BLOG

STF decide que lei contra a linguagem neutra é inconstitucional

Por Redação Agência Diadorim

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, em sessão nesta sexta-feira (10 fev.), que é inconstitucional a lei nº 5.123, de Rondônia, para proibir a utilização de linguagem neutra em escolas públicas e privadas do estado e em editais de concursos públicos.

Por unanimidade, os ministros entenderam que a norma estadual viola a competência legislativa da União. Eles acompanharam o voto do relator, ministro Edson Fachin, que desde novembro de 2021 suspendeu a vigência da lei.

Apenas dois ministros fizeram ressalvas à relatoria de Fachin — embora tenham votado seguindo o relator. O ministro André Mendonça sugeriu que a tese de julgamento afirme: “norma estadual ou municipal que disponha sobre a língua portuguesa viola a competência legislativa da União”. Já Nunes Marques sugeriu ajuste do texto para: “norma estadual que imponha ou proíba modalidade de uso da língua portuguesa, diversa da norma padrão estabelecida, viola a competência legislativa da União”.

A ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que questionou a constitucionalidade do dispositivo foi apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). A instituição considera que a legislação “traz a marca da intolerância, da discriminação, da negação da diversidade, da liberdade de aprender e ensinar e do pluralismo de ideias”.

A lei contra a linguagem neutra foi proposta pelo deputado Eyder Brasil (PL-RO), aprovada em setembro de 2021 e passou a valer no mês seguinte, após a sanção do governador Marcos Rocha (União Brasil-RO). Segundo o parlamentar, o texto evita interferências ideológicas na língua padrão. “O nosso foco é empreender todos os meios necessários para a valorização da Língua Portuguesa culta em suas políticas educacionais”, disse o parlamentar à assessoria da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Debate nacional

Uma reportagem da Diadorim, em 2021, mostrou que em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal, o uso de gênero neutro na língua portuguesa é tema de projetos de leis. Ao todo, 34 propostas tramitam em Assembleias Legislativas do país.

A linguagem neutra considera o uso da letra “e” em vez de “o” ou “a”, em substantivos, e a inclusão dos pronomes “elu”, “delu”, “ile” e “dile”, no idioma. Ela é reivindicada principalmente por grupos de pessoas agênero e não-binárias.

Foto de capa: Sessão plenária do STF. Foto: Nelson Jr./TSF
Acesse o site da Agência Diadorim.

Notícias Relacionadas

Encontro de Lutas: confluências entre o Dia Internacional de combat...

VoteLGBT participa do WebSummit Rio

23ª Feira Cultural da Diversidade LGBT+ transforma o Memorial da Am...

Espetáculo LGBT+ estreia gratuitamente em bibliotecas de SP

Sem apoio institucional, professores de SP combatem LGBTfobia com c...

Movimento Indígena LGBTQIAPN+ lança manifesto durante Acampamento T...

Marina Lima celebra sua carreira em show único na Casa Natura Music...

Premiado filme espanhol, “20.000 espécies de abelha” se...

10 formas de saber mais sobre Libras e a comunidade surda

“Amor e outras Revoluções”, peça inspirada em obra de b...

28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que acontece dia 2 de jun...

Conheça o Clube do Livro “Pomar”, o clube de leitura da...