Casa 1 é finalista do Prêmio Benfeitoria de Financiamento Coletivo

Em 2021 a plataforma Benfeitoria completa dez anos de atividade no Brasil. Sabemos que estamos passando por um momento muito difícil e delicado e que não é o melhor momento para celebrar, mas olhando para essa história, entendemos que o financiamento coletivo foi (e é!) uma ferramenta de mobilização e inspiração. Para celebrar essas iniciativas foi criado o primeiro Prêmio Benfeitoria de Financiamento Coletivo, com o objetivo de destacar e valorizar os projetos que passaram pela plataforma.

Nesses dez anos, foram mais de seis mil projetos financiados e, para selecionar entre tantos projetos os finalistas para a premiação, critérios foram definidos para cada categoria como alcance de pessoas impactadas, sustentabilidade, relevância do problema resolvido, inovação, mobilização e outros.

Para cada uma das categorias foram pré-selecionados 6 projetos e, em parceria com o BANDO – especialistas em crowfunding no país -, foram escolhidos os três principais projetos por categoria. Na categoria “indicação popular” qualquer iniciativa pode concorrer de forma ampla e aberta.

É com muita alegria que anunciamos que a Casa 1 foi escolhida para concorrer ao prêmio como um dos projetos com maior Impacto Social.

A votação vai até o dia 19/05 e para acessar (e votar) basta clicar nesse link.

Peça teatral “Essas pessoas na (sua) sala de jantar” faz parceria com a Casa 1

Uma peça online sobre família em 4 cômodos, “Essas pessoas na (sua) sala de jantar” aborda diversas ramificações do que é ser família e as histórias que atravessam gerações por meio de desabafos, entrevistas e cartas.

Com direção de Estrela Straus, 18 atrizes e atores criaram juntos uma dramaturgia a partir de relatos pessoais e entrevistas sobre família, maternidade, gestação de si mesmo e luto, refletindo sobre as infinitas possibilidades de ancestralidade, parentalidade e identidade.

A peça, que acontece ao vivo via Sympla Streaming, é dividida em quatro atos temáticos, chamados de cômodos, e a cada final de semana, dois se apresentam: Jardim (onde as sementes florescem) e  A cozinha é o coração da casa nos dias 01, 02 e 03 de maio,  Tem um espaço vazio no sofá e Os tigres e os leões nos quintais  nos dias 08, 09 e 10 de maio. 

A peça é resultado do Laboratório de Montagem Online Teatro Audiovisual, criado por Estrela Straus especialmente para o projeto de Oficinas de Montagem Inbox Cultural. Ao longo do processo de ensaios, a  diretora trabalhou com o Método Strasberg e com exercícios do argentino Augusto Fernandes. Após a peça, sempre haverá uma conversa com Estrela Straus e elenco. A dramaturgia teve como ponto de partida o livro “Maternidade” de Sheila Heti  e o filme “Jogo de cena” de Eduardo Coutinho. 

A bilheteria será doada a Casa 1, centro de cultura e acolhimento de pessoas LGBT.

Curta Temporada

Dias 01 a 03 de maio e 08 a 10 de maio

Sábados, Domingos e Segundas às 20h

Pedimos que acessem o link do ingresso com antecedência

Dias 01 a 03 de maio

Jardim (onde as sementes florescem)/ 20h

Carol Moraes

Júlia Lobo

Rebecca Loise

Lissa Pegoretti

Juno 

A cozinha é o coração da casa/ 21h

Bruno Dias

Lorena Garrido

Luiza Elena

Vinicius Aguiar

Dias 08 a 10 de maio/ 20h

 Tem um espaço vazio no sofá

Camila Brandão

Claudio Nadanovsky

Ela de Meira

Pedro Mazziero

 Os tigres e os leões nos quintais / 21h

Bruno Rods

Helen Ramos

Maria Paula Marini

Cecília Villar

Michel Langer

Pague o quanto puder: Ingressos Gratuitos, R$20, R$30 ou R$50

Bilheteria será doada a Casa 1

Via Sympla Streaming

Duração: 50 minutos cada ato

Todos os dias o público é convidado para uma conversa após a sessão

Classificação: 16 anos

Essas pessoas em (sua) sala de jantar

Direção l Estrela Straus 

Assistência de direção l Kalindi D’Elia

Criação l Bruno Dias, Bruno Rods, Camila Brandão, Carol Moraes, Cecília Villar, Claudio Nadanovsky, Ela de Meira, Helen Ramos, Júlia Lobo, Juno, Lissa Pegoretti, Lorena Garrido, Luiza Elena, Maria Paula Marini, Michel Langer, Pedro Mazziero, Rebecca Loise, Vinicius Aguiar

Supervisão técnica l Juracy de Oliveira 

Operação técnica l Raquel Parras

Locução em Off l Estrela Straus

Arte Gráfica l Letícia Crozara 

Comunicação Digital l Juliana Poggi

Produção l Letícia Crozara 

Direção de Produção l Júlia Ribeiro e Kauê Telolli

Parceria l Pandêmica Coletivo Temporário de Criação

Realização l Inbox Cultural

Pela autonomia corporal e pelo direito reprodutivo das mulheres

O poder público segue editando portarias e decretos que ferem os direitos das minorias. No dia 19 de abril, com a Portaria nº 13/2021, o Ministério da Saúde tornou pública a decisão de incorporar o anticoncepcional de longa duração em alguns grupos de mulheres para prevenir a gravidez indesejada.

