A partir dos relatos de lésbicas artistas e militantes, frequentadoras do Ferro’s Bar, somos conduzidas para um episódio central para a formação do movimento lésbico brasileiro no começo dos anos 1980, o “Levante do Ferro’s Bar”.
O filme mostra como as lésbicas deixam de ser uma figura encontrável apenas à noite, no interior dos apartamentos, e se tornam um sujeito político que se ergue contra a censura a um dos periódicos lésbicos de maior circulação na década de 1980, o “ChanacomChana”.
O Ferro’s Bar representa um espaço para a memória político-afetiva de suas frequentadoras e uma forma de atualização desta história coletiva e política ainda pulsante.
Neste mês o filme será exibido nos festivais É tudo Verdade (SP, RJ), Porto Femme (Porto – Portugal) e Festival de Cinema de Diamantina (Diamantina – MG).
Confira a agenda:
Rio de Janeiro 15/04 – 17h Estação NET Botafogo 1 19/04 – 14h30 Estação NET Rio 4
São Paulo 18/04 – 18h30 Cine Marquise 21/04 – 16h30 Cinemateca Brasileira
Porto (Portugal) 20/04 – 18h Universidade Lusofona do Porto
Diamantina (MG) 22/04 – 10h Teatro Santa Izabel
As sessões são gratuitas e os ingressos podem ser retirados na bilheteria uma hora antes da sessão
Filme, premiado nos três festivais pelos quais já passou, debate a representatividade LGBTQIAP+ na política e traz personagens como Erika Hilton, uma das duas primeiras mulheres trans eleita a Deputada Federal no Brasil, Fernando Holiday, Monica Benicio, Thammy Miranda, entre outros
Em 1992, a morte de 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo mostrou que a redemocratização não conseguiu alterar o modo como o Estado lida com presos, pretos e pobres
Realizado via lei de incentivo à cultura da Prefeitura de São Paulo, “Jaraguayanna”, da Descompanhia (Biu)tifol, mostra como é ser LGBTQIA+ no bairro Jaraguá, zona norte de São Paulo.
Com o objetivo de abordar assuntos como a sensação de pertencimento ao espaço que se mora, de propor experiências mais aprofundadas sobre as vidas de pessoas LGBTQIA+ localizadas em contextos diversos e também de oferecer ao público um imaginário que distancie as sexualidades e identidades de gênero não hegemônicas do sofrimento e da dor, o coletivo multiartístico Descompanhia (Biu)tifol estreia o documentário Jaraguayanna, que terá exibições presenciais dia 23/6, quinta-feira, 20h, no Fofão Rock Bar, e no dia 24/6, sexta-feira 20h, no Galpão Casa 1. Em seguida, a obra terá exibições online nos canais do YouTube da própria companhia e de coletivos parceiros.
Com direção geral deVictor Pessoa e direção de arte de Airton Cruz, Jaraguayanna traz registros sobre as vivências de seis pessoas residentes do bairro Jaraguá, em São Paulo, que vivem realidades muito distintas entre si: Angel é uma mulher trans de 46 anos; Carla é uma mulher travestigênere, estudante; Duda é uma pessoa gay; Luisa é bissexual; Rafa Kaje é bissexual, não-binário e indígena do povo guarani; e Vitor que é uma pessoa não-binária.
Segundo Victor, a ideia era trazer um lado polidimensional sobre essas experiências de vida, compartilhando com o público um olhar para essas pessoas que não trouxesse o fato de serem LGBTQIA+ como uma identidade única. “Isso não faz com que as dores sejam tratadas de forma leviana, mas sim como algo que não é determinante e que também serve como um propulsor para avançar”, conta.
O fato do documentário focar em pessoas do Jaraguá tem a ver com o desejo de explorar temas como o pertencimento e o direito à cidade. “Jaraguayannatraz um pouco do contexto de criar condições de existência no local que estamos, independente de onde ele se localiza. Ao ser ocupado, o lugar se torna um território de resistência e disputa”, conta Victor, complementando que as falas das pessoas convidadas apontam para a criação de um local saudável para habitar, algo que é promovida por uma força coletiva.
O documentário, que foi elaborado ao longo de um ano e três meses, também foi construído de forma colaborativa, com equipamentos emprestados por coletivos e organizações culturais do bairro do Jaraguá. As pessoas entrevistadas ao longo do processo foram remuneradas e as gravações aconteceram de modo a não conflitar com outros compromissos de suas rotinas. A equipe de Jaraguayanna também disponibilizou um profissional de psicologia para ficar à disposição ao longo das gravações.
Sobre o título do documentário, Victor diz: “Queria que esse nome ficasse como forma de nos reinventarmos dentro do bairro. O título faz uma referência ao pajubá e a toda comunidade LGBTQIA+”, completa.
Sobre a Descompanhia (Biu)tifol
Descompanhia Biu(tifol) é um coletivo artístico multilinguagem composto por artistas LGBTQIA+ do extremo Zona Noroeste da cidade de São Paulo, região periférica da cidade. Com origem em 2019 começaram seus trabalhos em dança e durante a pandemia ampliaram para performance, vídeo-arte, artes visuais, teatro, fotografia e cinema.
