BLOG

Pela primeira vez, Prêmio Shell tem artistas trans entre finalistas

Redação Agência Diadorim

Um dos mais importantes prêmios do teatro brasileiro, o Shell, terá quatro travestis concorrendo ao troféu de Melhor Atriz de 2022 – duas no Rio de Janeiro e outras duas em São Paulo. Segundo o júri, é a primeira vez que pessoas transgêneras são indicadas à categoria. A lista foi divulgada nesta quinta-feira (2 fev.).

Na versão paulista da premiação, as atrizes e cantoras Verónica Valenttino e Assucena foram indicadas pelos seus trabalhos, respectivamente, em “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” e “Mata Teu Pai — Ópera Balada”.

Verônica atuou no elenco da montagem do Núcleo Experimental sobre a história da ativista conhecida como “o anjo da guarda das travestis”, que nos anos 1990 acolheu dezenas de pessoas com HIV/Aids na própria casa. Já Assucena, em sua estreia no teatro, protagonizou uma adaptação de “Medeia”, de Eurípedes, ampliando as discussões sobre a condição da mulher hoje.

Junto a elas estão na lista de finalistas Ana Lucia Torre por “Longa Jornada Noite Adentro”, Sara Antunes por “Anjo de Pedra”, Clara Carvalho por “Um Inimigo do Povo” e Laila Garin por “A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa”.

Além das atrizes, o CATS (Coletivo de Artistas Transmasculines) foi indicado ao prêmio Shell na categoria Energia que Vem da Gente (antes chamada de Inovação), “pela pesquisa histórica e ações de visibilidade e inclusão dos artistas transmasculines no Brasil”.

Vitória e Vini Xtravaganza concorrem pelo trabalho em “Sem Palavras”, no Rio
Foto: Nana Moraes/Divulgação

Rio de Janeiro

No Rio, as irmãs gêmeas Vitória e Vini Xtravaganza, as Travas Brasil, também disputam o Prêmio Shell de Melhor Atriz. As duas atuaram no espetáculo “Sem Palavras”, da companhia brasileira de teatro, inspirado no livro “Um Apartamento em Urano”, do filósofo espanhol transgênero Paul B. Preciado, e em textos da escritora e jornalista Eliane Brum.

Vitória e Viní concorrem com Ana Carbatti por “Ninguém Sabe Meu Nome”, Vera Holtz por “Ficções”, Vilma Melo por “Mãe de Santo” e Andrea Beltrão por “O Espectador”.

A cerimônia de entrega do Shell acontece em 21 de março, no Rio de Janeiro.

Notícias Relacionadas

Casos de violência contra lésbicas aumentaram 50% em oito anos, mos...

Céu, a 1ª brasileira reconhecida como intersexo na certidão de nasc...

Em 2024, Masp terá programação focada na diversidade LGBTQIA+

Conselho Nacional orienta as preparatórias para a 4ª Conferência Na...

1ª ‘Marsha’ Trans, em Brasília, teve presença de deputadas federais...

‘Desnecessária’: Alesp encerra CPI da Transição de Gênero sem concl...

Com curadoria de Mel, Casa 1 realiza VII Semana de Visibilidade Tra...

Paradas LGBTQIA+ viram alvo de perseguição política no Brasil

Espetáculo teatral “INVISÍVEL” estreia em São Paulo e a...

Musical sobre ativista Herbert Daniel estreia em São Paulo no Núcle...

Casos de HIV cresceram 17% no Brasil, aponta boletim do Ministério ...

Coletiva de teatro Rainha Kong apresenta obra sobre a trajetória da...