“Apenas Mais Uma de Amor”: projeto convida pessoas LGBTQIAP+ a exibirem seus afetos

O amor tem gênero? Tem orientação sexual? Cor? Já existe lei que liste os requisitos para que o amor seja declarado válido e existente?

Histórias de amor acontecem o tempo todo, e, nesse exato momento, pessoas estão se apaixonando e para isso basta que elas estejam vivas.

Em essência, o amor entre pessoas LGBTQIA+ não difere daquele que nasce no espectro da heterocisnormatividade e, embora reafirmar o orgulho queer frente à intolerância seja necessário em tempos de ódio e apagamento, tudo o que queremos é que cada história de amor entre pessoas LGBTQIA+ seja vista como Apenas Mais Uma de Amor.

Idealizado pelos artistas visuais Michele Manoel e Rafa Lopes, o projeto fotográfico “Apenas Mais Uma de Amor” convida pessoas LGBTQIA+, que estão em um relacionamento, para exibir o seu afeto em praça pública e para somar na documentação imagética do amor queer. A princípio, o projeto atende apenas a cidade de São Paulo por ausência de verba para deslocamentos maiores (mas, se rolar custeio, estamos disponíveis para qualquer lugar).

O objetivo do projeto é somar na exibição do afeto entre pessoas LGBTQIA+ em praça pública. É contribuir com a luta pela naturalização desses amores e fomentar a documentação imagética e afetiva de sua existência.

Para participar entre em contato com michelemanoel.photo@gmail.com e rafaellopes.art@hotmail.com.

Foto de capa: Projeto Apenas Mais Uma de Amor

Monas+ recebe palestra sobre terminologias afro-brasileiras com “Axé Libras”

A Mostra Negra de Arte Surda LGBTQIA+ (Monas+) recebe Wermerson Silva, professor e coordenador do projeto multicampi: Centro de Aprendizagem em Língua Brasileira de Sinais (Calibras) para uma palestra sobre o “Axé Libras”, projeto de pesquisa coordenado por ele, que estuda as terminologias afro-brasileiras. A palestra será transmitida hoje (15), às 19h no perfil do coletivo no Youtube.

Organizada pelo coletivo Surdarte, a Monas+ acontece de fevereiro a março, com objetivo de estabelecer debates sobre a cultura surda, acessibilidade e diversidade entre surdos e ouvintes, com oficinas de dança, poesia e outros encontros em Libras. “Quando vejo a oportunidade de desenvolver esse projeto, lembro da minha trajetória no Teatroescola, onde tive acesso à arte e a possibilidade de discutir acessibilidade como professor de Libras. Nessa época, eu tive contato com a proposta de poesia surda no formato de Slam, por meio do artista paulistano Edinho Poesia”, disse Elinilson Soares, um dos idealizadores do projeto, em entrevista ao portal Geledés.

A iniciativa tem apoio do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Turismo, Governo Federal.

Coletivo Sudarte

O Sudarte é um grupo de ativistas de diferentes linguagens, intérpretes, produtores, surdos e ouvintes, que tem como objetivo promover acessibilidade, principalmente da comunidade surda, utilizando as artes e a Libras como ferramenta principal na luta por direitos e por uma sociedade mais igualitária.

Serviço

Monas+ recebe Wermerson Silva;
Quando: Terça-feira, 15 de fevereiro, às 19h;
Onde: Transmissão ao vivo no canal do YouTube do Coletivo Sudarte.

Foto de capa: Reprodução

Justiça proíbe Grupo Silvio Santos de construir prédios perto do Teatro Oficina

O Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu a Prefeitura de autorizar a construção do projeto imobiliário do Grupo Silvio Santos no terreno do Parque do Rio Bixiga, sob pena de multa diária de R$ 5.000 à empresa Residencial Bela Vista e desfazimento imediato das obras. A sentença foi publicada em 31 de dezembro de 2021, assinada pela juíza Paula Micheletto Cometti.

Localizado entre as ruas Jaceguai, Abolição, Japurá e Santo Amaro, o terreno vive um imbróglio há mais de 40 anos.

Desde 1980, o local é centro de uma disputa, envolvendo o diretor do Teatro Oficina, Zé Celso, e o Grupo Silvio Santos, que pretendia construir ali três torres de até cem metros de altura.