A medida é voltada para um grupo selecionado de mulheres em idade fértil e, no documento da portaria existe a menção aos grupos prioritários para a aplicação de tal dispositivo ““populações em situação de vulnerabilidade: mulheres que vivem com HIV, usuárias de drogas, mulheres que vivem em regiões afastadas de grandes centros urbanos, comunidades carentes, imigrantes ou inseridas no sistema prisional, mulheres com deficiência intelectual” .

Apesar de uma das principais causas da gravidez não planejada ser a falta de informação e a distribuição de métodos contraceptivos essa portaria representa uma tentativa de controle reprodutivo dirigido a determinados grupos de mulheres, que são excluídos e estigmatizados socialmente. O planejamento reprodutivo precisa, antes de qualquer coisa, respeitar a integridade corporal e a autonomia das mulheres, em qualquer idade e em qualquer classe social.

A escolha dos grupos feita pela portaria segue critérios obscuros e negligencia implicações éticas, legais e de saúde pública além de violar os princípios de universalidade e equidade do SUS.

A medida é abertamente discriminatória, higienista, classista, racista e baseada em estigmas, e dificulta ainda mais o exercício de autonomia corporal dos grupos aos quais se destina.

Casa 1 se une ao Projeto T.P.M. para combater a pobreza menstrual

O pacote de absorvente menstrual está longe de ser a coisa mais cara em uma lista com itens de necessidade básica, mas ainda assim, é inacessível para muitas pessoas que menstruam. Para algumas, o absorvente menstrual é um artigo de luxo.

Um pacote com trinta unidades não sai por menos do que doze reais e, dependendo da pessoa, pode não durar para um único ciclo menstrual. Se uma pessoa começa a menstruar com 14 anos de idade e para na faixa dos 50, a conta fica muito alta.

O estudo “Livre para Menstruar”, uma iniciativa do movimento Girl UP Brasil, mostra que uma pessoa que menstrua pode gastar de 3 a 8 mil reais durante a vida só com absorventes. Em um país onde a renda anual de 5% da fatia mais pobre da população não passa de 1.920 reais (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz com que pessoas que se encontram nessa camada social precisem trabalhar por pelo menos quatro anos da sua vida apenas para manter sua higiene pessoal. Sabemos que isso não é realista porque existem outras urgências como moradia e alimentação que não são deixadas de lado para priorizar um item de higiene básica.

Em 2014, a Organização das Nações Unidas reconheceu como saúde pública o acesso a absorventes e itens de higiene para pessoas que menstruam. No Brasil, ainda não existe um levantamento oficial sobre isso, mas uma pesquisa realizada de forma remota em 2018 pela marca de absorventes Sempre Livre, com 9062 pessoas que menstruam, revelou que 22% das entrevistadas entre 12 e 14 anos não têm acesso a produtos confiáveis de higiene menstrual por não terem dinheiro ou porque esses itens de higiene não são vendidos na região em que moram. Já entre jovens de 15 a 17 anos a porcentagem chega a 26%. 

Quando falamos de identidades já marginalizadas pela sociedade (mulheres negras, lésbicas ou bissexuais, homens trans, pessoas não binárias e intersexo) o acesso a esses produtos para higiene pessoal é ainda pior.

Segundo dados recolhidos pelo Censo Demográfico do IBGE de 2010, cerca de 60 milhões de pessoas menstruam no Brasil – aproximadamente 30% da população – e, ainda assim, esse debate continua atrasado na esfera pública e nas áreas de debate da saúde. 

A médica ginecologista que integra a equipe da Casa 1, Ana Thais Vargas, acredita que esse assunto ainda é pouco debatido porque o olhar dos médicos é muito voltado para as alterações do corpo: “A gente tem muito pouco espaço nas escolas de medicina para dar atenção aos problemas que não são do corpo mas que são sociais, financeiros e que impactam na saúde de outras formas. Eu realmente acredito que a gente tem uma academia muito voltada para o corpo e não para o ambiente em que as pessoas vivem e como isso as afeta”, declarou.

E em relação ao poder público, não é apenas o grande número de homens cis brancos na política que atrasa a urgência desse debate: “Acho que têm dois fatores que importam aí. Sim, o grande número de homens (…), mas eu acho que principalmente o elitismo de quem toma as decisões. Antes de serem homens são pessoas que tiveram condições na vida, mesmo as mulheres que estão lá. Elas não têm [essa dificuldade] no seu horizonte. Ainda é muito pouco comentado por esses dois pontos. Sim, a grande maioria são homens, mas principalmente porque é uma parte da elite da sociedade que toma essas decisões”. 

Mesmo com um certo atraso e sem muitos holofotes, existem alguns projetos que buscam combater a pobreza menstrual, seja buscando a distribuição gratuita do item ou exigindo que seja retirada a taxação tributária do produto ou colocando este como essencial nas cestas básicas. 

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, desde outubro de 2019, o projeto batizado de “Menstruação Sem Tabu”, assinado pelas deputadas Beth Sahão (PT), Janaina Paschoal (PSL), Edna Macedo (Republicanos) e Leci Brandão (PCdoB), pretende distribuir absorventes em cestas básicas, escolas públicas, abrigos e presídios. Em Florianópolis, a vereadora Carla Ayres do PT, protocolou uma lei que propõe a criação de um programa de erradicação da pobreza menstrual. 

