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Nem Felipe Neto e nem Moro: entrevista histórica do “Roda Viva” foi a do Silvio Almeida

No noite desta segunda-feira, 22 foi ao ar a entrevista com Silvio Almeida, advogado, filósofo e professor universitário no programa “Roda Viva” da Tv Cultura. Com 30 anos de exibição, o programa é considerado o mais antigo do gênero da televisão brasileira e mesmo respeitadíssimo não foge à regra dos problemas que regem a nossa sociedade, entre eles o racismo e o machismo.

Para termos uma ideia, Silvio foi uma das sete pessoas negras que foram entrevistadas no últimos 237 programas exibidos (entre 23 de junho de 2020 e 11 de janeiro de 2016). Os outros entrevistados foram o compositor Nel Lopes (24 de fevereiro de 2020) , o coreografo Ismael Ivo (19 de novembro de 2018) , a ex-ministra Marina Silva (30 de abril de 2018), o ativista Celso Athayde (16 de abril de 2018), o ator e humorista Hélio de La Peña  (15 de janeiro de 2018) e o artista plástico Emanoel Araújo (18 de dezembro de 2017). Já o numero de mulheres nesse período foi 16, sendo Marina Silva a única mulher negra.

O recorde de audiência do programa é do ex-ministro Sérgio Moro em uma entrevista de 2018 (onde chegou à 3,8 pontos), já online, o programa mais acessado teve no centro da roda o atual presidente Jair Bolsonaro (9 milhões de visualizações) e recentemente a participação do youtuber Felipe Neto foi tida por muitos como histórica por ter sido ele o primeiro “influenciador digital” convidado.

No entanto, arriscamos dizer que foi Silvio Almeida quem fez história mesmo: em uma hora e 43 minutos, o advogado falou, esmiuçou e escancarou as questões raciais do país, falou sobre o mito da democracia racial, a importância das pessoas brancas na luta antirracista, passou pela comunicação, economia, esporte e toda a luta do movimento negro. É preciso ver e rever!

Cabe aqui também um ressalva: muito se falou sobre as interrupções do entrevistado, algo que cabe a ele fazer algum tipo de pronunciamento, no entanto, vale ressaltar que em uma entrevista, em especial com mais de um entrevistador, a prática de interrupção não é rara. Obviamente, há casos onde se extrapola, como por exemplo em 2018, quando a então pré-candidata a presidência  Manuela D’ávila foi interrompida 62 duas vezes durante o programa, oito vezes mais que Ciro Gomes, entrevistado três dias depois.

Assista na integra a entrevista de Silvio Almeida no Roda Viva:

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