O projeto previa mil apartamentos, com mil vagas de garagem, e andares de subsolo que poderiam atingir não só o rio que corre abaixo do terreno, como também o lençol freático que está a quatro metros do solo.
Na sentença, a juíza alega que as torres poderiam causar “danos ambientais e danos ao patrimônio histórico, cultural e arquitetônico, diante da existência de áreas tombadas como o bairro do Bixiga, o Castelinho da Brigadeiro, o Teatro Oficina, o Teatro Brasileiro de Comédia, a Casa da Dona Yayá, Escola de Primeiras Letras e Arcos da Rua Jandaia”.

O Departamento do Patrimônio Histórico concluiu ainda que o projeto desconsidera a paisagem do bairro.

Anteriormente, o projeto do Grupo Silvio Santos até chegou a ser aprovado pelos três órgãos de patrimônio, Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Mas, diante da disputa, nunca foi concretizado.

Além do Teatro Oficina, o Grupo Silvio Santos encontrou impasses com outras instituições da região do Bexiga e vereadores da cidade que defendem a instalação do parque, como Gilberto Natalini (PV-SP) e também Eduardo Suplicy (PT-SP).

Segundo a arquiteta Marília Gallmeister, coautora do projeto de parque defendido por Zé Celso, a construção dos prédios faria o Teatro Oficina ter luz natural por apenas duas horas por dia.

Tanto o Grupo Silvio Santos quanto a Prefeitura apelaram à decisão do Tribunal. Agora, o caso será encaminhado para avaliação em Segunda Instância.

SÃO PAULO, SP

Foto de capa: Acervo pessoal

Saiba mais sobre o Parque do Bixiga aqui.

Iniciativa vai fortalecer literatura e saúde em territórios populares

Os direitos à vida, à saúde e à dignidade humana encontram imensos desafios para serem garantidos em países desiguais como o Brasil. Em seu sentido ampliado, a saúde envolve o desenvolvimento dos potenciais do indivíduo e de sua comunidade, e compreende também a dimensão da cultura como ambiente de pertencimento e campo de exercício de cidadania. Tendo por mote a literatura como direito humano, o projeto Periferia Brasileira de Letras, lançado pela Fiocruz, propõe a criação de uma rede de coletivos literários de favelas e periferias em nove capitais brasileiras para reivindicação de políticas públicas no campo da leitura, livro e literatura adequadas às demandas por direitos dos seus territórios. O primeiro ato do projeto são as inscrições, que abriram nesta semana.

Ao todo, serão sete meses com encontros virtuais divididos em três etapas: 1) curso para a rede PBL ampliar sua participação na construção de políticas públicas sobre o livro, leitura e literatura para territórios periféricos; 2) produção de um documentário que registre a experiência dos coletivos e que registre a diversidade literária produzida em diversas regiões do Brasil; 3) criação de um Fórum e a construção de uma agenda coletiva de articulação política e cultural da rede Periferia Brasileira de Letras para 2022.

Cada representante dos coletivos selecionados receberá bolsa de estudos mensal no valor de R$ 1.000 (um mil reais) durante os quatro meses do curso. As inscrições podem ser realizadas gratuitamente no site. Toda formação será gratuita, mas é essencial ter acesso à internet e equipamento para participar das atividades virtuais. 

Como se inscrever

Apenas uma pessoa física, com conta corrente ativa, deverá ser o representante para receber o valor da bolsa de estudo nos quatro meses da etapa “Promoção da Literatura em Periferias: curso de territorialização de políticas públicas saudáveis”. Para se inscrever, o coletivo e/ou grupo, formalizado ou não, deve ter no mínimo um ano de atuação na área da leitura, livro e literatura, ter um portfólio com imagens postadas em redes sociais de eventos realizados, publicações e/ou calendário de atividades regulares e atuar em território de favela ou periferia nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Brasília, Natal, Recife, Salvador, Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro. Ademais, preencher corretamente o formulário de inscrição e entregar até a data limite, que é 18 de fevereiro.

A rede PBL é uma plataforma colaborativa que busca por meio da participação popular de coletivos literários a construção coletiva de políticas públicas para territórios de favelas e periferias. O projeto tem também o objetivo de colaborar para o aprofundamento de um campo que seja agregador das diversas literaturas existentes no Brasil, dando visibilidade aos coletivos e grupos participantes dessa rede e, mais ainda, à diversidade da produção da criação literária de favela e periferia. 