No Rio de Janeiro, um projeto de lei apresentado por Leonel Brizola Neto (PSOL) propõe que os absorventes sejam distribuídos gratuitamente nas escolas. Essa decisão do vereador foi motivada pelo documentário ganhador do Oscar, “Absorvendo o Tabu”, que fala sobre como a chegada dos absorventes higiênicos de uma forma acessível impactou mulheres de uma comunidade rural na Índia. A proposta foi aprovada, no entanto, até o momento não foi implementada. 

Já a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei 4968/19, apresentado pela deputada Marília Arraes do PT que pretende criar um programa de distribuição gratuita de absorventes higiênicos para os estudantes de escola pública. A intenção é reduzir a abstenção das pessoas que menstruam em dias letivos. A proposta segue em análise.

Até o momento, nem o Ministério da Saúde, nem o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos estão desenvolvendo algum projeto ligado à pauta.

Ana Thais Vargas acredita que a falta de dados oficiais específicos é um empecilho para fomentar essa política pública e também alerta sobre outras carências de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema: “Como fazer essa estatística se nem dados sobre pessoas que sofrem pela falta de qualquer tipo de amparo não são computados, e ainda dentro desse recorte existirem outras carências que a gente nem faz ideia [porque] não é da nossa vivência?”, questiona.  

Absorventes ainda não são considerados itens básicos de higiene e não são colocados na maioria das cestas básicas que são distribuídas por organizações governamentais e não-governamentais. Diante desse cenário, pessoas que menstruam usam, para substituir os absorventes, miolo de pão, sacola plástica, papelão e até pano de chão, podendo causar sérias infecções.

Se a pessoa tiver acesso ao sistema de saúde público, o único momento que ela terá acesso ao absorvente menstrual de maneira gratuita é se for uma pessoa recém-parida, de acordo com Ana Thais Vargas.

Pensando nessa dura realidade, a Casa 1 se uniu ao Projeto T.P.M.! – Transformando o Período Menstrual, para coletar absorventes higiênicos e distribuir nas cestas básicas da Casa 1. Serão colocados absorventes nas 560 cestas básicas que são doadas por mês pelo projeto para pessoas em vulnerabilidade social já cadastradas no nosso sistema. Embora a maioria dos estudos e iniciativas foquem em mulheres cisgêneras, salientamos aqui a necessidade de expandir esse debate para a experiência de homens trans, pessoas intersexo e não-binárias, que também podem menstruar. 

Durante a pandemia o problema se agravou, mais pessoas estão socialmente e economicamente vulneráveis, e as poucas doações de absorvente que existiam para essas pessoas, sumiram. 

E o auxílio para essa camada social não está incluída nos planos do governo: “As minorias não estão incluídas em nenhum pensamento do governo atual, inclusive o objetivo dele é exterminar minorias. A gente estava num crescente de inclusão de várias necessidades dentro da atenção básica e acho que agora a gente ainda não consegue calcular o retrocesso pelo qual estamos passando. Isso porque ainda estamos no meio dele. Não chegou no fim para a gente ver o que sobrou. Ainda estamos na passagem da onda. Eu não tenho a ilusão de que [pessoas que menstruam] serão incluídas tão cedo no sistema de saúde. [Esse amparo] ainda tem que partir da sociedade civil”, finaliza. 

10 programações virtuais gratuitas para celebrar o Dia Internacional da Dança

Por Diego Almeida, bailarino e educador da Casa 1

Dia 29 de Abril é o Dia Internacional da Dança, data em homenagem ao nascimento de Jean – Georges Noverre (1727 – 1810), mestre do balé francês. A data foi instituída em 1982 pelo Comitê Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

E para celebrar o Dia Internacional da Dança, o Grupo de Trabalho de Expressão Corporal da Casa 1 listou 10 espaços culturais da cidade de São Paulo que estão desenvolvendo online, por conta da pandemia do coronavírus 2019, atividades de práticas corporais diversas e gratuitas online. 

1. Casa 1 –  Ritmo Quente

É uma atividade desenvolvida pelo Educativo da Casa 1 com objetivo de conversar, dançar e entender a dança em suas diversas perspectivas. A proposta é dar visibilidade à diversidade de artistas LGBT+, negros e negras e PCD de diferentes cantos do Brasil  que movimentam e articulam a dança por meio de suas experiências e praticas. 

As aulas acontecem toda sexta-feira a partir das 19:00 via ZOOM e é necessário inscrição neste formulário

Mais informações pode consultar o Instagram da CASA 1.

2. Centro de Referência da Dança – Laboratório da Dança à Deriva

Atividade da  8° Edição do Encontro Latino-Americano de Dança, Performance e Ativismo, na qual proporcionará uma série de quatro laboratórios de criação práticos e online, contando com a presença de artistas do Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

Para participar das atividades será necessário a inscrição no site Transversalidade Poética CRD até o dia 30 de Abril. 

Mais informações pode consultar a página do facebook do CRD.

3. Oficinas Culturais – Afro Narrativas em Dança e Vídeos

Orientado por Kelly Santos, artista da dança e do audiovisual e coordenadora do Núcleo de Estudos em Corporeidades Negras, o curso “Afronarrativas em Dança e Vídeo” tem como objetivo a produção de uma videodança a partir das narrativas desenvolvidas pelas pessoas participantes.

Para participar da oficina é necessário a inscrição neste formulário

Mais informações no Instagram Oficinas Culturais.

