Por Izadora Xavier, voluntária da Biblioteca Comunitária Caio F. Abreu
Se você leu o texto sobre o livro “Órbita de Inverno“, distribuído no Brasil pela Editora Suma, e quer continuar mergulhando em obras do gênero ficcional e fantástico, separamos alguns títulos, autores e autoras que, assim como a obra de Everina Maxwell, criaram uma ficção científica que foge de um espaço onde o patriarcado, a branquitude e a LGBTfobia ainda ditam as regras sociais.
A mão esquerda da escuridão, de Ursula K. Le Guin.
Ursula K. Le Guin é o nome mais importante da ficção científica feminina e feminista. Na “mão esquerda”, o herói do livro chega em missão, em nome de uma federação de mundos, no planeta Orgoreyn. Seu objetivo é convencer es mandatáries de Orgoreyn a se juntar a essa federação. Nesse planeta não há dimorfismo sexual, ou seja, não há nem homens nem mulheres, o que vai consideravelmente dificultar o trabalho do emissário. Ursula K. Le Guin também é conhecida por ter escrito “a teoria da cesta da ficção”, que foi recentemente traduzido para o português. Ela não só é uma autora de ficção científica que faz descrições riquíssimas de planetas e povos alienígenas, mas também sempre defendeu que a imaginação fantásticas deveria servir mais do que só para imaginar as mesmas dinâmicas de poder machistas da Terra, mas com carros voadores.
As Guerrilheiras, de Monique Wittig
A mais célebre autora lésbica francesa escreveu uma utopia dElas — “Elas” é o personagem principal dessa história fantástica e poética, onde um grupo constrói uma heterotopia feminista num não-lugar, depois de ter ganhado a guerra contra “Eles”.
James Tiptree, Jr., ou Alice Sheldon, é uma escritora de ficção norte-americana. Ela é conhecida pelo conto “Women Men Don’t see”, mas tem dois outros textos traduzidos para o português: Os Falsáurios, na coletânea “Dinossauros!” compilada por Jack Dann & Gardner Dozois, Ed. Aleph, col. Zenith, vol. 6, 1993 e O Brilho Escorre do Ar (Brightness Falls from the Air) col. Limites, Portugal.
Samuel R. Delaney é o autor de Babel-17, pelo qual foi o primeiro autor negro a receber o prestigioso prêmio Hugo. Ele é conhecido pelo seu trabalho tematizado a liberação gay e negra. Babel-17 não tem tradução pro português.
Dreamsnake, escrito por Vonda N. McIntyre é outro livro de ficção científica ainda sem tradução para o português. Ele é, no entanto, considerado um dos mais exemplares livros de ficção científica feminista, no qual vários lugares comuns masculinistas do gênero (literário da ficção científica) são subvertidos.