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Casa 1 entrevista Luan Zumbi

Conversamos com Luan Zumbi, o artista por trás das várias pinturas que colorem nossos espaços. Ele é o responsável pelos traços tortos e cores vibrantes que estampam a calçada da Casa 1, o muro do Centro Cultural Casa 1 e a tão icônica pintura no asfalto com a Pabllo Vittar jogando futebol, feita para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Conversamos sobre sua relação com o nosso projeto, o que ele pensa sobre artistas LGBT e mais. Saca só o nosso papo:

Casa 1: Primeiro queria saber com você como que você conheceu a casa 1 e qual foi a sua colaboração com o projeto…

Luan Zumbi: Conheço o Iran (organizador da casa)  desde o fim da escola, acho que 2006 ou 2007. A gente se conheceu através de uma amiga e acabamos ficando amigos. Conforme foi passando o tempo fomos falando, ele foi comprando meu trabalhos… dos meus primeiros trabalhos que eu vendi, o primeiro foi para ele e aí quando surgiu a ideia da Casa 1 ele me chamou pra fazer as artes para recompensa do Benfeitoria.

Depois que eu fiz essas artes, que eram 2 adesivos e 1 pôster, ele chamou para pintar a calçada da Casa 1. Eu pintei 1 ou 2 dias antes da inauguração. Eu só sei que depois de 1 ano abriu o Galpão e aí pintei pela primeira vez o muro aqui gigante. Depois teve a pintura da Pabllo Vittar no asfalto para a Copa do Mundo e agora acabei de fazer essa nova pintura para o muro porque a outra já estava desgastada.

Foto: Guia Gay São Paulo

Casa 1: E pra você, por que é importante fazer parte desse processo da gente, do projeto Casa 1?

LZ: Eu acho que porque quero falar e fazer política mas nem sempre tenho condições de ajudar financeiramente. Ser artista no Brasil é muito difícil, ainda mais artista independente. Eu acho que fazer parte doando meu trabalho de algum jeito ou tentando transformar meu trabalho em dinheiro para a Casa é um jeito que eu vi de fazer isso.

Casa 1: E o que você acha que a Casa 1 representa para você e para o seu trabalho? Porque a gente entende que o seu trabalho e você representam bastante coisa para a Casa 1…

LZ: Sim, o contrário né? O que eu recebo de volta… Mas é isso, o primeiro desenho que eu fiz aqui foi de um jeito e agora eu vim e coloquei mais coisa nele e vejo que tem gente aqui que só de passar e ver me ensina muito do quanto é importante a representatividade, do quanto é importante fazer cada pessoa, cada letra do LGBTQIA+. E foi aqui que aprendi isso e muitas outras coisas. Até mesmo conviver com pessoas trans, porque era uma coisa que eu não vivia no meu meio, por ser um homem cis, branco, classe média.. E foi aqui que comecei a conhecer de perto as pessoas e as histórias. Acho que isso é a coisa mais importante pra mim.

Casa 1: E qual das obras que você fez pra cá que você mais gosta?

LZ: Ah, agora é essa aqui. A última, a que tem mais coisas inclusas, mais pessoas representadas… Acho que é essa. E quero fazer mais, sempre superando a última…

Casa 1: E por último, você acha que existe uma arte lgbtqia+? A gente entende que de uma certa forma você conectou o projeto com outros artistas lgbtqia+.. o que você pensa sobre isso?

LZ: Eu acho que nem todo artista LGBTQIA+ faz uma arte LGBTQIA+. Eu acho que falar de inclusão no meu trabalho seja isso, seja esse o ponto. Mas não é todo mundo que faz. Porque de uma certa forma é fazer uma coisa que não vai atingir todo os públicos, vai ter gente que vai te criticar, ela não vai ser postada em todo lugar, não vai ser tão aceita, nem sempre vende, é muito censurada… Mas acho importante que pessoas LGBTQIA+ comecem a fazer esse tipo de trabalho, mais do que homem pelado padrão de cueca, em foto ou desenho.. Tem que falar de todo mundo.

Para conhecer mais do trabalho do Luan, basta segui-lo no Instagram. 

*Entrevista feita por Jjoão Paes

Iran Giusti é formado em Relações Públicas pela FAAP, passou por agências como TVRP e Remix Social Ideias. Como jornalista atuou no Portal iG, BuzzFeed Brasil. Atualmente é repórter no Terra Nós e diretor institucional da Casa 1

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