4. Centro Cultural São Rafael  – Oficina de Danças Urbanas com Casper

É uma oficinas teórica e prática dos diferentes estilos de Dança (Popping, Locking, Breaking, Puppet, Boogaloo, King Tut, Wave, Toyman, Robot, etc.) com intuito não só de experimentar a nossa cultura, mas reconhecer outras culturas que permeiam em torno de sua própria história relacionando sempre com a nossa atual.

Para participar da oficina é necessário  a inscrição neste formulário

Mais informações no Instagram da Casa de Cultura São Rafael.

5. Cultural Olido – Dança de Salão e Samba Rock

As oficinas de Dança de Salão acontecem toda Terça e Quinta  às 15:00 horas via Live Facebook do Olido com Adriana.  As oficinas de Samba Rock acontecem na Quarta ás 19 horas e na  Sexta 16:00 Horas ambas Live Facebook do Olido com  Mari Santos. 

Mais informações no Instagram do Centro Cultural Olido.

6. Centro de Culturas Negras – Breaking a arte da gravidade

A oficina de Breaking a Arte da Gravidade – é uma oficina que busca trazer o conhecimento sobre a Cultura Hip-Hop e seus elementos. Com foco no Breaking quem pratica essa dança são conhecidos como B.boys, ou B.girls, meninas (o) que dança no break da música, onde seu corpo e mente através de cada passo batida se eleva a gravitar além dos seus limites trabalhando o Ritmo, conhecimento corporal, e a criatividade.

As oficinas acontecem às terças de  04/05/2021 a 31/08/2021 a partir das 13:00 via plataforma Google Meet. 

Mais informações no Instagram do Centro de Culturas Negras.

7. Centro de Cultura Grajaú – Oficina de Afromix

Oficina de Afromix com Cione Santana, terça e quinta, às 09h30, via Live no Facebook do Centro Cultural do Grajaú. 

Mais informações no Instagram do Centro de Cultural Grajaú.

8. Casa do Povo – ZOOMZZ

ZOOMZZ é uma aula-performance que dá pra fazer em qualquer canto da sua casa. Funciona no jogo da improvisação: quando alguém propõe um passo, todes replicam embalados pelos hits musicais dos anos 80 e 90. 

As aulas acontecem toda Quarta, às 16:00 via Zoom e é necessário se inscrever neste link

Mais informações no Instagram da Casa do Povo.

9. Centro Cultural São Paulo – Workshop Princípios da Tradição Popular e o Contemporâneo

Na tradição do Cavalo Marinho e Maracatu Rural, música, dança e teatro nascem de um mesmo impulso e seguem os mesmos princípios, geradores de um estado de presença que podem ser utilizados em qualquer contexto. O objetivo principal desta oficina é vivenciar alguns destes princípios e apontar um possível caminho de composição.

As atividades estão acontecendo entre os dias  26 a 30/4 (segunda a sexta), das 10 às 11h, no instagram @ccsp_oficial. 

Mais informações no Instagram do Centro Cultural São Paulo.  

10 Portal MUD/ Dança – Dia Internacional da Dança

No dia 29 de abril comemoramos o Dia da Dança. E o EPID e Portal MUD preparam uma Maratona de Dança com 30 atividades com diversos profissionais renomados (das 7h às 23h).  QUANDO E ONDE? 29 de abril de 2021 – Quinta das 7h às 23h pelo Zoom e/ou Youtube.

As atividades são necessárias as inscrições neste link.

Votação de projeto contra diversidade sexual em publicidade é adiada após pressão

Por Paula Soprana

Sob pressão de mais de 600 empresas e organizações da sociedade civil, a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) adiou na tarde desta quarta-feira (28) a votação do projeto que veda a diversidade sexual em publicidade infantil no estado.

A deputada Erica Malunguinho (PSOL) apresentou uma emenda para alterar o texto, assinada por 26 deputados, e agora ele volta para a discussão em comissões.

De autoria da deputada Marta Costa (PSD), o projeto de lei 504/2020 gerou reação do setor privado e de organizações não governamentais ao impedir a “alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionados a crianças”. Em sua justificativa, a parlamentar diz que a comunicação indiscriminada sobre o tema gera “desconforto emocional a inúmeras famílias”.

Desde que passou a tramitar com urgência na Alesp, na semana passada, empresas e entidades de defesa dos direitos LGBTQIA+ passaram a se manifestar em seus perfis nas redes sociais contra o projeto.

Até a segunda (26), 69 empresas haviam publicado posicionamentos com as hashtags #abaixopl504, #PropagandaPelaDiversidade e #lgbtnãoémáinfulência em seus perfis nas redes sociais, de acordo com a consultoria Mais Diversidade.

Além disso, mais de 600 marcas assinaram um manifesto contra o texto, considerado absurdo. Multinacionais como Coca-Cola, Natura, Ambev, Disney, Johnson & Johnson e Gerdau subscreveram a carta que circula na internet, além de escritórios advocacia, agências de publicidade e instituições como o Grupo Mulheres do Brasil, comandando por Luiza Helena Trajano.

Entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) e o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ (com 108 empresas signatárias) apontam para a inconstitucionalidade, a censura e a lgbtfobia do projeto.

O texto propunha “limitar a veiculação da publicidade que incentive o consumidor a práticas danosas”.

As organizações defendem que somente a União pode regular questões ligadas à publicidade e propaganda e que impedir a veiculação de temas ligados à diversidade sexual vai na contramão de direitos civis básicos, como liberdade de expressão.