O primeiro trabalho do grupo, Dutos (In)visíveis, estreou em dezembro de 2020 no Centro Cultural da Diversidade da cidade de São Paulo. Possuem parceria com CEU Pêra Marmelo, aparelho cultural da região do grupo, tendo realizado atividades abertas ao público como formações em produção cultural para os artistas do bairro e também saraus. Além disso, em 2020 também participaram da FLINO – Festa Literária Noroeste, com a exibição de um vídeo-dança e uma exposição de fotos virtual e realizaram dentro do Festival Satyrianas 2020 a roda de conversa “BIUS conversam: Produção de arte LGBTQIA+: como nossas vivências alteram nossa estética”.
Ficha Técnica
Direção Geral: Victor Pessoa Assistência de direção: Vitória Albano Diretor de Arte: Airton Cruz Câmera: Carolini Françoso Produção geral: Glaucia Marina Roteiro: Victor Pessoa Entrevistades (ordem de aparecimento): Angel Gomes, Carla Pinheiro, Edu Souza, Luisa Silva Rafacho, Rafa Kaje e Vitor Munhoz Dançarino convidado: Eri Sá Figurinos: Iara Martinhos Maquiagem: Monique Bezerra Edição de vídeo: Richner Allan Colorização / Colorista – Madame Koala Produções: Ana Machado, Fernando Gyori e Vitor Artese Edição de Som: Ricardo Altschul Trilha sonora: Alambradas Designer gráfico: Larissa de Abreu Assessoria de Imprensa: Diogo Locci Agradecimentos especiais à: Laine Daniel, Centro de Integração da Cidadania, AGO Filmes, Arun Psicologia, Tricka Carvalho, Tio Julio, Coletivo Salve Kebrada, Cine Taipas, Fofão Rock Bar e Coletivo Quilombaque
Serviço Exibições de Jaraguayanna
Presencial 23/06, quinta feira, 20h – Fofão Rock Bar (Estrada das Taipas, nº 3827, 02989-140, São Paulo, SP)
24/06, sexta-feira, 20h – Galpão Casa 1 (Rua Adoniran Barbosa, nº 151, Bela Vista – São Paulo)
Produzido pelo maquiador e drag Galdino Neto, com pesquisa e consultoria do ativista Genilson Coutinho, a produção “Rua Carlos Gomes: Apogeu e resistência da comunidade LGBTQIA+”, conta a história do cenário LGBT entre os anos 1980 e 1990 em Salvador.
Conhecida como CG, a Rua Carlos Gomes concentrava a comunidade LGBTQIA+ da cidade na época. “Nas minhas primeiras andanças pela Carlos Gomes, eu sempre me senti atraído pela magia e ferveção desse lugar, principalmente por podermos ser quem éramos de forma livre de olhares censuradores em anos tão difíceis para aqueles que se assumiram gay“, diz Genilson Coutinho.
A rua, repleta de bares e casas noturnas famosas, era uma passarela e, espaços como Beco da Baiúca, Âncora do Marujo, Boate Caverna e Bar Champagne ficavam lotados, sendo palco para as produções impecáveis de drag queens da época e importantes espaços para organização desses grupos.
Com 22 anos de história, o Bar Âncora do Marujo, é o único empreendimento da época aberto até hoje, mantendo vivas as lembranças do passado.
O documentário estreia no dia 3 de março e será exibido no perfil do Instagram e no YouTube do site Dois Terços, veículo de notícias LGBTQIA+ de Salvador.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
“Transversais”, longa cearense que foi destaque do Festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade e sofreu censura do governo federal, estreia dia 24 de fevereiro nos cinemas.
É o primeiro longa do cineasta e jornalista Émerson Maranhão, com produção de Allan Deberton. No documentário, quatro pessoas trans dão depoimentos sobre suas vidas, resgatando suas histórias e processos de autoconhecimento. Nos depoimentos também tem a participação de uma mulher cisgênero, mãe de uma adolescente trans.
O governo federal tentou censurar o longa, anunciando que “não tinha cabimento fazer um filme com este tema” a portaria também tentou fazer com que ele fosse retirado do edital da Ancine, onde era finalista. A produção continuou circulando em festivais e agora fará sua estréia no circuito comercial.
“Eu gostaria muito que esse documentário pudesse contribuir para mudar esse cenário tão pavoroso em que vivemos hoje no País. Acho difícil, mas não impossível. É um trabalho de formiguinha. No entanto, se cada espectador que assistir ao filme despir seu olhar dos preconceitos costumeiros para se permitir conhecer esses personagens tão especiais, sentir suas dores e alegrias, e deixar que essas trajetórias tão bonitas e únicas toquem seu corações e mentes, acho que teremos um excelente começo”, comentou o diretor Émerson Maranhão sobre o que ele deseja transmitir com a produção.
O elenco é composto por Samilla Marques, Érikah Alcântara, Caio José e Kaio Lemos. Além de falar sobre seus processos de auto aceitação e subjetividades, eles também falam sobre como é conviver com a imcompreensão e o preconceito.
O ator e produtor Elliot Page será produtor executivo do documentário italiano “Nel Mio Nome” (“Em Meu Nome”, na tradução livre), do diretor e produtor Nicolò Bassetti.
A obra irá mostrar uma visão íntima dos desafios e das dificuldades da transição, acompanhando quatro pessoas trans ente 20 e 30 anos que passam pela transição em momentos distintos da vida- uma dessas pessoas é o filho do diretor, Matteo. A estreia deve acontecer durante o próximo Festival de Cinema de Berlim.
Ao site norte-americano Variety, Page disse que o projeto “é uma meditação sobre a humanidade trans”.
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