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10 livros LGBT para ler hoje e sempre

Por Felipe Cabral, autor convidado da Casa 1

Convidamos o ator, diretor e roterista Felipe Cabral, o canal Eu Leio LGBT para listar 10 dos seus livros preferidos que tem a comunidade como temática. Infelizmente o carioca não conseguiu produzir vídeos para seu canal de todos os indicados, por isso optamos por selecionar outros vídeos para contar um pouquinho mais do porque ler o livro.

Dois dos mais importantes livros da lista não contam com vídeos no Youtube, o primeiro deles, “Devassos no Paraíso” provavelmente por ser praticamente uma bíblia da comunidade e todo mundo saber que precisa ser lido. Já, “Velhice Transviada” é um titulo bastante novo, lançado no final de 2019, então ainda tem tempo.

Aproveite, e boa leitura!

1. “Querido ex, (que acabou com a minha saúde mental, ficou milionário e virou uma subcelebridade”, de Juan Julian (Transversal)

 

“Querido Ex” reúne as cartas Dele, um jovem gay, cuja vida está sendo definida por um catastrófico acontecimento: seu ex-namorado virou, da noite para o dia, a maior celebridade do país. Por mais que tente, de todas as formas, fugir da memória do seu (não tão querido) ex, ele continua sendo perseguido por ela aonde quer que vá. Nos outdoors? O ex está lá. Na televisão? Idem. No Instagram? Lá ele está também. Como se livrar de um passado que insiste em ser presente?
“Querido ex,” é um registro do caos deixado pelo fim de um relacionamento abusivo. Em seu livro de estreia, Juan Julian usa toda sua sensibilidade e habilidade para construir um narrador que precisa refazer os caminhos pelos quais se perdeu enquanto amava alguém que agora é somente um estranho com milhões de seguidores.

 2. “O amor não é óbvio”, de Elayne Baeta(Galera Record)

Amores platônicos, segredos inconfessáveis, perseguições pela cidade, traição… poderia ser um roteiro de novela, mas é só a vida real de uma adolescente comum.Íris tem 17 anos e está viciada na novela Amor em atos. Ela assiste a todos os episódios ao lado de sua vizinha de 68, Dona Símia, que se tornou sua segunda melhor amiga. É claro que Poliana, que ocupa o primeiro lugar, não pode nem sonhar com isso! Além de ser extremamente ciumenta, Polly anda muito preocupada com a completa falta de interesse de Íris por tudo o que julga prioritário: a festa de formatura e perder a virgindade. Mas isso está prestes a mudar: Cadu Sena, o menino mais gato do colégio São Patrique e sua paixão platônica, finalmente está solteiro. Essa é a chance de Íris. Mas antes ela precisa entender o que levou a namorada de Cadu a deixá-lo por uma garota, Édra Norr. Seria o corte de cabelo moderno? Os olhos castanho-escuros? A postura levemente torta? Os pelinhos na nuca? O talento musical?Montada em sua biclicleta Íris vai cruzar São Patrique na missão científica de descobrir tudo sobre Édra, e não vai demorar para se enredar também nos encantos… da garota! Realmente, o amor não é nada óbvio.

3. “Você tem a vida inteira”, de Lucas Rocha (Galera Record)

Um livro sensível sobre o amor após um diagnostico de HIV. O livro de estreia de Lucas Rocha é sensível e honesto sobre um assunto que ainda é um grande tabu As vidas de Ian, Victor e Henrique são entrecortadas pelo diagnóstico do HIV. Victor fica inseguro ao descobrir que Henrique, com quem está começando uma relação, é soropositivo e resolve fazer um teste, mesmo que os dois só tenham transado com camisinha. Logo depois de um resultado negativo, ele conhece Ian, um universitário como ele que acabou de receber uma notícia que pode mudar sua vida. No impulso de ajudar o garoto, Henrique entrelaça os destinos dos três. Lucas Rocha narra, a partir das três perspectivas, os medos, as esperanças e o preconceito sofrido por quem vive com HIV, mas, principalmente, conta uma história que não é sobre culpa ou sobre estar doente, e sim sobre como podemos formar nossas próprias famílias e sobre nunca esquecer que ainda temos a vida inteira.