“A sociedade civil se mobilizou de forma muito rápida nesse período e fez com que deputados sentissem a pressão e percebessem que seria grave aprovar esse projeto da forma como estava”, diz Pedro Martinez, coordenador na Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/SP.

A publicidade infantil não é vedada pela Constituição, mas segue critérios mais rígidos a fim de evitar o abuso de menores, como os impostos pela resolução 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente).

Além de Marta Costa, autora do projeto, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) também é defensora do projeto. Em emenda, ela alertou para os riscos da transição de gênero a crianças, citando os “males acarretados por hormônios bloqueadores da puberdade ou estimulantes das características do sexo biológico oposto”.

Após ser debatido em comissões, o texto volta para ser votado no plenário.

Coletivo realiza segunda edição de pesquisa sobre LGBT+ na pandemia

Primeiro relatório de 2020 apontou que comunidade LGBT sofre com desemprego maior, problemas de saúde mental e tensões no convívio familiar.

O coletivo #VoteLGBT lança nesta quarta (28) o formulário para respostas da segunda edição da pesquisa Diagnóstico População LGBT+ na Pandemia, que teve sua primeira edição publicada em 2020 e contou com a participação de mais de 10 mil pessoas. O formulário estará aberto para respostas entre os dias 28 de abril à 15 de maio, mesmo período do ano anterior no link: bit.ly/covid-lgbt-2021.

A pesquisa surgiu a partir da percepção de que o isolamento social, que impacta a sociedade como um todo, tem gerado repercussões ainda mais agudas entre lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis. Com a participação de pesquisadores da UFMG e Unicamp, o levantamento consultou pessoas em todos os estados da Federação. Os entrevistados apresentam maiores índices de desemprego e problemas de saúde mental se comparados ao restante da população. Igualmente preocupantes são os dados coletados sobre tensões no convívio familiar durante a pandemia. 

Nesta segunda edição, a pesquisa tem como objetivo colher informações sobre como a comunidade tem sido afetada pela pandemia em um quadro de avanço das crises sanitária, política e econômica, além de conseguir estabelecer um panorama mais completo de análise comparativa à primeira edição. 

#VoteLGBT

Formado por profissionais de várias áreas como demografia, economia, jornalismo, antropologia, direito, artes visuais, entre outras, o #VoteLGBT é um coletivo que busca aumentar a representatividade das pessoas LGBT+ em todos os espaços da sociedade, principalmente na política. Entendendo a representatividade de forma interseccional às pautas de gênero e de raça, o coletivo compreende a diversidade como um valor fundamental para a democracia.

Além de campanhas realizadas em épocas de eleições municipais, estaduais e nacionais – que visam dar visibilidade a candidaturas pró-LGBT e lutar pelo respeito à diversidade sexual e de gênero -, os membros do coletivo também promovem pesquisas presenciais e online para gerar dados sobre essa parte da população.

Outras duas iniciativas do coletivo foram criadas em tempos de pandemia tentando reduzir os impactos do isolamento social. Uma delas é o LGBTFLIX, uma galeria de vídeos que reúne mais de 200 filmes com temáticas sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros. As produções audiovisuais estão disponibilizadas gratuitamente no site www.votelgbt.org/flix .

“Juntas em Tempos de Treta” é uma LGBTeca que reúne textos de autoras e autores LGBT+. A cada semana, novos textos são divulgados no endereço www.votelgbt.org/juntas

SERVIÇO

O que? Segunda edição do Diagnóstico População LGBT+ na Pandemia

Para participar da pesquisa: O formulário estará aberto para respostas até 15 de maio, no link: bit.ly/covid-lgbt-2021.

Comida saudável sumiu do prato dos brasileiros: “Fome é escolha política”, afirma pesquisadora

Estudo revela que alimentos in natura e minimamente processados diminuíram 85% em domicílios com insegurança alimentar; muitas famílias não têm mais o que comer

Por Nathália Iwasawa

Muitos meses atrás, a pandemia era encarada com outros olhos. À ideia de que a quarentena duraria 40 dias, ou do fato de os peixes terem voltado a nadar nos canais de Veneza, somava-se uma preocupação com a autoimagem: havia quem brincava, em grupos de WhatsApp, por exemplo, que estava engordando, porque “a única distração” em casa era comer. 

Mas essa ideia, além de reforçar um discurso gordofóbico, ignora que muita gente não teria nem um prato de arroz e feijão disponível. O relatório “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, publicado nesta terça (13), demonstra que houve uma redução geral da disponibilidade de alimentos nos domicílios em situação de insegurança alimentar, inclusive os considerados não saudáveis. Ou seja, nem os ultraprocessados mais baratos, como miojo e biscoito recheado, têm garantido que a fome fique longe.

Há alguns meses estamos ouvindo especialistas e conversando com trabalhadores para entender o que sobra no prato das famílias em situação de vulnerabilidade social em tempos de Covid-19. Os pesquisadores do Grupo de Pesquisa “Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia”, da Freie Universität Berlin (FU Berlin), trazem a resposta que não queríamos ter: o consumo de alimentos saudáveis diminuiu em 85% nos domicílios em situação de insegurança alimentar durante a pandemia. 

