BLOG

Nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa é um mergulho na diversidade das línguas indígenas no Brasil

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação entra em cartaz no dia 12 de outubro, com curadoria de Daiara Tukano, consultoria especial para línguas indígenas de Luciana Storto e coordenação de pesquisa e assistência de curadoria de Majoí Gongora

“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida”. É assim que a curadora Daiara Tukano descreve o ponto de partida de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, a nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A mostra propõe ao público uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas
hoje pelos povos indígenas no Brasil – cada uma delas veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares.

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell –, a mostra tem curadoria de Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora indígena; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do
Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz. A abertura da exposição marca, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em todo o mundo.

O convite para conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial é também um chamado para experimentar outras concepções de mundo, e começa no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya, composto a partir de duas palavras: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência
humana na terra.

A exposição tem uma lógica circular, não importando onde é o começo ou o fim. Atravessando todo o espaço, o visitante encontrará um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas, criando um fluxo que conectará as salas em um ciclo contínuo. Num dos possíveis pontos de partida, o visitante se depara com uma floresta de línguas indígenas representando a grande diversidade existente hoje no Brasil. Nessa floresta, o público poderá conhecer a sonoridade de várias delas.

SOBRE O MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é um equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

Foto de capa:  Ciete Silvério

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

Notícias Relacionadas

POC CON chega na 4ª edição com mais de 170 artistas, Cosplay Lip Sy...

10 formas de saber mais sobre Libras e a comunidade surda

16 indígenas LGBTQIAPN+ para seguir no instagram e ter muito orgulho

Ministério dá posse a membros do conselho LGBTQIA+

Memorial da Resistência lança campanha de doação de livros escritos...

Museu da Diversidade Sexual comemora Dia das Crianças com oficina s...

9,3% dos brasileiros acima de 16 anos são LGBTI+, diz pesquisa

Festival Pop Pride celebra a diversidade em Floripa

Após 20 anos, ‘Queer as Folk’ ganha reboot no streaming

PerifaCon: A Comic Con das Favelas retorna em edição presencial

“Todos os Gêneros”: Itaú Cultural aborda a cultura lésb...

“Nem toda história de amor acaba em morte” é um marco no cinema nac...