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Aula aberta: câncer de mama e pessoas trans

Quando falamos de câncer de mama, associamos imediatamente com campanhas voltadas para mulheres cis, mas qualquer pessoa pode ter câncer de mama. 

Pensando nessa importante informação, que muitas pessoas desconhecem, em outubro de 2020, a Ledah, gestora de projetos aqui da Casa 1, teve uma conversa com a doutora Camila Macedo Loureiro, especializada em mastologia, mastectomia masculinizadora e oncoplástica, sobre câncer de mama e pessoas trans.

Listamos aqui 10 pontos importantes dessa conversa e deixamos também a aula aberta completa no final do post!

1.Indivíduos que nasceram com ovários (mulheres cis, homens trans e pessoas não binárias ou intersexo) e permaneceram com eles até a vida adulta, têm maior propensão a desenvolver câncer de mama. 

2.A presença da disforia, do incômodo com o corpo e a falta de informação voltada para o público especificamente de homens trans e a transfobia institucionalizada nos aparelhos de saúde (públicos ou privados) é um fator complicador para o desenvolvimento do câncer de mama.

3.O autoexame estimula o autoconhecimento, mas não substitui o exame físico e os métodos de rastreamento.

4.Mesmo com a mastectomia é preciso manter o cuidado com as mamas, fazendo a palpação toráxica e das axilas. O risco não zera.

5.Homens transgênero que não fizeram mastectomia precisam fazer rastreamento de acordo com faixa etária/risco.

6.O hormônio tomado sem acompanhamento profissional pode aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de mama. 

7.Pessoas com silicone precisam avisar aos técnicos que irão realizar o exame que usam a prótese por conta da compressão do aparelho que realiza a mamografia.

8.Não está provado cientificamente que o uso de binder aumenta as chances da pessoa desenvolver câncer de mama.

9.Mulheres transgênero também podem desenvolver câncer de mama. Caso não tenha realizado a hormonioterapia, não é preciso realizar rastreamento. Se realizou hormonioterapia por 5 anos ou mais, recomenda-se a mamografia anual após os 50 anos.

10.Se a pessoa evita tocar e olhar, ou sente desconforto com as mamas que foram desenvolvidas e por inúmeros tem receio de frequentar ou não tem acesso ao sistema de saúde, ela pode desenvolver o câncer de mama e só descobrir muito tardiamente, o que é um fator complicador para o tratamento.

Existe um gargalo por inúmeros fatores, para o atendimento das pessoas trans nos serviços de saúde e, para Camila Macedo, é dever social das pessoas cisgêneras, manter essa população viva e melhorar a expectativa de vida das pessoas trans.

Assista a aula aberta completa:

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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