A maior redução encontrada pelo estudo foi das carnes, em 44% dos domicílios, seguida de frutas (40,8%), queijos (40,4%) e hortaliças e legumes (36,8%). De acordo com a pesquisa, os ovos podem ter sido substitutos da carne, com o maior aumento entre os alimentos da categoria, em quase 19%. 

Cabe destacar que, entre os domicílios que mantiveram segurança alimentar durante a pandemia, a redução do consumo de alimentos considerados saudáveis foi significativamente menor, variando entre 7% e 15%.

Os autores da pesquisa – Eryka Galindo, Marco Antonio Teixeira, Melissa de Araújo, Renata Motta, Milene Pessoa, Larissa Mendes e Lúcio Rennó – destacam que, no período entre agosto e dezembro de 2020, quase 60% dos domicílios entrevistados estavam em algum nível de insegurança alimentar – isto é, quando a qualidade dos alimentos é inadequada ou a oferta é insuficiente. Desses, 15% estavam em situação de insegurança alimentar grave. Objetivamente, isso significa que a fome passa a ser vivida também pelas crianças dos domicílios. 

A pesquisa, realizada em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Brasília (UnB), traz dados inéditos sobre o consumo de alimentos inspirado no estudo sobre os fatores de risco e proteção para doenças crônicas, o Vigitel, e nos marcadores do Guia Alimentar para a População Brasileira, ambas publicações do Ministério da Saúde. A pesquisa adotou como referência as perguntas da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia).

“A fome é uma opção política”

No evento de lançamento do relatório, os pesquisadores enfatizaram que os números extremamente preocupantes não são fruto (só) da pandemia. “Estamos em uma espiral decrescente”, disse Lúcio Rennó, professor do Instituto de Ciência Política da UnB e um dos autores do estudo, em referência à sistemática crise econômica, ao aumento do desemprego e ao aprofundamento das desigualdades sociais, com repercussões na segurança alimentar e nutricional. 

O pesquisador abordou a instabilidade política vivida desde a redemocratização do país, nos anos 80, até as variações negativas do Produto Interno Bruto (PIB) em dois anos consecutivos na última década – 2015 e 2016. O principal medidor econômico do mundo também deu sinais negativos no Brasil no ano passado, amplificado visivelmente pela pandemia.

“Vivemos uma situação de recessão profunda, talvez uma das piores da nossa história”, disse Rennó. “E olha que temos uma longa história de processos recessivos e dificuldades econômicas.” 

A crise sanitária, somada à inexistência de um Estado capaz de responder minimamente ao quadro, resulta na maximização dos problemas sociais. Os direitos trabalhistas e outras garantias essenciais a uma vida digna, como saúde e educação, já vinham sofrendo sucessivos ataques. 

Aqui, é possível citar a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em 2016, que foi um golpe para a agricultura familiar, seguida da Reforma Trabalhista, sancionada em 2017 pelo presidente Michel Temer (MDB), na qual houve a flexibilização da CLT, o que deixou os trabalhadores ainda mais vulneráveis frente aos empregadores.

A pesquisa aponta que o consumo de comida in natura e minimamente processada já era irregular nos domicílios com algum grau de insegurança alimentar.  Ou seja, o consumo de frutas, legumes, hortaliças e carnes já era esporádico. 

“A pandemia deixou óbvio qual é o projeto de país que se tem e que se implementa de uma maneira muito eficiente”

Durante a sua apresentação, a professora de sociologia do Instituto de Estudos Latino-Americanos (FU Berlin) e líder do grupo de pesquisa responsável pela pesquisa, Renata Motta, destacou que “a fome é uma escolha política”. A docente lembrou que o sucateamento do PAA e do PNAE, além da extinção do Consea – a primeira medida tomada pelo presidente Jair Bolsonaro assim que assumiu o Executivo em 2019 –, foram decisões que ignoraram anos de acúmulo de políticas sociais e movimentos importantes da sociedade civil organizada.

Os dados têm cor, gênero e endereço

Motta também lembrou que “a insegurança alimentar tem cor, gênero e espacialidades”. A afirmação vem dos números, que são bem claros: em lares onde a  mulher é a única responsável pela renda, a insegurança alimentar é mais grave (73,8%); a situação se repete em domicílios chefiados por pessoas de raça ou cor parda (67,8%) e preta (66,8%); e em lares localizados nas regiões Nordeste (73,1%), Norte (67,7%) ou em áreas rurais (75,2%).

Em entrevista para esta reportagem, o Grupo de Pesquisa salientou que o fenômeno não pode ser reduzido a uma única área, sendo fundamental o olhar ampliado e interdisciplinar que ocorria anos atrás.

“A pandemia deixou óbvio qual é o projeto de país que se tem e que se implementa de uma maneira muito eficiente”, disse Elisabetta Recine, professora e coordenadora do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da UnB. Recine pondera que o Brasil entrou na pandemia com reduções drásticas dos principais programas e políticas públicas, que garantiram não só a melhoria dos indicadores da qualidade da segurança alimentar e nutricional no país, mas da qualidade de vida em geral. “Essa fome, no final, é produto de um momento agudo, que é expressão de uma situação crônica nesse país.”

A saída apontada pelos autores da pesquisa é justamente um projeto político que retome os programas sociais como prioridade de gestão, como a “reforma agrária, transferência de renda, de acesso ao mercado de trabalho, à saúde, saneamento básico, acessibilidade e disponibilidade de alimentos. E, por fim, equipamentos públicos como os restaurantes populares, cozinhas comunitárias e os bancos de alimentos”.