4. “Dois garotos se beijando”, de David Levithan (Galera Record)

Do mesmo autor do best-seller Will & Will e Todo dia Do lado de fora da escola, ao ar livre, rodeados por câmeras e por uma multidão que, em parte apoia e em parte repudia o que estão fazendo, Craig e Harry estão tentando quebrar o recorde mundial do beijo mais longo. Craig e Harry não são mais um casal, mas já foram um dia. Peter e Neil são um casal. Seus beijos são diferentes. Avery acaba de conhecer Ryan e precisa decidir sobre como contar para ele que é transexual, mas está com medo de não ser aceito depois disso. Cooper está sozinho. Passa suas noites em claro, no computador, criando vidas falsas online e seduzindo homens que jamais conhecerá na vida real. Mas quando seus pais descobrem seu passatempo proibido, o mundo dele desaba. Cada um desses meninos tem uma situação diferente. Alguns contam com o apoio incondicional da família, outros não. Alguns sofrem com o bullying na escola, outros, com o coração partido. Mas bem no centro de todas essas histórias paralelas está o amor. E, através dele, a coragem para lutar por um mundo onde esse sentimento nunca seja sinônimo.

5. “Amora”, de Natália Borges Polesso (Não Editora)

Seria pouco dizer que os contos de “Amora” versam sobre relações homossexuais entre mulheres. Também estão aqui o maravilhamento, o estupor e o medo das descobertas. O encontro consigo mesmo, sobretudo quando ele ocorre fora dos padrões, pode trazer desafios ou tornar impossível seguir sem transformação. É necessário avançar, explorar o desconhecido, desestabilizar as estruturas para chegar, enfim, ao sossego de quem vive com honestidade.

6. “Fun Home”, de Alison Bechdel (Todavia)

“Fun Home” é um marco dos quadrinhos e das narrativas autobiográficas, além de uma obra-prima sobre sexualidade, relações familiares e literatura. Um labirinto da memória trazido à tona com graça, humor e a força das maiores realizações artísticas. Pouco depois de revelar à família que é lésbica, Alison Bechdel recebe a notícia de que seu pai morreu em circunstâncias que poderiam indicar um suicídio. Nesta aclamada autobiografa em quadrinhos, ela explora a difícil, dolorosa e comovente relação com o pai. A autora retraça também os próprios passos, da criança que cresceu entre os cadáveres da funerária da família à jovem que se encontrou nos livros e na arte. Num trabalho imensamente poderoso e sutil, Bechdel trilha o caminho de sua vida em busca de um pai tão enigmático quanto incontornável.

7. “Eu, Travesti”, de Luisa Marilac e Nana Queiroz (Grupo Record)

Luísa Marilac nasceu em Minas Gerais e assumiu-se travesti aos 17 anos. Além dos tradicionais traumas associados à transição de gênero em uma família conservadora e de classe baixa, levou sete facadas aos 16 anos, foi vítima de tráfico sexual na Europa, prostituiu-se, foi estuprada e presa mais de uma vez. Alçou-se à fama depois que viralizou no YouTube um vídeo seu com o bordão “E disseram que eu estava na pior”.

Em uma história de superação, transformou a dor em energia para lutar pela mudança do mundo para mulheres que nascem como ela – com um “pedaço de picanha entre as pernas”, como costuma brincar. Ativista das travestis, trabalha para combater o preconceito com humor e diálogo franco.

Com Nana Queiroz, constrói um relato visceral e poético sobre sua trajetória, dedicado “a todas as travestis que nunca viveram para contar suas histórias”.

