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16 séries brasileiras com personagens LGBT para ver a qualquer hora

Sou consumidor confesso de teledramaturgia: novelas, minisséries, séries e por aí vai e está sendo uma delicia poder reunir alguns personagens e tramas que retratam as comunidade LGBT, algo que fiz bastante no tempo em que fui repórter do canal iGay. Assim como nas telenovelas, as séries infelizmente ainda não são muito boas em retratar corpos LGBT, no entanto temos visto, em especial nos últimos três anos, boas produções e esperamos que só aumente!

Confira o que de bom está rolando e já rolou e boa maratona:

1. Todxs Nós

Criada por Vera Egito (diretora do longa “Amores Urbanos”) e Daniel Ribeiro (diretor de “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”) a série estreou como a premissa de abordar a comunidade LGBT de forma ampla e divertida tendo como protagonista uma pessoa não binária. Como ainda está rolando não dá para fazer uma análise completa. Uma curiosidade: algumas cenas foram gravadas no Galpão Casa 1, vamos ver se vai ao ar!.  Quem é assinante HBO Brasil pode assistir aqui.

2. Toda Forma de Amor

A produção de “Toda Forma de Amor” foi um verdadeiro drama, o projeto do premiado Bruno Barreto era esperado com grandes expectativas tendo em vista o histórico de sucesso do diretor, a presença de atrizes trans em papel de destaque e a premissa interessante: a abertura de uma boate trans em paralelo a uma série de crimes transfóbicos. Porém, gravada em 2017 teve sua estreia adiada 4 vezes pelo Canal Brasil sem nenhuma explicação, o que fez que a série envelhecesse antes mesmo da sua exibição.

O texto didático de mais deixa tudo meio falso, assim como a oscilação das atuações, porém vale muito pelos papeis de destaque das atrizes trans Gabrielle Joie (fraca, mas que já mostrou que avançou muito com seu papel na novela “Bom Sucesso”de 2019) e  Wallie Ruy (ótima) em papeis de destaque, além das participações primorosas de Renata Carvalho e Glamour Garcia.  Tem os cinco episódios para os assinantes Globoplay aqui.

3. Segunda Chamada

“Segunda Chamada” é um dos melhores produtos recentes da Rede Globo e contou com a presença da Linn da Quebrada como Natasha na sua primeira temporada. A série narra o cotidiano de um escola noturna para adultos que lida com problemas sociais tão recorrentes no país: violência, aborto ilegal, intolerância religiosa, homofobia e transfobia. Linn foi protagonistas de algumas das principais cenas, ao lado de um elenco primoroso. Vale ver e rever aqui, no Globoplay.

4. Me Chame de Bruna

Wallie Ruy é uma das melhores atrizes da sua geração e além de “Toda Forma de Amor” e “Me Chame de Bruna”, série inspirada na vida da Raquel Bacheco, a Bruna Surfistinha, participou ainda da global “Carcereiros”, além de ser integrante da companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. Vale assistir “Me Chame de Bruna”aqui no Globoplay e aqui no Foxplay.

5. Feras

A série “Feras” da MTV parece ser uma graça e muito bem produzida, assisti só o primeiro episódio e já fiquei com vontade de dar aquela boa e velha maratonada. A trama não trás nada de novo: jovens adultos aprendendo a se relacionar em tempos de novas tecnologias. Na trama, entre as experiências do jovem Ciro (João Vitor Silva) rola uma pegação com o personagem gay interpretado por Jesuita Barbosa. Ah, e tem também a participação de Laerte como psicanalista! Vale assistir e se divertir aqui no Globoplay.

6. Sob Pressão

Sou fã confesso do programa médico da rede Globo, “Sob Pressão”, acho tudo bom: direção, roteiro, fotografia, atuações – um primor. Dentre a equipe médica, Décio (Bruno Garcia) é uma das figuras mais queridas, ainda que tenha tido sempre pouco destaque, uma pena, fato que pode mudar um pouco agora que o personagem engatou um relacionamento. Destaque para o quarto episódio da segunda temporada onde Gabrielle Joie ao lado de Inês Peixoto interpretaram uma da mais emocionantes histórias da temporada. Você pode ver aqui no Globoboy.

7. Coisa Mais linda

“Coisa Mais Linda” foi um hit do Netflix Brasileiro trazendo um grupo de mulheres nos anos 50 buscando independência. Eu particularmente não animei muito e achei o piloto meio arrastado e acabei desistindo, porém ouvi falarem muito bem da personagem bissexual interpretada por Mel Lisboa. Você pode conferir aqui na Netflix.

8. Onde nascem os fortes

O sempre excelente Jesuita Barbosa dá vida à drag queen Shakira do Sertão em “Onde Nascem Os Fortes” e tocou em um ponto bastante importante e pouco discutido na comunidade LGBT: como é a vivência de pessoas LGBT fora das capitais. Chamada supersérie pela Rede Globo, é uma espécie de novela mais curta com cenas que não são liberadas nos horários das tradicionais novelas. Você pode ver aqui no Globoplay.

