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Audiência Pública barra terceirização dos Centros de Referência à Mulher

Em julho deste ano, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania lançou um chamamento público para contratar serviços de uma entidade privada para gestão dos três mais importantes Centros de Referência da Mulher (CRM) da cidade de São Paulo – a Casa Eliana de Grammont, CRM Brasilândia e o CRM do Capão Redondo.

A justificativa da gestão de Ricardo Nunes (MDB) para a privatização é cortar os custos da gestão municipal. Além do poder público estar abrindo mão de atuar de maneira direta em um serviço essencial, a abertura do processo aconteceu de forma autoritária, sem consulta às pessoas atendidas, ao Conselho de Política para Mulheres da cidade, ou aos movimentos sociais que lutam contra o sucateamento dos equipamentos públicos.

Leia a nota completa do Coletivo dos Trabalhadores Terceirizados das Políticas Públicas: A Terceirização é Inimiga das Mulheres

Os CRMs, fruto da luta feminista organizada, são importantes políticas públicas de atendimentos as mulheres em situação de violência na cidade de São Paulo. O serviço e o atendimento das profissionais se estende para para mulheres trans e, em alguns recortes específicos, para homens trans.

O projeto de terceirização foi barrado em uma Audiência Pública realizada no dia 14/09, pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo. A autoria do requerimento foi da vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL).

Participaram da sessão a vereadora Luana Alves (PSOL), a vereadora Juliana Cardoso (PT), Adriana Magalhães, da direção do Sindicato dos Bancários e conselheira de Políticas Públicas do Município de São Paulo representando a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Simone dos Anjos, Integrante do coletivo Rede de Mulheres Negras Evangélicas, Kelly de Oliveira, integrante do CTP (Coletivo dos Trabalhadores Terceirizados das Políticas Públicas), Sônia Coelho representante da Marcha Mundial das Mulheres e Lili de Grammont, ativista no enfrentamento à violência contra a mulher. Lili leu uma carta na qual lembrou o assassinato de sua mãe, Eliane de Grammont – cantora baleada no palco em 1990 pelo companheiro durante um show – homenageada com a criação do primeiro CRM da cidade de São Paulo.

Assista a votação completa.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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