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‘Livre para não ser homem nem mulher’, diz Linn da Quebrada sobre mamoplastia

Por FolhaPress

A cantora e atriz Linn da Quebrada, 30, falou nesta terça-feira (2) sobre a decisão de colocar silicone nos seios. “Amo tanto o meu corpo, sou tão apaixonada por ele, que sinto essa necessidade de transmutar. O peito nunca foi uma necessidade minha, mas eu sentia que eu precisava me deslocar”, disse em seu Instagram.

“Sinto que o peito é um símbolo muito forte. Minha intenção não é, necessariamente, ser mulher. Por mais que eu tivesse certeza de quem eu era e sou, me machucava demais ser tratada no masculino e não me sentir segura ou livre para usar um banheiro feminino, por exemplo”, continuou. Linn realizou o processo há duas semanas.

“Me sinto livre para não ser nem homem nem mulher. […] Sou binária dentro da minha feminilidade. Tenho me achado tão gostosa, tenho me amado tanto. Tenho tesão em mim. Se antes da cirurgia eu estava vivendo um momento da minha libido muito baixa, por causa dos hormônios, depois da cirurgia eu me sinto viva, num fogo por mim. Sinto muito desejo por mim, porque sou gostosa”, afirma.

“Quero dividir comigo esse prazer que eu estou tento pelo meu corpo, por eu ter criado um órgão. Estou muito feliz e me sentindo livre para não ser nem homem nem mulher, para ser travesti. Não é um peito que faz a travesti. É a travesti que faz o peito”, concluiu.

Linn já esteve em filmes como “Meu Corpo É Político” (2017) e “Bixa Travesty” (2018). Na música, ela lançou álbuns como “Pajubá” (2017), seu álbum de estreia. Na legenda da publicação, Linn escreveu: “De peito aberto. Sobre meu processo de peitificação. Criando um órgão em mim capaz de desorganizar o caos que me habita”.

Foto de capa: Carla Carniel para III Semana de Visibilidade Trans da Casa 1

Esta é uma matéria da Folha Press, a agência de notícias da Folha de São Paulo, serviço contratado pela Casa 1.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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