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Nick Cruz aborda transfobia em trabalho “Sol no Peito”

Toda canção é um documento histórico do nosso tempo presente. Porque, enquanto o artista é impactado pela realidade, ele impacta o mundo através da sua arte. E essa via de mão dupla é o principal objetivo de Nick Cruz em nova etapa da carreira. O cantor capixaba se prepara para lançar a música mais importante da sua trajetória, chamada “Sol no Peito”, em que aborda a
transfobia presente em sua vida e na de milhares de brasileires. O single já está em todos os tocadores digitais e com clipe no YouTube.

“Sol no Peito” é fruto de um amadurecimento de Nick. Desde que o artista assinou contrato com a Warner Music Brasil e se mudou para o Rio de Janeiro em 2020, ele se torna uma voz cada vez mais importante dentro da sua comunidade. E, no país em que mais se mata transexuais e em que mais se consome pornografia transex no mundo, é por meio da música que ele quer deixar a sua mensagem: “Esses olhares me consomem / Não me veem como homem / Onde será que o nosso mundo se perdeu? / Almas que mentem e se escondem/ Atrás de um codinome / Eles querendo consumir meu corpo enquanto eu / Só quero mudar de nome”.

Abordando pela primeira vez a sua bandeira em seu trabalho, Nick cruza a ficção com sua história real. No clipe dirigido por Mano Brandão, com produção executiva de Bernardo Fonseca e roteiro de Bruno Caliman, seu personagem sonha em fazer mastectomia e poder “tomar sol no peito” sem preocupações. A narrativa joga luz a algumas situações que os corpos trans
passam diariamente – como os ferimentos causados pelo binder, o desconforto em usar camisas brancas e o aparecimento dos pelos devido à transição hormonal. Por isso, o procedimento cirúrgico acaba sendo o sonho de muitas dessas pessoas, inclusive de Nick.

Apesar da carreira recente, todo o projeto de “Sol No Peito” conta com uma produção de artista veterano. O clipe teve preparação de elenco da Renata Ghelli, conhecida por trabalhos com Gaab e MC Rebecca. Foram dois dias de gravação com cenas em vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, como na Pedra da Gávea. A artista e escritora Gabriela Artz, voltada para conteúdo
sobre autocuidado e autoconhecimento, assina algumas frases presentes no violão e no bandaid de Nick usados no clipe. E a música ganhou um toque especial com um naipe de violinos que dá mais ênfase à mensagem do artista.

Como esse lançamento perpassa por toda a sua biografia, Nick ainda escolheu uma foto de quando era criança como capa do novo single: “minha auto aceitação reflete muito nas minhas composições. Na medida em que me entendo neste mundo, fico mais confortável para trazer isso pro papel. A música é um jeito de abordar toda essa discriminação que sofremos de forma leve, para que o outro escute com atenção, apesar de eu estar querendo gritar”, reflete Nick.

Foto de capa: Divulgação

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