição Duo Drag. Com fotografias de 50 Drag Queens que movimentam a cena paulistana desde o fim da década de 80 e artistas iniciantes em suas carreiras retratadas pelo fotógrafo Paulo Vitale, a mostra fotográfica expositiva contou com curadoria de Leonardo Birche e inclui diversas artistas que são referências dessa representação, como Silvetty Montilla, Marcia Pantera, Kaká Di Polly, Miss Judy Rainbow e Lysa Bombom.
Na abertura também será lançado o livro com os retratos feitos por Paulo Vitale para a mostra, selecionados por Jean Cavalcante, com a presença de muitas das fotografadas.
A visitação é gratuita durante toda a exposição (que vai até o mês de junho) de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
“Convidei Drag Queens de vários nichos, amadoras e profissionais, famosas e anônimas, ícones e iniciantes”, afirma Paulo Vitale. “Meu intuito foi explorar a magia única de cada caracterização, pois, ao usar o próprio corpo como base, essa manifestação artística é visceral e libertadora.”
Além das fotografias, a exposição exibirá um vídeo com entrevistas feitas com as Drag Queens, que contam sobre suas carreiras, vidas e desejos. “Descobri que a grande maioria é tímida e reservada e usa a caracterização como uma roupa de super-heroína, um escudo protetor”, diz o fotógrafo.
Com o vídeo e os retratos, o visitante terá a oportunidade de conhecer e ouvir as pessoas que estão por trás das roupas e maquiagens. Trechos das entrevistas serão divulgados também no site da exposição: www.paulovitale.com.br/duodrag.
Para o curador da exposição, Leonardo Birche, artistas encontraram nas Drag Queens uma forma de se expressarem livremente, de se posicionarem, de performar o que desejarem e como desejarem, burlando as barreiras e expectativas determinadas pela sociedade. Ao mesmo tempo, as Drag Queens foram precursoras para a visibilidade das pessoas LGBTQIA+ e fundamentais na luta pelos direitos da comunidade. “Tentar narrar uma história da arte Drag Queen em São Paulo é falar sobre a potência artística que cada uma das artistas carrega, a sobrevivência cotidiana, os estigmas, as cicatrizes, as glórias e a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+”, afirma Leonardo Birche.
As Drag Queens contribuíram para o desenvolvimento cultural e criativo da cidade de São Paulo, uma vez que grandes equipes de artistas, cenógrafos, figurinistas, coreógrafos e DJs começaram a se formar e profissionalizar trabalhando nos shows delas. “Esta exposição é também uma contribuição à legitimação, à visibilidade e ao contato do público com elas”, diz Leonardo.
O Museu da Diversidade Sexual também oferece visitas guiadas pelo educativo da instituição e agendamentos de grupos, que podem ser feitos por meio do site https://museudadiversidadesexual.org.br/.
Serviço
Abertura da exposição e lançamento do livro
Quando: 30 de abril, das 15h às 20h
Onde: Museu da Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, na Estação República do Metrô, piso Mezanino, República, São Paulo – SP.
Entrada gratuita
Sobre o fotógrafo Paulo Vitale
Cursou História na Universidade de São Paulo (USP) e Fotografia no International Center of Photography, de Nova York. Como fotógrafo, já percorreu mais de 50 países fazendo trabalhos editoriais, corporativos e publicitários. Ganhou 15 prêmios Abril com suas fotografias. Tem mais de 100 capas publicadas nas principais revistas brasileiras, como Marie Claire, Vip, Alfa, Veja, Época, Men’s Health e GQ, dentre outras. Em agosto de 2018, publicou o livro de retratos “Feito no Brasil”, com 50 personalidades relevantes da sociedade do Brasil. Em 2020, publicou também o livro de retratos “Feito no Sumaré”, que contou a história do bairro Sumaré por meio de retratos de personagens moradores e pontos relevantes do bairro. Já retratou grandes personalidades brasileiras e mundiais, como Nelson Mandela, Oscar Niemeyer, Bill Clinton, Mark Zuckerberg e Pelé.
Sobre o Museu da Diversidade Sexual
O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo (MDS), atualmente gerido pelo Instituto Odeon, é um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIA+. Se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.
É uma instituição destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIA+. Contempla-se no MDS a diversidade