8. “Velhice Transviada”, de João W. Nery (Objetiva)

Falar de velhice é difícil, sobretudo quando ela é transviada. O psicólogo, escritor e ativista dos direitos humanos João W. Nery constatou que, no Brasil, essa população — constantemente vítima fatal do ódio ou do descaso — não tem direito à longevidade. Por isso, decidiu escrever sobre os “transvelhos”, termo que criou para se referir aos transexuais e travestis que conseguiram ultrapassar a marca dos 50 anos.
João sempre foi um pioneiro. Em plena ditadura militar, foi o primeiro transgênero masculino brasileiro a passar por cirurgia de redesignação sexual, aos 27 anos. Obrigado a tirar uma nova documentação para conseguir trabalhar, teve que inventar um expediente: alegou ter dezoito anos e querer servir às Forças Armadas. Deu certo. Renasceu como João, mas perdeu seus registros anteriores, incluindo os diplomas de psicólogo e professor. Com o tempo, se tornou uma referência nos debates públicos e acadêmicos sobre gênero e sexualidade, participando ativamente de uma onda que, pouco a pouco, começava a quebrar preconceitos até então muito arraigados em nossa sociedade.
Neste livro, que traz prefácio de Jean Wyllys, João relata o que passou para chegar a ser um transvelho. Também dá voz, por meio de entrevistas, a outros transidosos, na segunda parte destas memórias.

9. “O Fim do Armário”, de Bruno Bimbi (Garamond)

Um livro jornalístico fantástico, que nos conta uma série de histórias fascinantes e estremecedoras que a maioria dos leitores desconhece. Sem medo de ser feliz, Bruno Bimbi relata, com graça e indignação, os dramas e as batalhas das pessoas LGBT pela aceitação social e a conquista de seus direitos. Sem complacência, mas sem perder a ternura, o livro denuncia com palavras fortes todas as iniciativas homofóbicas, e dá nomes aos bois: dessas denúncias não escapam políticos, pastores evangélicos, setores da imprensa e da opinião pública, artistas e apresentadores de TV – e nem sequer o papa Francisco, que quando era arcebispo de B. Aires foi o principal adversário da luta pelo casamento gay na Argentina, da qual Bruno Bimbi foi um dos líderes.

10. “Devassos no Paraíso”, de João Silvero Trevisan (Objetiva)

Devassos no paraíso (4ª edição, revista e ampliada): A ...

Num frutífero diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — cinema, teatro, política, história, medicina, psicologia, direito, literatura, artes plásticas etc. —, João Silvério Trevisan realiza um estudo pioneiro sobre a homoafetividade no Brasil. Considerado uma referência, “Devassos no Paraíso” atravessou gerações, provocou intensa interlocução com a comunidade LGBT e influenciou desde ações emancipatórias até pesquisas sobre gênero e sexualidade. Agora, esse monumental trabalho chega à sua quarta edição trazendo novos capítulos, imagens e texto atualizado sobre as lutas e conquistas dos direitos LGBT ocorridas no século XXI.

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Felipe Cabral é roterista, diretor e ator .Foi  roteirista da 4ª, 5ª e 6ª temporadas do programa “Vai Que Cola” e da 3ª temporada de “A Vila”, ambos do Multishow, também integrou a equipe de colaboradores das novelas das 19h “Totalmente Demais” e “Bom Sucesso”. No cinema, dirigiu três comédias: Gaydar (2012), Rótulo (2013) e Aceito (2014) e em 2017, lançou seu curta “Você”, onde retrata uma jovem na busca por compreender a morte de seu melhor amigo, vítima da homofobia, e, em 2018, assinou o roteiro do curta “Meu Preço”. Nos palcos, em 2017, protagonizou o espetáculo “O Filho do Presidente”, do americano Cristopher Shinn e, em 2019,  como ator e autor realizou a comédia sobre famílias homoafetivas “40 Anos Esta Noite”. Atualmente comanda um canal no Youtube chamado “Eu Leio LGBT” e assina a direção artística do FESTU – Festival de Teatro Universitário junto com o idealizador Miguel Colker.

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

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