9. Ligações Perigosas

Baseada no livro do francês Les Liaisons Dangereuses, “Ligações Perigosas”, minissérie da Rede Globo teve relativo sucesso quando foi exibida em 2016. A trama de época faz com que as personagens LGBT sejam representadas sem muita clareza, o que se sabe é que Vitória (Alice Assef), a fiel empregada de Isabel (Patrícia Pillar) recorrentemente se veste como homem (serie um pessoa crosdresser ou um homem trans?) e a performer Collete D´Or (Darwin del Fabro) é Astolfo Lemos – como a icônica Rogéria – pode ser o que sempre chamamos de transformista. De qualquer forma, é interessante ver o gênero apresentado em uma trama tão bem escrita. Você pode ver aqui no Globoplay.

10. Supermax

“Supermax” foi uma tentativa de incursão da Tv Globo pelo gênero do terror, o resultado achei um tanto vergonhoso, mas vale dar uma chance para o trabalho de Maria Clara Espinelli que abriu bastante portas para atrizes trans na televisão e no cinema com papeis nas novelas “Salve Jorge” e “A Força do Querer” (que interpretava uma mulher cis – pontos para Glória Perez) e no longa “Quanto Dura o Amor?”. Infelizmente, em geral os papeis de Maria Clara não são muito bons, mas pelo talento de Maria Clara sabemos que melhores virão. Você pode assistir Supermax aqui no Globoplay.

11. Vai que cola

Sim, eu sei que essa indicação é bastante polêmica. O programa “Vai Que Cola” é um típico programa de humor de esteriótipos com representações bem superficiais de pessoas LGBT, no entanto ganha pontos ao ter um ator assumidamente gay, no caso Marcus Majella como a bicha meio má Ferdinando. Com carisma, o ator conquistou programas próprios e ajudou no processo de empoderamento do termo Viado pela comunidade. Você pode assistir aqui no Globoplay e aqui no Multishowplay.

12. O Canto da Sereia

“O Canto da Sereia”, baseado na obra de Nelson Motta foi uma espécie de ponto de retorno das séries na Rede Globo. A trama, um suspense que investiga o assassinato de uma cantora de Axé em pleno trio elétrico é realmente muito boa. Camila Morgado é amante da cantora e tem papel fundamental na trama. Você pode assistir aqui no Globoplay.

13. Doce de Mãe

“Doce de Mãe”surgiu como um telefilme especial de fim de ano e de tão bom acabou virando uma série que infelizmente teve apenas uma temporada. Dona Picucha (Fernanda Montenegro) é uma velinha das mais modernas que vive as voltas com seu fone de ouvido aprontando deliciosas confusões enquanto convive com seus quatro filhos já adultos, um deles inclusive gay, interpretado por Matheus Nachtergaele, sempre excelente. O papel inclusive deu a Fernanda Montenegro o Emmy de atriz internacional. Você pode assistir aqui no Globoplay.

14. Os experientes

“Os Experientes” é, de longe, a melhor coisa que a televisão produziu nas últimas décadas. Como o nome já diz, conta com um elenco de atores e atrizes idosos, cada um protagonista de uma história e entra aqui na lista graças ao episódio “Folhas de Outono”, o quarto e último da primeira temporada da série, onde Francisca (a brilhante Selma Egrei) fica viuva após décadas de casamento e se apaixona pela vizinha, Maria Helena (Joana Fomm). Reza a lenda que a Globo já tem uma segunda temporada gravada e pronta para ser exibida, basta saber quando. Assista aqui no Globoplay.

15. Psi

Com quatro temporadas, a série “Psi” baseada nos livros “O Conto de Amor” e “A Mulher de Vermelho e Branco” de Contardo Calligaris acompanha a vida de Carlo Antonini (Emílio de Mello), um psicologo e psquiatra com toques de investigador. Na sua primeira temporada trouxe no 14º episódio os atores trans Leo Moreira Sá e Carol Marra para falar sobre transexualidade. Você pode assistir aqui para quem tem HBO Brasil.

16. Toma Lá da Cá

Praticamente todas as séries do Miguel Falabella contam com personagens LGBT: “Pé na Cova”, “Sexo e as Nega”, “Eu, a Vó e a Boi”. No entanto as representações sempre beiram o mal gosto e quase sempre contam com a prática de Transfake e por isso não entraram nessa lista. No entanto é inegável a importância de dois personagens de Falabella, menos por suas representações, mais por seus interpretes: Italo Rossi, que deu vida ao pintosérrimo Seu Ladir e  Norma Bengell que interpretava Dona Deise Coturno em “Toma Lá da Cá”. Os papeis foram os últimos dos dois atores que faleceram com certa popularidade graças ao humorístico depois de décadas de esquecimento, apesar das grandes carreiras. É possível assistir “Toma Lá da Cá” no Globoplay. 

Veja também:

23 Personagens LGBT das telenovelas para rever durante a quarentena

Curtas nacionais LGBT para assistir e enaltecer

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

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