Serviço

Periferia Brasileira de Letras

e-mail: periferiabrasileiradeletras.pbl@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/periferiabrasileiradeletras/
Facebook: https://www.facebook.com/Periferia-Brasileira-de-Letras-100268772013670
Twitter: https://twitter.com/perifadeletras

Paulicéia Desvairada: Casa 1 convida elenco LGBT+ do Teatro Oficina para visitar a poesia de Mário de Andrade

Site reúne 21 vídeos com artistas do Oficina e Prefácio Interessantíssimo em formato quadrinhos para marcar o centenário da Semana de 22

Curta “Tripa” é inspirado em conto publicado pela Casa 1

O audiovisual TRIPA, de Márcie Vieira, subverte cerimônias normativas, protagonizando a vivência travesti, utilizando como base o texto de mesmo nome, de autoria da artista, publicado no livro “ESCREVIVÊNCIAS – CUSturas Poéticas“, da Coleção Traviarcado, na Editora Monstra Casa1 – SP.

Entre pixels que revelam a precariedade, velas que anunciam a passagem e luz de led em forma de tripa, a obra fabula sobre o fim, usando de referência obras de Isadora Ravena e Dodi Leal. TRIPA é um chá de revelação travesti, que ao estourar o balão para descobrir o gênero, entorpece a todos, todas e todes.

A produção está participando do Festival Internacional de Cinema e Cultura de Quebrada PERIFERICU. Márcie participou com o conto que inspirou o curta na publicação “Escrevivências – CUSturas poéticas”, publicação feita pela Editora Monstra na Semana de Visibilidade Trans da Casa 1 do ano passado. O livro já está disponível online aqui. Também é possível adquirir um exemplar no Galpão da Casa 1.

Esse e outros curtas do Festival PERIFERICU estão na plataforma todesplay até o dia 13 de fevereiro.

Direção: Márcie Vieira
Local de produção: Rio Grande do Sul
Gênero: Experimental

Parceria com Ludmilla encerra “DOCE 22” de Luísa Sonza

Na última terça-feira (8), chegou ao Youtube a tão aguardada parceria entre Luísa Sonza e Ludmilla. “CAFÉ DA MANHÃ ;P” é a última canção do mais recente álbum de Luísa, “DOCE 22” e, por questões estratégicas, foi lançada depois nas plataformas de streaming.

O clipe contou com direção de Fernando Moraes e Sonza, fazendo referências ao famoso “Lucy In The Sky With Diamonds”, da banda inglesa Beatles, grande referência artística para a cantora e uma de suas bandas favoritas.

Agora Luísa se prepara para seguir em turnê pelo Brasil com o repertório do álbum e sua identidade artística!

Por conta de diversas denúncias, o vídeo foi derrubado pelo Youtube, mas já está de volta as plataformas.

Foto de capa: Felipe Grafias

Documentário sobre jornadas de pessoas trans estreia nos cinemas

“Transversais”, longa cearense que foi destaque do Festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade e sofreu censura do governo federal, estreia dia 24 de fevereiro nos cinemas.

É o primeiro longa do cineasta e jornalista Émerson Maranhão, com produção de Allan Deberton. No documentário, quatro pessoas trans dão depoimentos sobre suas vidas, resgatando suas histórias e processos de autoconhecimento. Nos depoimentos também tem a participação de uma mulher cisgênero, mãe de uma adolescente trans.

O governo federal tentou censurar o longa, anunciando que “não tinha cabimento fazer um filme com este tema” a portaria também tentou fazer com que ele fosse retirado do edital da Ancine, onde era finalista. A produção continuou circulando em festivais e agora fará sua estréia no circuito comercial.

“Eu gostaria muito que esse documentário pudesse contribuir para mudar esse cenário tão pavoroso em que vivemos hoje no País. Acho difícil, mas não impossível. É um trabalho de formiguinha. No entanto, se cada espectador que assistir ao filme despir seu olhar dos preconceitos costumeiros para se permitir conhecer esses personagens tão especiais, sentir suas dores e alegrias, e deixar que essas trajetórias tão bonitas e únicas toquem seu corações e mentes, acho que teremos um excelente começo”, comentou o diretor Émerson Maranhão sobre o que ele deseja transmitir com a produção.

O elenco é composto por Samilla Marques, Érikah Alcântara, Caio José e Kaio Lemos. Além de falar sobre seus processos de auto aceitação e subjetividades, eles também falam sobre como é conviver com a imcompreensão e o preconceito.

Foto de capa: Reprodução