Saiba como participar da I Conferência Livre Popular do MCCSP

O MCCSP (Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo) é composto por dezenas de movimentos, fóruns, entidades e coletivos da capital paulista. Após um 2020 difícil e marcado pelo desmonte do fomento à cultura, os coletivos se reuniram para pensar como reconstruir as articulações artísticas depois de tanta destruição. 

Desde 2016 o MCCSP luta em prol do setor cultural e pela efetivação de políticas culturais mais acessíveis e democráticas e para construir novos caminhos para a produção artística da cidade. Para isso, o coletivo está convocando todos os trabalhadores e trabalhadoras da cultura da cidade para participar da I Conferência Livre Popular dos Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo. 

Essa conferência tem como objetivo geral mobilizar, difundir, articular e discutir o Sistema Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, bem como desenvolver seu Conselho, Plano e Fundo Municipal de Cultura. A lei do Fundo Municipal de Cultura de São Paulo foi aprovada em 2015 mas, nunca foi regulamentada. Já a lei do Conselho Municipal de Política Cultural de São Paulo ainda não foi aprovada. 

O encontro também busca trazer essas discussões de volta à pauta da luta principal da cultura na cidade, assim reivindicando o direito à cultura, garantido como direito básico social na Constituição Federal de 1988, para construirmos juntos e juntas, de baixo para cima, as políticas culturais efetivas que queremos para os anos desafiadores que virão. 

Para uma melhor organização, a conferência será realizada em duas etapas. Na primeira, os diversos movimentos culturais da cidade deverão se organizar para a realização de pré-conferências territoriais, setoriais e temáticas entre os dias 10 a 30 de abril. Na segunda etapa, o Coletivo dos Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo realizará de forma virtual, durante três dias consecutivos (21, 22 e 23 de maio) a primeira edição da Conferência Livre Popular dos Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo. 

As pré-conferências são um importante espaço de mobilização, articulação, construção de pautas, aferição de diagnósticos e prioridades de coletividades e bases de cultura. Elas devem pautar as reflexões para os debates que serão realizados em maio. Sugerimos que os movimentos, coletivos, fóruns e entidades interessados em realizar pré-conferências se inscrevam através desse link

Qualquer profissional que atue na área de Artes Visuais na cidade de São Paulo (artistas, produtores, técnicos e todos os trabalhadores e trabalhadoras que conformam o fazer da categoria) pode participar. A presença de todos é fundamental para lutarmos, pautarmos melhorias e elencar reivindicações do setor ao poder público local. 

Saiba mais sobre a I Conferência Livre Popular dos Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo aqui

Filmes de graça: Casa 1 e #VoteLGBT se unem para celebrar 1 ano de LGBTFlix

O I Festival LGBTFlix de Cinema vai acontecer entre os dias 30 de abril e 09 de maio e visa comemorar o sucesso de um ano da LGBTFlix, plataforma totalmente gratuita que reúne produções audiovisuais que retratam a existência de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros. Com uma seleção de longas independentes e comerciais, o Festival contará com uma seleção de títulos disponíveis em votelgbt.org/flix

O destaque da programação é uma homenagem a Ismael Ivo, importante coreógrafo brasileiro que faleceu recentemente devido a complicações da Covid-19. Durante todos os dias de festival, haverá a exibição do curta “O Rito de Ismael Ivo” (2003), de Ari Candido Fernandes. Na grade de exibições ainda constam obras contemporâneas, como o premiado “Praia do Futuro”, de Karim Ainouz, e o longa “Corpo Sua Autobiografia”, de Cibele Apes e Renata Carvalho, além do documentário “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé, Beto Amaral. 

O projeto é coordenado pelas equipes do #VoteLGBT e da Casa 1 e a ideia de celebrar a criação da plataforma em um festival de cinema se deu por conta do sucesso da LGBTflix, que com um ano de existência conta hoje com 250 curtas metragens brasileiros no catálogo permanente, além de ter hospedado 3 festivais: dois nacionais e um internacional. Até o momento, mais de 180 mil pessoas acessaram a LGBTflix. 

LGBTFLIX – CINEMA PARA TODAS AS LETRAS 

Questões de gênero, abordagens sobre a diversidade dos afetos e debates sobre a vasta gama das vivências sexuais não-hegemônicas. Esses são os ingredientes do cardápio da LGBTflix (votelgbt.org/flix), uma plataforma totalmente gratuita, sem nenhuma relação com qualquer plataforma de streaming. 

Usuários podem selecionar as centenas de filmes que integram a plataforma e escolher os títulos que tratam de sua temática predileta. Basta clicar em cada uma das letras da sigla LGBT, para em seguida ser direcionado à lista específica dos filmes. 

A LGBTflix é uma iniciativa do coletivo #VoteLGBT pensada para atenuar o impacto do isolamento social causado pelo novo coronavírus. De documentários sobre relevantes questões sociais, passando por sátiras, olhares poéticos e obras ficcionais, a seleção de filmes reúne uma poderosa vastidão de olhares. 

“Esse período de isolamento social pega mais pesado nas pessoas LGBTs, porque muitas de nós não encontram na família um sistema de apoio. Imagina ficar isolado num lar opressor com pessoas que não respeitam seu nome e sua identidade!”, provoca o artista Gui Mohallem, um dos integrantes do #VoteLGBT. 

