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Instituto Brasileiro de Transmasculinidades faz petição pelo preço da testosterona

O IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades) busca, através de uma petição online, apoio de diferentes movimentos para que possa dialogar com setores farmacêuticos responsáveis e o poder público sobre o preço atual da testosterona.

Leia o abaixo assinado completo:

“O Instituto Brasileiro de Transmasculinidades – IBRAT, em apoio aos milhares de homens trans/transmasculinos que fazem uso de substâncias para garantia de melhor qualidade de vida e garantia de plena saúde mental, através do processo de harmonização validado e autorizado pela portaria  Nº 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013, que institui o Processo Transexualizador, vem à público denunciar mais uma grave ameaça às nossas vidas.

Apesar da existência de legislação que trata do suportes necessários à saúde de pessoas trans, ocorre que: por total falta de cumprimento à Portaria do SUS por parte do estado não são disponibilizadas as substâncias para reposição hormonal necessárias pela rede, essa lacuna tem sido preenchida pelos laboratórios que produzem Deposteron, Durateston, Nebido, Hórmus entre outras. 

A ausência do estado dificulta o nosso acesso a partir da obrigação de adquirirmos por meios próprios nas farmácias pelo preço cobrado regularmente, considerando que muitos de nós não têm acesso a empregabilidade e também pelas constantes mudanças no setor e/ou a suspensão de venda por períodos indefinidos, o que nos deixa bastante apreensivos se iremos ou não conseguir dar prosseguimento às doses necessárias.

Como se não bastassem todas essas inseguranças e apreensões, nos deparamos nos últimos dias com o aumento exponencial dos preços cobrados que saltaram de R$ 50,00 reais para R$200,00 reais, em média, tornando ainda mais difícil a sua aquisição pela maioria de homens trans/transmasculinos. 

Cabe ressaltar que estamos falando da preservação de vidas e de prevenção à diversas consequências que a interrupção do uso dessas substâncias poderá causar ao nosso bem-estar, provocando um inchaço ainda maior na rede de atendimento de saúde pública – SUS, no médio e longo prazos.

Os valores reajustados divergem totalmente com a realidade vivenciada pela maioria das pessoas trans, população sobrevivente à situações de vulnerabilidades e extremas violências diárias, sendo esse reajuste entendido como mais uma violência por parte daqueles que ainda não estão atentos aos seus efeitos.

Buscamos através dessa petição provocar movimentos, buscar apoios e todos os meios possíveis para dialogarmos com os setores responsáveis, farmacêuticas, farmácias e poder público, para encontramos uma solução de urgência e não deixarmos dessassistidas pessoas que só querem direito ao exercício pleno de cidadania em relação a sua própria saúde de forma integral.

Foto de capa: Vitor Pastana / ANF

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