A iniciativa também serve de janela para a divulgação da extensa produção audiovisual brasileira, que encontra poucos espaços de exibição nacional. “De um lado você tem pessoas querendo se ver representadas, e de outro você tem uma produção cultural potente que enfrenta uma série de obstáculos para chegar ao seu público. Nossa galeria de filmes se propõe a ajudar nesse encontro“, explica Mohallem. 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FESTIVAL (os filmes estarão disponíveis entre 30/4 e 9/5, com exceção dos longas Praia do Futuro e Diga Meu Nome

HOMENAGEM ESPECIAL A ISMAEL IVO:

O RITO DE ISMAEL IVO – (Dir. Ari Candido Fernandes, Documentário, 2003)

A vida do bailarino negro Ismael Ivo, suas performances, depoimentos sobre a dança e as dificuldades sociais para quem vem de classe social mais pobre e supera obstáculos em sua profissão, até ficar famoso em todo o mundo.

AS CORES DO DIVINO – ( Dir. Victor Costa Lopes, Documentário, 2020) 

Documentário realizado a partir de conversas com pessoas LGBT+, unidas por um traço em comum: todas já fizeram parte, ou ainda fazem, de alguma instituição religiosa. O filme traça um instigante panorama sobre a relação entre religião e sexualidade. 

CORPO SUA AUTOBIOGRAFIA – (Dir.: Cibele Apes e Renata Carvalho, Documentário, 2021) Documentário que mostra um corpo em isolamento social e familiar, mas o distanciamento não é provocado pelo Coronavírus, e sim por ser uma travesti. Renata Carvalho é uma personagem de si mesma, sua voz nos narra a historicidade/transcestralidade do seu corpo e a transfobia estrutural, apontando a construção social, midiática, criminal, sexualizada e patológica da corporeidade e identidade travesti. 

HOMENS PINK – (Dir. Renato Turnes, Documentário, 2020) 

Nove homens gays compartilham suas memórias. Os primeiros desejos, o fervo da juventude num país sob a ditadura militar, a devastação da AIDS, a festa como território de resistência. O envelhecer do homem gay celebrado nas vozes de orgulhosos sobreviventes. 

PARA ONDE VOAM AS FEITICEIRAS – (Dir. Eliane Caffé, Carla Caffé, Beto Amaral, Documentário, 2020) Em Para Onde Voam as Feiticeiras, através de manifestações artísticas, um grupo de performers LGBTQI+ realiza encenações públicas que levantam debates sobre questões de gênero, desigualdade social e preconceito nas ruas do centro de São Paulo. Mexendo com o imaginário popular e proporcionando debates, os artistas explicam suas lutas cotidianas para qualquer pessoa que esteja interessada em adquirir uma nova perspectiva sobre as mais sutis camadas da intolerância. 

PASSOU – (Dir. Felipe André Silva, Ficção, 2020) 

fábio amava pedro, que sentia algo por carlos, que não sabia o que esperar de fábio. agora tudo isso já passou e não há porque olhar para trás.

PRAIA DO FUTURO – (Dir. Karim Ainouz, Ficção, 2014) 

Praia do Futuro, Ceará. Donato (Wagner Moura) trabalha como salva-vidas. Seu irmão caçula, Ayrton (Jesuita Barbosa), tem grande admiração por ele, devido à coragem demonstrada ao se atirar no mar para resgatar desconhecidos. Um deles é Konrad (Clemens Schick), um alemão de olhos azuis que muda por completo a vida de Donato após ser salvo por ele. É quando Ayrton, querendo reencontrar o irmão, parte em sua busca na fria Berlim. 

O longa terá duas exibições únicas, nos dias 2 e 5 de maio, às 20h.

FILME DE ENCERRAMENTO DO FESTIVAL – DISPONÍVEL POR 48H (das 20h do dia 7/5 às 20h de 9/5)

DIGA MEU NOME – (Dir. Juliana Chagas Gouveia, Documentário, 2020)  Sélem, de 45 anos, e Diana, de 22 anos, pertencem a gerações diferentes e partes distintas do Brasil. No entanto, as duas são mulheres negras e transexuais, lutando por seus direitos, como o reconhecimento do nome social e o direito de usar o banheiro feminino. Elas retratam seus combates diários na cidade do Rio de Janeiro.

SERVIÇO 

O QUE? I Festival LBGTflix de Cinema. 

QUANDO? De 30 de abril a 9 de maio. 

ONDE? no site votelgbtr.org/flix 

QUANTO? Gratuito 

SOBRE O #VOTELGBT 

Formado por profissionais de várias áreas como artes visuais, jornalismo, demografia, direito, entre outras, o #VoteLGBT é um coletivo que busca aumentar a representatividade das pessoas LGBT+ em todos os espaços da sociedade, principalmente na política. Além de campanhas realizadas em épocas de eleições municipais, estaduais e nacionais – que visam dar visibilidade a candidaturas pró-LGBT e lutar pelo respeito à diversidade sexual e de gênero -, os membros do coletivo também promovem pesquisas durante as paradas LGBTs de BH, Rio de Janeiro e São Paulo para gerar dados sobre essa parte da população. 

SOBRE A CASA 1 A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. O trabalho engloba três frentes de atuação: a república de acolhida para pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsas de casa por suas orientações afetivas sexuais e identidades de gênero; o Galpão Casa 1, centro cultural que conta com atividades culturais e educativas, totalmente gratuitas. Já o terceiro eixo é a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos pontuais e terapias complementares, sempre com uma perspectivas humanizadas e com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.